Transformadas de Fourier: mudanças entre as edições

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{{fig|1|Sinal <math> \mathrm{x(t)} </math> e sua transformada de Fourier <math> \mathrm{X(\Omega)} </math>| FourierPlot.png| 800 px |}}
{{fig|1|Sinal <math> \mathrm{x(t)} </math> e sua transformada de Fourier <math> \mathrm{X(\Omega)} </math>| FourierPlot.png| 800 px |}}
*Para relembrar os conceitos vistos em Sinais e Sistemas, recomendo assitir os vídeos sobre Transformada de Fourier do prof. Luis Antonio Aguirre da UFMG
{| class="wikitable"
|-
! Introdução a Transformada de Fourier
! Existência da Transformada Fourier
! Transformada de Fourier: Propriedades 1
! Transformada de Fourier: Propriedades 2
! Transformada de Fourier para Sinais Periodicos
|-
|{{#ev:youtube|vDSN2sLF3gM|300}}
|{{#ev:youtube|9i3c1YkrDkI|300}}
|{{#ev:youtube|EvnxPJKNOO4|300}}
|{{#ev:youtube|AmeZHZRZTUw|300}}
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|}


==Transformada Z ==
==Transformada Z ==
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onde <math> C \ </math> é o caminho antihorário envolvendo a origem, dentro da região de convergencia (ROC) de <math>X(z)\, </math>.
onde <math> C \ </math> é o caminho antihorário envolvendo a origem, dentro da região de convergencia (ROC) de <math>X(z)\, </math>.


==Transformada de Fourier no tempo discreto (TFTD)==
==Transformada de Fourier de tempo discreto (TFTD)==
O sinal  <math> \mathrm{x(n)} </math> é discreto no tempo, e o sinal <math> \mathrm{X(\Omega)} </math> é contínuo e periódico em <math> \mathrm{2 \pi} </math>.
O sinal  <math> \mathrm{x(n)} </math> é discreto no tempo, e o sinal <math> \mathrm{X(\Omega)} </math> é contínuo e periódico em <math> \mathrm{2 \pi} </math>.


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{{fig|2|Sinal discreto <math> \mathrm{x(n)} </math> e sua TFDT <math> \mathrm{X(e^{j\omega})} </math>| TFDTPlot.png| 800 px |}}
{{fig|2|Sinal discreto <math> \mathrm{x(n)} </math> e sua TFDT <math> \mathrm{X(e^{j\omega})} </math>| TFDTPlot.png| 800 px |}}
==Série de Fourier de tempo contínuo (SF)==
O sinal  <math> \mathrm{x(t)} </math> é contínuo e periódico no tempo (com período <math> T </math>) , e o sinal <math> \mathrm{X(k)} </math> é discreto na frequência.
;A equação de análise: É uma transformação de um domínio de uma variável real <math> \mathrm{x(t)} </math> de tempo continuo em uma variável complexa <math> \mathrm{X(k)} </math> de frequência discreta. 
:<math>\mathrm{\ DT \rightarrow DF}</math>.
:<math>\mathrm{x: \mathbb{R}\rightarrow\mathbb{C}}</math>.
:<math> X(k)=\frac{1}{T}\int_{0}^{T}x(t)e^{-j(2\pi/T)kt)}\mathrm{d}t</math>
;A equação de síntese: É uma transformação de um domínio de uma variável complexa <math> \mathrm{X(k)} </math> de frequência contínua em uma variável real <math> \mathrm{x(t)} </math> de tempo continuo. 
:<math>\mathrm{\ DF \rightarrow DT}</math>.
:<math>\mathrm{X: \mathbb{C}\rightarrow\mathbb{R}}</math>.
:<math>x(t)=\sum_{k = -\infty}^{\infty}X(k)e^{j(2\pi/T)kt)}</math>
:A série de Fourier <math> \mathrm{X(k)} </math>, indicada acima é a série exponencial onde as funções de base são exponenciais complexas <math> e^{-j \omega t} </math>, onde <math> \omega = (2\pi/T)k </math>.  Também existem as séries de Fourier usando funções de base senoidais e cossenoidais, as quais podem ser derivadas da série exponencial.
{{fig|3|Sinal <math> \mathrm{x(t)} </math> periódico e sua série de Fourier <math> \mathrm{X(\Omega)} </math>| SerieFourierPlot.png| 800 px |}}


==Transformada de Discreta de Fourier (TDF)==
==Transformada de Discreta de Fourier (TDF)==
''Discrete Fourier Transform (DFT)''.


