Comissão de reestruturação do Curso Técnico Integrado de Telecomunicações

De MediaWiki do Campus São José
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Informações sobre o curso

Legislação

Incluir aqui as leis que regem a construção do currículo do curso. São pontos a serem verificados:

  • Mínima/máxima carga-horária das disciplinas técnicas/cultura geral.
  • Amarrações no currículo


Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos (CNCT)

Desenvolve programas de computador, seguindo as especificações e paradigmas da lógica de programação e das linguagens de programação. Utiliza ambientes de desenvolvimento de sistemas, sistemas operacionais e banco de dados. Realiza testes de programas de computador, mantendo registros que possibilitem análises e refinamento dos resultados. Executa manutenção de programas de computadores implantados.
Desenvolve programas de computador para internet, seguindo as especificações e paradigmas da lógica de programação e das linguagens de programação. Utiliza ferramentas de desenvolvimento de sistemas, para construir soluções que auxiliam o processo de criação de interfaces e aplicativos empregados no comércio e marketing eletrônicos. Desenvolve e realiza a manutenção de sites e portais na internet e na intranet.
Instala e configura dispositivos de comunicação digital e programas de computadores em equipamentos de rede. Executa diagnóstico e corrige falhas em redes de computadores. Prepara, instala e mantém cabeamentos de redes. Configura acessos de usuários em redes de computadores. Configura serviços de rede, tais como firewall, servidores web, correio eletrônico, servidores de notícias. Implementa recursos de segurança em redes de computadores.
Participa da elaboração de projetos, realiza instalação, operação e manutenção de sistemas de telefonia fixa e móvel, atuando na prestação de serviços, assistência técnica, elaboração e treinamento de documentação técnica de sistemas de comutação.
Atua no dimensionamento, instalação, operação e manutenção de equipamentos de telecomunicações e telemática, sobretudo nos meios de transmissão, sejam eles por fibras ópticas, cabos metálicos ou via rádio. Pode ainda atuar na prestação de serviços, assistência técnica, treinamento e elaboração de documentação técnica de sistemas de transmissão.
Participa da elaboração de projetos de telecomunicação. Atua na instalação, operação e manutenção de sistemas de telecomunicações e de telemática. Supervisiona os procedimentos adotados nos serviços de comunicações, atendendo a regulamentação específica.

Referências


Perfil do Técnico em Telecomunicações

Este texto foi retirado da proposta de Reestruturação do Curso Técnico Subsequente de Telecomunicações do IFSC-SJ.

Pesquisa

Com o objetivo de conhecer o perfil da demanda por técnicos em telecomunicações, a comissão de reestruturação do currículo encaminhou uma pesquisa para conhecer a opinião das principais empresas de Telecomunicações, da Grande Florianópolis. Neste sentido, foi realizado um contato com com a Vertical Telecomunicações, organização interna da ACATE (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia), que organizou uma reunião com 15 empresas da região. A pesquisa foi realizada através de um questionário e debate comentado. Também responderam ao questionário cinco empresas que enviaram as resposta via on-line, o que totalizou 20 empresas respondentes.

Perfil de atuação

Perfil do Técnico em Telecomunicações segundo empresas.

Foi enfatizado que o técnico atualmente deve trabalhar com soluções integradas, envolvendo a instalação física de cabeamento e equipamentos, instalação e configuração de sistemas operacionais e de acesso a rede, resolução de problemas de conectividade, instalação e testes de sistemas específicos (servidores VoIP, etc). As redes de telecomunicações hoje são convergentes envolvendo telefonia e dados.

Na reunião com a Vertical Telecom da ACATE foi identificado três perfis para atuação do técnico de telecomunicações, ilustrados na figura ao lado:

