Satelites Brasileiros de Comunicações

De MediaWiki do Campus São José
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Introdução

Até pouco tempo atrás, os satélites eram dispositivos exóticos e ultra-secretos. Foram usados primeiramente para fins militares, para atividades como navegação e espionagem. Agora eles são uma parte essencial de nosso dia-a-dia. Podemos ver e reconhecer seu uso em relatórios meteorológicos, transmissão de televisão via satélite e chamadas de telefone diárias. Em muitos outros casos, os satélites desempenham funções secundárias que escapam à nossa atenção.

Satellite-navstar.jpg Satélite GPS NAVSTAR

Como um satélite é colocado em órbita?

Todos os satélites atualmente entram em órbita carregados por um foguete ou no compartimento de carga de um ônibus espacial. Diversos países e empresas possuem recursos para o lançamento de foguetes e satélites que chegam a pesar várias toneladas e entram em órbita com segurança. segurança ....

Para a maioria dos lançamentos de satélite, um foguete de lançamento programado é apontado diretamente para cima. Isso permite ao foguete alcançar a parte mais espessa da atmosfera mais rapidamente, minimizando o consumo de combustível.

Após o foguete ter sido lançado, o seu mecanismo de controle usa o sistema de orientação inercial para calcular os ajustes necessários nos bocais do foguete e incliná-lo em direção a um curso descrito no plano de vôo. Na maioria dos casos, o plano de vôo exige que o foguete siga em direção leste, porque a Terra, também girando nesse sentido, proporciona ao veículo um impulso livre. A potência desse impulso depende da velocidade rotacional da Terra no local de lançamento. O impulso é maior no equador, onde a distância ao redor da Terra é maior e a rotação mais rápida.

Qual a intensidade do impulso de um lançamento equatorial? Para fazer uma ligeira estimativa, podemos determinar a circunferência da Terra multiplicando seu diâmetro por pi (3,1416). O diâmetro da Terra é de aproximadamente 12.753 km (7.926 milhas). Essa multiplicação fornece uma circunferência de mais ou menos 40.065 km (24.900 milhas). Para percorrer essa distância em 24 horas, um ponto na Terra deve mover-se a 1.669 km/h (1.038 milhas por hora). Um lançamento do Cabo Canaveral na Flórida, não fornece um impulso tão grande a partir da velocidade rotacional da Terra. O Complexo de Lançamento 39-A, do Centro Espacial Kennedy, uma de suas instalações de lançamento, está localizado a 28 graus, 36 minutos e 29.7014 segundos de latitude norte. A velocidade rotacional da Terra naquele lugar é de quase 1.440 km/h (894 milhas por hora). A diferença de velocidade na superfície da Terra entre o equador e o Centro Espacial Kennedy, é, então, de 229 km/h (144 milhas por hora) Observação: a Terra, na verdade, é achatada nos pólos, mais larga em torno do centro, e não uma esfera perfeita; por esta razão, nossa estimativa da circunferência da Terra é um pouco menor.

Considerando que os foguetes podem viajar a milhares de quilômetros por hora, você talvez imagine porque uma diferença de apenas 229 km/h fosse importar. A resposta é que os foguetes, com sua carga e combustível, são muito pesados. A decolagem do ônibus espacial Endeavour em 11 de fevereiro de 2000, por exemplo, com a Missão de transporte de radar topográfico (em inglês) demandou o lançamento de um peso total de 2.050.447 kg (4.520.415 libras). É necessária uma quantidade enorme de energia para acelerar tal massa a 229 km/h, e também, uma quantidade significativa de combustível. Lançamentos a partir do equador fazem uma significativa diferença.

Uma vez que um foguete atinge ar extremamente rarefeito, a cerca de 193 km (120 milhas) de altitude, o seu sistema de navegação detona pequenos foguetes, somente o necessário para alinhar o veículo na posição horizontal. O satélite é então liberado. Neste momento, os foguetes são acionados mais uma vez, para garantir que haja uma separação entre o veículo de lançamento e o próprio satélite.