===Obtenção da TDF a partir da amostragem da TFTD===
===Obtenção da TDF a partir da amostragem da TFTD===
Sinais discretos no tempo podem ser representados pela sua TFTD, que é uma função continua periódica em <math> \mathrm{2 \pi} </math> de <math> \mathrm{\omega} </math> :
Sinais discretos no tempo podem ser representados pela sua TFTD, que é uma função continua periódica em <math> \mathrm{2 \pi} </math> de <math> \mathrm{\omega} </math> :
:<math display="block">\mathrm{X(e^{j\omega}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j\omega n}}</math>
:<math>\mathrm{X(e^{j\omega}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j\omega n}}</math>
 
Para que a mesma possa ser utilizada no processamento de sinais digitais é necessário que a variável frequência seja também discreta. Se amostrarmos uniformemente a frequência  <math> \mathrm{\omega} </math> em N amostras entre 0 e <math> \mathrm{2 \pi} </math> é possível obter a TDF (ou DFT - ''Discrete Fourier Transform'').  Assim se tomarmos N frequências  <math> \mathrm{\omega_k = (2 \pi /N)k} \ </math> com  <math> k \in\mathbb{Z} \ </math>, and <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>, obtemos o espectro amostrado uniformemente:
Para que a mesma possa ser utilizada no processamento de sinais digitais é necessário que a variável frequência seja também discreta. Se amostrarmos uniformemente a frequência  <math> \mathrm{\omega} </math> em N amostras entre 0 e <math> \mathrm{2 \pi} </math> é possível obter a TDF (ou DFT - ''Discrete Fourier Transform'').  Assim se tomarmos N frequências  <math> \mathrm{\omega_k = (2 \pi /N)k} \ </math> com  <math> k \in\mathbb{Z} \ </math>, and <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>, obtemos o espectro amostrado uniformemente:
:<math display="block">\mathrm{X'(e^{j\omega}) = X(e^{j\omega}) \sum_{k= -\infty}^{\infty} \delta \left(\omega - \frac{2 \pi} {N}k \right)}</math>.
 
:<math>\mathrm{X'(e^{j\omega}) = X(e^{j\omega}) \sum_{k= -\infty}^{\infty} \delta \left(\omega - \frac{2 \pi} {N}k \right)}</math>.
:<math>\mathrm{X'(e^{j\omega}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j\frac{2 \pi} {N} k n}}</math>


O sinal equivalente no tempo pode ser obtido aplicando a transformada inversa e a convolução:
O sinal equivalente no tempo pode ser obtido aplicando a transformada inversa e a convolução:


:<math display="block">\mathrm{x'(n) = \mathcal{F}^{-1}\{X'(e^{j\omega})\} =  
:<math>\mathrm{x'(n) = \mathcal{F}^{-1}\{X'(e^{j\omega})\} =  
x(n) * \left( \frac{N}{2 \pi} \sum_{p= -\infty}^{\infty} \delta (n-N p) \right) =  
x(n) * \left( \frac{N}{2 \pi} \sum_{p= -\infty}^{\infty} \delta (n-N p) \right) =  
\frac{N}{2 \pi} \sum_{p= -\infty}^{\infty} x(n-N p)}  
\frac{N}{2 \pi} \sum_{p= -\infty}^{\infty} x(n-N p)}  
Linha 86: Linha 126:
*Se o comprimento L o sinal do <math> \mathrm{x(n)} \ </math> for maior que N o período de repetição do sinal <math> \mathrm{x'(n)} \ </math>, haverá sobreposição das amostras no tempo (''time aliasing''), e não será possível recuperar o sinal original.
*Se o comprimento L o sinal do <math> \mathrm{x(n)} \ </math> for maior que N o período de repetição do sinal <math> \mathrm{x'(n)} \ </math>, haverá sobreposição das amostras no tempo (''time aliasing''), e não será possível recuperar o sinal original.
*Por outro lado, se <math> \mathrm{L \le N} \ </math> então <math> \mathrm{x'(n)} \ </math> é a repetição periódica  exata de <math> \mathrm{x(n)} \ </math>.
*Por outro lado, se <math> \mathrm{L \le N} \ </math> então <math> \mathrm{x'(n)} \ </math> é a repetição periódica  exata de <math> \mathrm{x(n)} \ </math>.
:<math display="block">\mathrm{x(n) = \frac{2 \pi}{N} x'(n)} </math> , para <math> \mathrm{0 \le n \le N-1} \ </math> ou
:<math>\mathrm{x(n) = \frac{2 \pi}{N} x'(n)} </math> , para <math> \mathrm{0 \le n \le N-1} \ </math> ou
:<math display="block">\mathrm{x(n) = \frac{2 \pi}{N} x'(n)} [u(n)- u(n-N) \ </math>.
:<math>\mathrm{x(n) = \frac{2 \pi}{N} x'(n)} [u(n)- u(n-N) \ </math>.