  • Trabalho de campo: Na concepção das empresas, o técnico deve ter uma visão do sistema como um todo e seus blocos constituintes. Por exemplo, um sistema de um provedor de acesso e serviços de telecomunicações (sistemas VoIP, IPTV, provedor de acesso etc). O técnico deve visualizar o sistema e os serviços disponibilizados ao cliente, a rede de acesso, os equipamentos necessários, os requisitos de energia e possíveis interferências, dispositivos de proteção, etc. Além do que, o técnico deve realizar a instalação física dos equipamentos e cabeamento. Realizar a configuração física e lógica dos equipamentos. Conhecimento da rede elétrica, aterramento e interferências, redes lógicas. Conhecer diferentes tecnologias de acesso, como HPNA, ADSL, FFTH, WDM, etc.
  • Trabalho de configuração lógica, operação e manutenção de sistemas: Instalação, configuração, administração, operação e manutenção dos sistemas lógicos. Configuração de redes, incluindo endereçamento IP, redes locais, segmentação de redes e redes virtuais, etc. Uso de aplicativos de acesso remoto, ferramentas para teste de conectividade e análise de tráfego como ping, traceroute, tcpdump, wireshark, etc. Conhecimento de Linux. Dar suporte técnico a distância para técnicos de campo ou usuários.
  • Trabalho de bancada e projetistas: Devem conhecer os equipamentos por dentro. Perfil mais voltado ao tecnólogo, pessoal de nível superior ou técnicos de eletrônica.

As empresas destacaram as certificações, que muitas vezes são colocadas como pré-requisitos para a contratação de técnicos, como a Norma NR10 que envolve procedimentos para as atividades relacionadas às rede elétrica, ao cabeamento interno e à rede externa de telecomunicações, as certificações Furukawa para cabeamento, os Sistemas Linux, as certificações Cisco, etc.

Foi destacado que os provedores hoje fornecem serviços integrados, dados, voz, TV, e a forma de acesso envolvem diferentes tecnologias, como ADSL, redes de fibra óptica, redes PON, etc. O projeto da rede envolve ativos internos (cabeamento estruturado, armários, etc) e ativos externos (posteamento, conectores, etc).

Conhecimentos necessários para o técnico de telecomunicações segundo as empresas

  • Eletricidade e eletrotécnica: No trabalho de instalação de uma rede em campo, é imprescindível para o técnico conhecer sobre energia elétrica, básico de eletrotécnica, sistemas de proteção e aterramento, nobreak, filtros de linha, etc. Problemas elétricos na rede são importantes que o técnico saiba tratar, separando a rede de energia e cabeamento. Proteção e curto circuito
  • Eletrônica analógica: Sobre os conhecimentos de eletrônica, comentou-se sobre o conhecimento fundamental que o técnico deve ter em identificar os blocos que formam um equipamento ou circuito, como por exemplo, a entrada de energia, o bloco da fonte de alimentação, a entrada e saída de dados, o circuito principal do equipamento, etc. Além do que, é imprescindível saber manusear equipamentos de teste e medida, como multímetros e osciloscópios. Realizar medidas na pinagem dos CI, analisando-os como caixa preta, identificar sinais, forma de onda, etc. Não há mais necessidade de análise de circuitos a diodo e transistor, isto seria papel para o técnico de eletrônica e não de telecomunicações.
  • Eletrônica digital: As empresas ressaltaram que é importante o sistema binário, sinais digitais e frequência de relógio. Não há necessidade de detalhamento dos circuitos digitais discretos. Comunicação serial.
  • Redes de computadores: No trabalho junto a equipes de suporte é fundamental conhecimentos sobre redes, protocolos TCP/IP, redes Ethernet, sistemas operacionais, equipamentos de rede como switches e roteadores, protocolo spanning tree, inserção de equipamentos na estrutura já operando, segmentação da rede e virtualização, uso de aplicativos para teste de conectividade como ping e traceroute. Ferramentas de gerenciamento de redes, SNMP. Foi enfatizado que o técnico deve atuar mais na prática que na teoria. Sobre os protocolos TCP/IP o fundamental é o conhecimento prático sobre endereçamento IP, divisão em subredes, noção sobre roteamento, função dos protocolos, análise de pacotes, etc. As empresas também salientaram sobre a importância da questão da segurança de acesso aos sistemas, como redes sem fio, vlans, segmentação de portas, etc.
  • Informática: Conhecimento aprofundado do Linux, atualizações, pacotes, grupos de suporte, etc. Ferramentas de acesso remoto. Conexão pela serial de equipamentos, etc.
  • Programação: No que se refere à permanência da disciplina de Programação no currículo, as empresas pesquisadas comentaram que esta área de conhecimento “assusta os alunos” que procuram este curso. No entanto, consideram importante o raciocínio lógico para resolução de problemas. Foi questionado sobre conhecimento de programação para Web. Na reunião com a Vertical Telecom, as empresas mencionaram que poderia ser interessante. Na entrevista com a DataCom, que trabalha com desenvolvimento de software, acham que não cabe programação para o técnico de telecomunicações. Esta seria uma função para programador. Para apoio ao trabalho do técnico de telecomunicações acreditam que realizar scripts, ou programação em pyton ou lua seria mais interessante.
  • Telefonia: Entender o que é o sistema e sua função, sem detalhes. Ideia de tronco digital e analógico, E1, FXO e SIP, sem entrar no detalhe. Foco na telefonia IP, Asterisk e SIP.
  • Ética e postura profissional: Consideram importante o relacionamento e a comunicação do técnico com os clientes. Como se comportar, pois quando um técnico fala com um cliente ele está representando a empresa e, portanto, necessita de um treinamento comercial. A Acate se predispôs a realizar palestras com os futuros técnicos ou recebê-los em visitas técnicas.
  • Português e Inglês: A confecção de relatórios também é importante e frequente, assim como realizar a explicação de um problema por escrito ou por e-mail. Na visão das empresas, os técnicos devem dominar a leitura de manuais em inglês, pois é uma atividade frequente, seja do funcionamento de sistemas ou folha de dados de componentes.