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Esquema de Comunicação via Satélite

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Satelites brasileiros

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No Brasil, há apenas uma operadora autorizada de satélites, a Embratel, que possui um satélite próprio, o Brasilsat, e participa, como cotista, dos consórcios internacionais Intelsat e Inmarsat, de cujos satélites também loca alguns transpônderes. O Brasilsat é usado para comunicações domésticas e os outros dois para internacionais. Entretanto, no caso de necessidade, o Intelsat e o Inmarsat podem ser usados também para comunicações domésticas, como aliás o foram antes do satélite doméstico ter sido adquirido. Todos os serviços-padrão do Intelsat e do Inmarsat são prestados no Brasil exclusivamente via Embratel.

O Brasilsat é o satélite do chamado Sistema Brasileiro de Telecomunicações por Satélite (SBTS). Um dos motivos para a aplicação da tecnologia de satélites nas comunicações telefônicas nacionais foi a possibilidade de prover ligação para as áreas esparsas e remotas do nosso território. Neste sentido, a Embratel enfocou o Brasilsat na região amazônica. Examinando o mapa da infra-estrutura terrena da empresa, vemos que nessa região os enlaces por microondas são praticamente inexistentes (e as estações terrenas para comunicações com o Brasilsat são fundamentais). A Embratel presta os serviços de telefonia doméstica às companhias telefônicas regionais, que são as que servem e faturam, neste caso, o assinante.

Embora seja oficialmente um satélite doméstico, os países vizinhos de fato também recebem os sinais do Brasilsat atual, cuja Segunda geração já está projetada para cobrir o Cone Sul. As telecomunicações via satélite poderão vir a desempenhar um papel importante na busca da “... integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações...”, que é um dos princípios fundamentais da Constituição de 1988 (Título I, artigo 4o, parágrafo único).

O serviço da Embratel são identificados por nomes de fantasia: o serviço de difusão de televisão nacional via Brasilsat é denominado TVSat; o serviço de TV privativa é a TV Executiva: a transmissão de rádio FM via satélite chama-se Radiosat: os diversos serviços de transmissão de dados são chamados Transdata (serviço de aluguel de uma linha dedicada). Renpac (serviço de acesso à Rede Nacional de Comutação por Pacotes de dados, que pode eventualmente utilizar determinados enlaces por satélite), Datasat, etc.: e Digisat, que é o serviço de transmissão de dados por satélite. O Radiosat é equivalente ao TVSat, exceto pela diferença de que, em vez de imagens, difunde som em alta-fidelidade. Seus clientes são as cadeias nacionais de rádio AM e FM.

O Datasat é um serviço que consiste na provisão de circuitos privativos digitais em alta velocidade via satélite, integrando no mesmo circuito digital informações diferenciadas, como dados, voz, fax e vidoconferência. A principal característica desse serviço é de ser digital, o que lhe permite uma transmissão sem os ruídos e distorções inerentes ao sistema analógico. Com a utilização do sistema digital, não há necessidade de converter os sinais provenientes de computadores, o que reduz erros e aumenta a qualidade final para o usuário. A velocidade do Datasat vai de 64 kbps a 2 Mbps, correspondendo uma grande gama de opções par ao usuário, pois o sistema é versátil e permite conversão simples e rápida da velocidade de transmissão.

Fonte: http://www.eletrica.ufu.br/portal/downloads/files/cvs/capitulo1.doc


Aplicações

Os principais usos das telecomunicações via satélite estão na telefonia, televisão e transmissão de dados. Naturalmente, a maior parte das aplicações não são exclusivas do satélite, podendo também ser efetuadas via cabo, fibra ótica ou microondas terrestres, que, na verdade, são aplicações das telecomunicações mais que do satélite propriamente. A telefonia, a televisão e a comunicação de dados, que são os principais usos do satélite, podem ser efetuadas também por via terrestre e, ainda, por uma combinação de vários desses meios de comunicação, nesse caso chamando-se telecomunicações híbrida.

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Fonte: http://www.eletrica.ufu.br/portal/downloads/files/cvs/capitulo1.doc