Portanto, é possível recuperar as amostras do sinal digital no tempo <math> \mathrm{x(n)} \ </math> a partir das suas amostras digitais na frequência, desde que o período de repetição das N amostras de frequência seja maior ou igual ao comprimento L do sinal no tempo.
Portanto, é possível recuperar as amostras do sinal digital no tempo <math> \mathrm{x(n)} \ </math> a partir das suas amostras digitais na frequência, desde que o período de repetição das N amostras de frequência seja maior ou igual ao comprimento L do sinal no tempo.


===DFT e IDFT===
===TDF e TDFI===
*O sinal  <math> \mathrm{x(n)} \ </math> é discreto no tempo pode ser representado pelo o sinal <math> \mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> discreto e periódico em <math> \mathrm{2 \pi} \ </math>.
O sinal  <math> \mathrm{x(n)} \ </math> é discreto no tempo pode ser representado pelo o sinal <math> \mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> ou <math> X(k) \ </math> discreto e periódico em <math> \mathrm{2 \pi} \ </math>.
 
Para obter a equação de análise (DFT) pode ser feito o cálculo das amostras do espectro de frequências em  <math> \mathrm{\omega_k = (2 \pi /N)k} \ </math>  em:
Para obter a equação de análise (DFT) pode ser feito o cálculo das amostras do espectro de frequências em  <math> \mathrm{\omega_k = (2 \pi /N)k} \ </math>  em:
:<math display="block">\mathrm{X(e^{j\omega}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j\omega n}}</math>
:<math>\mathrm{X(e^{j\omega}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j\omega n}}</math>
:<math display="block">\mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j(2 \pi /N)k n}}</math>
:<math>\mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k}) = \sum_{n= -\infty}^{\infty} x(n) e^{-j(2 \pi /N)k n}}</math>
Conforme mostrado, o espectro é periódico em N, e portanto é suficiente calcular apenas os valores para <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>.  Assim obtém-se
Conforme mostrado, o espectro é periódico em N, e portanto é suficiente calcular apenas os valores para <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>.  Assim obtém-se


;A equação de análise (DFT): É uma transformação de um domínio de uma variável real <math> \mathrm{x(n)} \ </math> de tempo discreto em uma variável complexa <math> \mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> frequência discreta periódica.
;A equação de análise (TDF): É uma transformação de um domínio de uma variável real <math> \mathrm{x(n)} \ </math> de tempo discreto em uma variável complexa <math> \mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> frequência discreta periódica.
:<math>\mathrm{\ DT \rightarrow DF}</math>.
:<math>\mathrm{\ DT \rightarrow DF}</math>.


:<math>\mathrm{x: \mathbb{R}\rightarrow\mathbb{C}}</math>.  
:<math>\mathrm{x: \mathbb{R}\rightarrow\mathbb{C}}</math>.  


:<math display="block">\mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k}) \equiv \mathcal{F}\{x(n)\}\  
:<math>\mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k}) \equiv \mathcal{F}\{x(n)\}\  
\overset{\underset{\mathrm{def}}{}}{=} \sum_{n= 0}^{N-1} x(n)\  
\overset{\underset{\mathrm{def}}{}}{=} \sum_{n= 0}^{N-1} x(n)\  
e^{-j(2 \pi /N)k n}}</math> , para <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>
e^{-j(2 \pi /N)k n}}</math> , para <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>


;A equação de síntese (IDFT): É uma transformação de um domínio de uma variável complexa <math> \mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> de frequência discreta periódica em uma variável real <math> \mathrm{x(n)} \ </math> discreta.
;A equação de síntese (TDFI): É uma transformação de um domínio de uma variável complexa <math> \mathrm{X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> de frequência discreta periódica em uma variável real <math> \mathrm{x(n)} \ </math> discreta.
:<math>\mathrm{\ DF \rightarrow DT}</math>.
:<math>\mathrm{\ DF \rightarrow DT}</math>.


:<math>\mathrm{X: \mathbb{C}\rightarrow\mathbb{R}}</math>.  
:<math>\mathrm{X: \mathbb{C}\rightarrow\mathbb{R}}</math>.  