Áreas de atuação do egresso

Em termos de demanda por profissionais da área de telecomunicações, ressalta-se que o Estado de Santa Catarina, e a região da Grande Florianópolis em particular, concentram diversas empresas que atuam na área de telecomunicações ou em áreas correlatas. São tanto empresas provedoras de serviços, como indústrias de equipamentos e provedores de soluções tecnológicas integradas para a área de telecomunicações.

Em 2011 a ACATE e a PMF – Prefeitura Municipal de Florianópolis – apresentaram o resultado de um estudo sobre o mapeamento de recursos humanos e cursos em TIC (tecnologia da informação e comunicação) na cidade de Florianópolis – SC, mostrando um pouco sobre as características do setor na região da Grande Florianópolis. A cidade de Florianópolis conta atualmente com aproximadamente 550 empresas no setor de TIC. Isto demonstra o potencial de absorção de recursos humanos formados na região.

No Brasil, no ano de 2006 o IBGE realizou um estudo intitulado “O Setor da Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil 2003 – 2006”, o qual mostra a evolução do setor de TIC no Brasil neste período. Este estudo mostra a tendência de crescimento deste setor, tanto do ponto de vista da quantidade de empresas, quantidade de oferta de postos de trabalho, faturamento e valor adicionado / valor da transformação industrial. Também fica evidenciado a concentração desta indústria na região Sudeste, onde se concentram a maioria dos cursos na área de TIC. Mas mostra que a contribuição da região Sul também é relevante e esta tem uma baixa concentração de cursos de TIC, resultando em uma escassez de profissionais qualificados para atuar neste setor.

Atuando no contexto da Grande Florianópolis, o Campus São José do IF- SC vem oferecendo curso Técnico em Telecomunicações desde 1988, Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações desde 2004 e Engenharia de Telecomunicações desde 2012. Indústrias de referência da área de telecomunicações, como a Intelbras e Digitro, localizadas nas imediações do Campus São José, e outras, muito tem se beneficiado dos profissionais formados pelo IFSC. Assim, esta proposta de reestruturação do Curso Técnico vem no sentido de aprimorar a qualidade de oferta e consolidar o papel no técnico de nível médio no contexto da cadeia de formação de recursos humanos para setor da tecnologia da informação e comunicação em nossa região.

Problemas detectados

Aqui estão listados os problemas detectados no curso. Os eventos abaixo foram usados como embasamento:

  • Consulta aos alunos

Foi realizada consulta aos alunos das últimas fases do curso, no dia 05/12/2013 no auditório. O objetivo da consulta foi conhecer os principais problemas diagnosticados pelos alunos. Estavam presentes as duas oitavas fases formadas em 2013-2 (Ingresso em 2010-1) e a sexta fase (ingresso em 2011-1).

As seções abaixo descrevem os problemas encontrados.