:<math display="block">\mathrm{x(n) \equiv \mathcal{F}^{-1}\{X(e^{j(2 \pi /N)k})\}\  
:<math>\mathrm{x(n) \equiv \mathcal{F}^{-1}\{X(e^{j(2 \pi /N)k})\}\  
\overset{\underset{\mathrm{def}}{}}{=} \frac{1}{N}\sum_{k= 0}^{N-1}X(e^{j(2 \pi /N)k})\  
\overset{\underset{\mathrm{def}}{}}{=} \frac{1}{N}\sum_{k= 0}^{N-1}X(e^{j(2 \pi /N)k})\  
e^{j(2 \pi /N)k n} }</math> , para <math> \mathrm{0 \le n \le N-1} \ </math>
e^{j(2 \pi /N)k n} }</math> , para <math> \mathrm{0 \le n \le N-1} \ </math>
Linha 118: Linha 159:
Ao usar a equação de análise, se o comprimento L de  <math> \mathrm{x(n)} \ </math> for menor que o período de repetição N, é necessário que <math> \mathrm{x(n)} \ </math>  seja preenchido com amostras nulas até atingir o comprimento N (''zero-padding'').
Ao usar a equação de análise, se o comprimento L de  <math> \mathrm{x(n)} \ </math> for menor que o período de repetição N, é necessário que <math> \mathrm{x(n)} \ </math>  seja preenchido com amostras nulas até atingir o comprimento N (''zero-padding'').


;Simplificação da notação:
=== Equação simplificada da TDF e TDFI===
Para simplificar a notação é frequente utilizar:
Para simplificar a notação pode-se utilizar para representar as frequência discreta:
:<math> \mathrm{X(k) = X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math> para a frequência discreta periódica.
:<math> \mathrm{X(k) = X(e^{j(2 \pi /N)k})} \ </math>,
E ainda definir:
 
:<math> \mathrm{W_N = e^{-j2 \pi /N}} \ </math>
definir a frequência fundamental <math> \omega_N \ </math> como:
o qual representa um segmento <math> 1/N </math> do circulo unitário no plano complexo. Assim termos por exemplo que:
:<math> \omega_N = e^{-j2 \pi /N} \ </math>  
:<math> \mathrm{W_1 = e^{-j2 \pi}} = +1 \ </math>
 
:<math> \mathrm{W_{-1} = e^{j2 \pi}} = +1 \ </math>
então
:<math> \mathrm{W_2 = e^{-j \pi}} = -1 \ </math>
:<math> e^{-j(2 \pi /N)k} = \omega_N^k \ </math>  
:<math> \mathrm{W_{-2} = e^{j \pi}} = -1 \ </math>
 
:<math> \mathrm{W_4 = e^{-j \pi/2}} = -j \ </math>
Essa frequência corresponde a uma posição no circulo unitário do plano complexo <math> z \ </math>.  
:<math> \mathrm{W_{-4} = e^{j \pi/2}} = +j \ </math>
 
Alguns valores de <math> \omega_N \ </math> que ajudam a lembrar as simplificações:
:<math> \omega_1 = e^{-j2 \pi} = +1 \ </math>
:<math> \omega_{-1} = e^{j2 \pi} = +1 \ </math>
:<math> \omega_2 = e^{-j \pi} = -1 \ </math>
:<math> \omega_{-2} = e^{j \pi} = -1 \ </math>
:<math> \omega_4 = e^{-j \pi/2} = -j \ </math>
:<math> \omega_{-4} = e^{j \pi/2} = +j \ </math>




Também é importante lembrar que se <math> N \ </math> é múltiplo de  <math> k \ </math> então:
Também é importante lembrar que se <math> N \ </math> é múltiplo de  <math> k \ </math> então:
::<math> \mathrm{W_N^k = e^{-j(2 \pi /N)k} = e^{-j2 \pi /(N/k)} = W_{N/k}} \ </math>
::<math> \omega_N^k = e^{-j(2 \pi /N)k} = e^{-j2 \pi /(N/k)} = \omega_{N/k} \ </math>


Dessa forma as equações da DFT e IDFT passam a ser escritas de forma simplificada como:
Dessa forma as equações da TDF e TDFI passam a ser escritas de forma simplificada como:
;Equação de análise:
:<math>\mathrm{X(k) = \sum_{n= 0}^{N-1} x(n) \omega_N^{kn}}</math> , para <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>


:<math display="block">\mathrm{X(k) = \sum_{n= 0}^{N-1} x(n) W_N^{kn}}</math> , para <math> \mathrm{0 \le k \le N-1} \ </math>
;Equação de síntese:
:<math>\mathrm{x(n) = \frac{1}{N}\sum_{k= 0}^{N-1} X(k) \omega_N^{-kn}}</math> , para <math> \mathrm{0 \le n \le N-1} \ </math>