Problemas na distribuição das disciplinas na grade

Redes de computadores

As disciplinas da área de redes de computadores estão muito afastadas entre si, dificultando o andamento:

Telefonia

As disciplinas da área de telefonia talvez possam sofrer uma redução de carga-horária.

Circuitos

Existem disciplinas dependentes na mesma fase, de forma que um desparelhamento no cronograma dos professores causa dificuldades de aprendizagem. Houve opiniões contrárias à essa tanto dos alunos quanto dos professores.

Outro ponto questionado foi a necessidade da alta carga-horária das disciplinas de circuitos, embora esta ideia tenha sido questionada por outros alunos. São da área de circuitos:

Educação Física

Foi questionada a carga-horária da disciplina de Educação Física, pois contando a sua distribuição ao longo das fases 1ª à 4ª, a carga-horária total é de 160h.

Multimídias

Faltou no curso trabalhar com mídias analógicas e digitais. É necessário que o aluno tenha uma visão de como são formadas as imagens, os vídeos e os sons analógicos e digitais.

Matemática e Física

É necessário aumentar a carga-horária das disciplinas de matemática e física, já que elas são pré-requisitos para muitas outras disciplinas do curso.

Disciplinas da 1ª fase

A primeira fase atual traz apenas uma disciplina técnica ( ICO), e muito voltada à área de informática. É preciso ter uma disciplina (ou mais de uma) com maior carga-horária e maior dificuldade, com o objetivo de dar uma melhor visão do que é a área de telecomunicações. Isso evitaria os alunos que vão "empurrando o curso com a barriga".

Disciplinas da 8ª fase

A oitava fase possui uma carga muito alta de disciplinas técnicas, com elevado grau de dificuldade. Isto dificulta o acompanhamento dos alunos, que muitas vezes já estão se preparando para o vestibular em cursinhos.

Falta de integração entre as disciplinas

Os alunos não enxergam nenhuma integração entre as disciplinas. Muitas vezes ocorrem problemas devido à falta de integração em disciplinas com conteúdos dependentes. Foi falado na reunião que de certa forma há uma integração entre as disciplinas dos cursos, dado que a grade da cultura geral é diferente de Tele para RAC. Este é um ponto bastante criticado.

  • São possíveis soluções:
  • Criação de disciplinas de Projetos Integradores
  • Estabelecimento de um professor responsável pela integração entre as disciplinas de uma fase.

Problemas de implementação

Aulas divididas

Aulas de laboratório deveriam ser divididas entre as disciplinas técnicas, e não com disciplinas da cultura geral.

Falta de motivação

Perfil do ingresso

Os alunos ingressantes no curso atual são diferentes dos alunos ingressantes no curso antigo, dos anos 90. Os alunos agora já vem com anseio de fazer um curso superior após o ensino médio, de forma que poucos vão exercer a profissão imediatamente após a conclusão do curso. Assim, o fato do aluno "já sair do curso com uma profissão" não é mais tão útil quanto antes.

Outros fatores

Também relacionado ao perfil do ingresso, os professores das disciplinas técnicas têm detectado que os alunos estão muito desmotivados.

  • Sugestões:
  • Disciplinas mais relacionadas ao curso (mais interessantes) no início, servindo de filtro
  • Visitas técnicas (estabelecer um plano de visitas técnicas anual?)

Foi sinalizada a questão da pobre divulgação do curso, já que o grande público do curso é ainda voltado ao ensino médio.

Outros problemas

Prática

Alunos apontaram a falta de disciplinas práticas no curso.

Atualização do conteúdo

Alunos apontaram a defasagem dos conteúdos.

Senso crítico/ceticismo

Exemplo de informação que necessita de senso crítico.

Há situações onde alunos formados não tem o mínimo de senso crítico e ceticismo, em assuntos relacionados ou não à área de formação. O profissional formado no IFSC precisa estar ciente que nem tudo que aparece na mídia é verdade.

Física moderna

Houve num ensino médio anterior oferecido pelo IFSC a disciplina de Física Moderna. O professor Jair falava sobre os tópicos em recente discussão na física, o aguçando a curiosidade e aumentando o interesse dos alunos pelas ciências exatas. Uma abordagem semelhante poderia ser feita no Integrado de Telecomunições.