:<math display="block">\mathrm{x(n) = \frac{1}{N}\sum_{k= 0}^{N-1} X(k) W_N^{-kn}}</math> , para <math> \mathrm{0 \le n \le N-1} \ </math>
Dessas equações é possível perceber que o cálculo da TDF e da TDFI requerem a <math> \mathrm{N^2} \ </math> multiplicações e <math> \mathrm{N(N-1)} \ </math> somas, sendo portanto um algoritmo de <math> \mathrm{O(N^2)} \ </math>.


Dessas equações é possível perceber que o cálculo da DFT e da IDFT requerem a <math> \mathrm{N^2} \ </math> multiplicações e <math> \mathrm{N(N-1)} \ </math> somas, sendo portanto um algoritmo de <math> \mathrm{O(N^2)} \ </math>.
=== Notação matricial de TDF e TDFI===
Em notação matricial cada <math> X(k) \ </math> na TDF e <math> x(k) \ </math> na TDFI podem ser calculado como:
:<math> X(k)
=
\begin{bmatrix}
\omega_N^0 & \omega_N^{k} & \omega_N^{2k} & ... & \omega_N^{(N-1)k}\\
\end{bmatrix}
\times
\begin{bmatrix}
x(0)\\
x(1)\\
x(2)\\
\vdots \\
x(N-1)\end{bmatrix}
</math>
 
:<math> x(k)
=\frac{1}{N}
\begin{bmatrix}
\omega_N^0 & \omega_N^{-k} & \omega_N^{-2k} & ... & \omega_N^{-(N-1)k}\\
\end{bmatrix}
\times
\begin{bmatrix}
X(0)\\
X(1)\\
X(2)\\
\vdots \\
X(N-1)\end{bmatrix}
</math>
 
Porém como <math> \omega_N^0 = 1 </math> as equações TDF e TDFI podem ser escritas em notação matricial:
 
;Equação de análise:
:<math> \begin{bmatrix}
X(0) \\
X(1) \\
X(2) \\
\vdots \\
X(N-1)
\end{bmatrix} =
\begin{bmatrix}
1 & 1 & 1 & ... & 1 \\
1 & \omega_N^1 & \omega_N^2 & ... & \omega_N^{(N-1)} \\
1 & \omega_N^2 & \omega_N^4 & ... & \omega_N^{2(N-1)} \\
\vdots & \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\
1 & \omega_N^{(N-1)} & \omega_N^{2(N-1)} & ... & \omega_N^{(N-1)^2} \\ 
\end{bmatrix}
\times
\begin{bmatrix}
x(0) \\
x(1) \\
x(2) \\
\vdots \\
x(N-1)\end{bmatrix} </math>
 
;Equação de síntese:
:<math> \begin{bmatrix}
x(0) \\
x(1) \\
x(2) \\
\vdots \\
x(N-1)
\end{bmatrix}
=\frac{1}{N}
\begin{bmatrix}
1 & 1 & 1 & ... & 1 \\
1 & \omega_N^{-1} & \omega_N^{-2} & ... & \omega_N^{-(N-1)} \\
1 & \omega_N^{-2} & \omega_N^{-4} & ... & \omega_N^{-2(N-1)} \\
\vdots & \vdots & \vdots & \ddots & \vdots\\
1 & \omega_N^{-(N-1)} & \omega_N^{-2(N-1)} & ... & \omega_N^{-(N-1)^2} \\ 
\end{bmatrix}
\times
\begin{bmatrix}
X(0) \\
X(1) \\
X(2) \\
\vdots \\
X(N-1)\end{bmatrix} </math>


=== Transformada Rápida de Fourier (FFT) ===
=== Transformada Rápida de Fourier (FFT) ===
As FFTs são algoritmos que reduzem a complexidade do cálculo da DFT, obtendo ordens de <math> \mathrm{ O(log N \times N)} \ </math>.
O cálculo da TDF e TDFI para uma sequência de dados de comprimento <math> N \ </math> necessita de <math> N^2 \ </math> multiplicações complexas, limitando o seu uso em aplicações práticas.  Em 1965, [https://www.ams.org/journals/mcom/1965-19-090/S0025-5718-1965-0178586-1/S0025-5718-1965-0178586-1.pdf Cooley e Tukey] propuseram um algoritmo rápido (FFT) para calcular a TDF com um número de multiplicações complexas na ordem de <math> \mathrm{ O(N \times log_2N)} \ </math>. Esse mudança faz com que uma sequência de comprimento 1024, calculado com a TDF demanda 1024x1024 multiplicações, enquanto que com a FFT apenas 1024x10.  Isso representa neste caso uma redução de complexidade de 100 vezes.
 
Atualmente existem diversos algoritmos de FFT, que obtêm exatamente o mesmo valor que o uso da TDF, mas eles podem ser classificados de forma geral em decimação no tempo, ou decimação na frequência, dependendo de qual vetor será decimado e reordenado, se o sinal no tempo <math> x(n) \ </math>  ou as frequencia <math> X(k) \ </math>.
 
Ver este e-book [https://cnx.org/exports/d2c6d393-3590-403d-8a18-c892055b046b@2.2.pdf/the-dft-fft-and-practical-spectral-analysis-2.2.pdf  The  DFT, FFT, and Practical Spectral Analysis] em OpenStax CNX, e também a [https://en.wikipedia.org/wiki/Cooley%E2%80%93Tukey_FFT_algorithm wikipedia] que tem esse artigo muito bem escrito sobre o assunto.
 
*Para relembrar os conceitos vistos acima, recomendo assistir os vídeos sobre DFT e FFT do prof. Steve Brunton da University of Washington
{| class="wikitable"
|-
! The Discrete Fourier Transform (DFT)
! Computing the DFT Matrix
! The Fast Fourier Transform (FFT)
! The Fast Fourier Transform Algorithm
| What is a Fast Fourier Transform (FFT)?
|-
|{{#ev:youtube|nl9TZanwbBk|300}}
|{{#ev:youtube|Xw4voABxU5c|300}}
|{{#ev:youtube|E8HeD-MUrjY|300}}
|{{#ev:youtube|toj_IoCQE-4|300}}
|{{#ev:youtube|XtypWS8HZco|300}}
|}


== Soma dos termos de uma Progressão Geométrica ==
== Soma dos termos de uma Progressão Geométrica ==

Edição atual tal como às 15h58min de 19 de novembro de 2020

1 Transformada de Fourier no tempo contínuo (TFTC)

O sinal x(t) é contínuo no tempo, e o sinal X(jΩ) é contínuo na frequência.

A equação de análise
É uma transformação de um domínio de uma variável real x(t) de tempo continuo em uma variável complexa X(jΩ) de frequência contínua.
 DTDF.
x:.
X(jΩ){x(t)} =defx(t) ejΩtdt
A equação de síntese
É uma transformação de um domínio de uma variável complexa X(jΩ) de frequência contínua em uma variável real x(t) de tempo continuo.
 DFDT.
X:.
x(t)1{X(jΩ)} =def12πX(jΩ) ejΩtdΩ
A transformada de Fourier X(jΩ), por simplificação é muitas vezes representada apenas por X(Ω) ou X(ω), mas é importante lembrar que tratasse de uma frequência complexa, representada pelo eixo imaginário do plano s.

Figura 1 - Sinal x(t) e sua transformada de Fourier X(Ω)
Fonte: Elaborado pelo autor.
  • Para relembrar os conceitos vistos em Sinais e Sistemas, recomendo assitir os vídeos sobre Transformada de Fourier do prof. Luis Antonio Aguirre da UFMG
Introdução a Transformada de Fourier Existência da Transformada Fourier Transformada de Fourier: Propriedades 1 Transformada de Fourier: Propriedades 2 Transformada de Fourier para Sinais Periodicos

2 Transformada Z

A transformada Z de um sinal de tempo discreto x(n) é a função X(z) definida como

X(z)=Z{x(n)}=n=x(n)zn 
onde n é um inteiro; z=Aejϕ  é um número complexo, com A sendo sua magnitude, e ϕ sua frequência angular (em radianos por amostra).

A transformada Z inversa é

x(n)=Z1{X(z)}=12πjCX(z)zn1dz 

onde C  é o caminho antihorário envolvendo a origem, dentro da região de convergencia (ROC) de X(z).

3 Transformada de Fourier de tempo discreto (TFTD)

O sinal x(n) é discreto no tempo, e o sinal X(Ω) é contínuo e periódico em 2π.

A equação de análise
É uma transformação de um domínio de uma variável real x(n) de tempo discreto em uma variável complexa X(ejω) frequência contínua periódica.
 DTDF.
x:.
X(ejω){x(n)} =defn=x(n) ejωn
A equação de síntese
É uma transformação de um domínio de uma variável complexa X(ejω) de frequência contínua periódica em uma variável real x(n) continua.
 DFDT.
X:.
x(n)1{X(ejω)} =def12πX(ejω) ejωndω

Como a transformada de Fourier X(ejω) é periódica com período 2π, pois X(ejω)=X(ej(ω+2πk)), para k, ela pode ser calculada em qualquer faixa de 2π, por exemplo ω[π,π).

x(n)1{X(ejω)} =def12πππX(ejω) ejωndω

Figura 2 - Sinal discreto x(n) e sua TFDT X(ejω)
Fonte: Elaborado pelo autor.

4 Série de Fourier de tempo contínuo (SF)

O sinal x(t) é contínuo e periódico no tempo (com período T) , e o sinal X(k) é discreto na frequência.

A equação de análise
É uma transformação de um domínio de uma variável real x(t) de tempo continuo em uma variável complexa X(k) de frequência discreta.
 DTDF.
x:.
X(k)=1T0Tx(t)ej(2π/T)kt)dt
A equação de síntese
É uma transformação de um domínio de uma variável complexa X(k) de frequência contínua em uma variável real x(t) de tempo continuo.
 DFDT.
X:.
x(t)=k=X(k)ej(2π/T)kt)
A série de Fourier X(k), indicada acima é a série exponencial onde as funções de base são exponenciais complexas ejωt, onde ω=(2π/T)k. Também existem as séries de Fourier usando funções de base senoidais e cossenoidais, as quais podem ser derivadas da série exponencial.

Figura 3 - Sinal x(t) periódico e sua série de Fourier X(Ω)
Arquivo:SerieFourierPlot.png
Fonte: Elaborado pelo autor.

5 Transformada de Discreta de Fourier (TDF)

Discrete Fourier Transform (DFT).

5.1 Obtenção da TDF a partir da amostragem da TFTD

Sinais discretos no tempo podem ser representados pela sua TFTD, que é uma função continua periódica em 2π de ω :

X(ejω)=n=x(n)ejωn

Para que a mesma possa ser utilizada no processamento de sinais digitais é necessário que a variável frequência seja também discreta. Se amostrarmos uniformemente a frequência ω em N amostras entre 0 e 2π é possível obter a TDF (ou DFT - Discrete Fourier Transform). Assim se tomarmos N frequências ωk=(2π/N)k  com k , and 0kN1 , obtemos o espectro amostrado uniformemente:

X(ejω)=X(ejω)k=δ(ω2πNk).
X(ejω)=n=x(n)ej2πNkn

O sinal equivalente no tempo pode ser obtido aplicando a transformada inversa e a convolução:

x(n)=1{X(ejω)}=x(n)*(N2πp=δ(nNp))=N2πp=x(nNp).

O que mostra que o sinal Esse sinal x(n)  são repetições periódicas (com período N) do sinal discreto x(n)  original.

  • Note que N o período de repetição do sinal x(n)  é o mesmo período de repetição das N amostras da TFTD X(ejω)  original.
  • Se o comprimento L o sinal do x(n)  for maior que N o período de repetição do sinal x(n) , haverá sobreposição das amostras no tempo (time aliasing), e não será possível recuperar o sinal original.
  • Por outro lado, se LN  então x(n)  é a repetição periódica exata de x(n) .
x(n)=2πNx(n) , para 0nN1  ou
x(n)=2πNx(n)[u(n)u(nN) .

Portanto, é possível recuperar as amostras do sinal digital no tempo x(n)  a partir das suas amostras digitais na frequência, desde que o período de repetição das N amostras de frequência seja maior ou igual ao comprimento L do sinal no tempo.

5.2 TDF e TDFI

O sinal x(n)  é discreto no tempo pode ser representado pelo o sinal X(ej(2π/N)k)  ou X(k)  discreto e periódico em 2π .

Para obter a equação de análise (DFT) pode ser feito o cálculo das amostras do espectro de frequências em ωk=(2π/N)k  em:

X(ejω)=n=x(n)ejωn
X(ej(2π/N)k)=n=x(n)ej(2π/N)kn

Conforme mostrado, o espectro é periódico em N, e portanto é suficiente calcular apenas os valores para 0kN1 . Assim obtém-se

A equação de análise (TDF)
É uma transformação de um domínio de uma variável real x(n)  de tempo discreto em uma variável complexa X(ej(2π/N)k)  frequência discreta periódica.
 DTDF.
x:.
X(ej(2π/N)k){x(n)} =defn=0N1x(n) ej(2π/N)kn , para 0kN1 
A equação de síntese (TDFI)
É uma transformação de um domínio de uma variável complexa X(ej(2π/N)k)  de frequência discreta periódica em uma variável real x(n)  discreta.
 DFDT.
X:.
x(n)1{X(ej(2π/N)k)} =def1Nk=0N1X(ej(2π/N)k) ej(2π/N)kn , para 0nN1 

Ao usar a equação de análise, se o comprimento L de x(n)  for menor que o período de repetição N, é necessário que x(n)  seja preenchido com amostras nulas até atingir o comprimento N (zero-padding).

5.3 Equação simplificada da TDF e TDFI

Para simplificar a notação pode-se utilizar para representar as frequência discreta:

X(k)=X(ej(2π/N)k) ,

definir a frequência fundamental ωN  como:

ωN=ej2π/N 

então

ej(2π/N)k=ωNk 

Essa frequência corresponde a uma posição no circulo unitário do plano complexo z .

Alguns valores de ωN  que ajudam a lembrar as simplificações:

ω1=ej2π=+1 
ω1=ej2π=+1 
ω2=ejπ=1 
ω2=ejπ=1 
ω4=ejπ/2=j 
ω4=ejπ/2=+j 


Também é importante lembrar que se N  é múltiplo de k  então:

ωNk=ej(2π/N)k=ej2π/(N/k)=ωN/k 

Dessa forma as equações da TDF e TDFI passam a ser escritas de forma simplificada como:

Equação de análise
X(k)=n=0N1x(n)ωNkn , para 0kN1 
Equação de síntese
x(n)=1Nk=0N1X(k)ωNkn , para 0nN1 

Dessas equações é possível perceber que o cálculo da TDF e da TDFI requerem a N2  multiplicações e N(N1)  somas, sendo portanto um algoritmo de O(N2) .

5.4 Notação matricial de TDF e TDFI

Em notação matricial cada X(k)  na TDF e x(k)  na TDFI podem ser calculado como:

X(k)=[ωN0ωNkωN2k...ωN(N1)k]×[x(0)x(1)x(2)x(N1)]
x(k)=1N[ωN0ωNkωN2k...ωN(N1)k]×[X(0)X(1)X(2)X(N1)]

Porém como ωN0=1 as equações TDF e TDFI podem ser escritas em notação matricial:

Equação de análise
[X(0)X(1)X(2)X(N1)]=[111...11ωN1ωN2...ωN(N1)1ωN2ωN4...ωN2(N1)1ωN(N1)ωN2(N1)...ωN(N1)2]×[x(0)x(1)x(2)x(N1)]
Equação de síntese
[x(0)x(1)x(2)x(N1)]=1N[111...11ωN1ωN2...ωN(N1)1ωN2ωN4...ωN2(N1)1ωN(N1)ωN2(N1)...ωN(N1)2]×[X(0)X(1)X(2)X(N1)]

5.5 Transformada Rápida de Fourier (FFT)

O cálculo da TDF e TDFI para uma sequência de dados de comprimento N  necessita de N2  multiplicações complexas, limitando o seu uso em aplicações práticas. Em 1965, Cooley e Tukey propuseram um algoritmo rápido (FFT) para calcular a TDF com um número de multiplicações complexas na ordem de O(N×log2N) . Esse mudança faz com que uma sequência de comprimento 1024, calculado com a TDF demanda 1024x1024 multiplicações, enquanto que com a FFT apenas 1024x10. Isso representa neste caso uma redução de complexidade de 100 vezes.

Atualmente existem diversos algoritmos de FFT, que obtêm exatamente o mesmo valor que o uso da TDF, mas eles podem ser classificados de forma geral em decimação no tempo, ou decimação na frequência, dependendo de qual vetor será decimado e reordenado, se o sinal no tempo x(n)  ou as frequencia X(k) .

Ver este e-book The DFT, FFT, and Practical Spectral Analysis em OpenStax CNX, e também a wikipedia que tem esse artigo muito bem escrito sobre o assunto.

  • Para relembrar os conceitos vistos acima, recomendo assistir os vídeos sobre DFT e FFT do prof. Steve Brunton da University of Washington
The Discrete Fourier Transform (DFT) Computing the DFT Matrix The Fast Fourier Transform (FFT) The Fast Fourier Transform Algorithm What is a Fast Fourier Transform (FFT)?

6 Soma dos termos de uma Progressão Geométrica

A soma aritmética dos termos de uma P.G. a partir do primeiro termo, é definida por:

Sn==a1+a1q+a1q2++a1qn1=i=1na1qi1

Caso q1 , a soma pode ser descrita por:

Sn=a1(1qn)1q