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Edição das 10h13min de 13 de fevereiro de 2015

Ementa e referências bibliográficas

Informações da disciplina

Diário de aula

2015-1 - Clicar no "+" para expandir
Aula Data Horas Conteúdo Recursos
1 06/02 2 Apresentação da disciplina
2 10/02 2 Dispositivos lógicos programáveis - PLD
3 13/02 2 Tecnologia de FPGA
TOTAL '

Aulas

Apresentação da disciplina

Roteiro
  • Apresentação do professor;
  • Apresentação da disciplina (Plano de Ensino);
  • Avaliações: Trabalhos e Projeto Final
  • Grupo da disciplina: IFSCTeleSST
Atividade
Ler capítulo 18 do Livro do Pedroni

Dispositivos lógicos programáveis - PLD

PLDs em sistemas digitais

Sistema digital: Saída digital definida em função de processamento realizado em entrada digital.

Sistema digital. Fonte: [1]


Os sistemas digitais foram por muito tempo projetados usando a chamada lógica fixa, composta por CIs (circuitos integrados) TTL que implementavam portas lógicas. Em meados de 1970, foram introduzidos os PLDs (Programmable Logic Devices), chips de uso geral cujo hardware pode ser configurado para atender especificações. Com os PLDs, sistemas digitais poderiam ser projetados a partir de CIs genéricos, com funções definidas a partir de configurações armazenadas em memórias. Desta forma, os PLDs possuem as seguintes vantagens sobre sistemas de lógica fixa [2]:

  • Redução de custos de projeto, chamados de custos NRE (nonrecurring engineering cost - custo de engenharia não recorrente), com a abolição de desenvolvimentos complexos de placas
  • Rapidez de desenvolvimento
  • Flexibilidade no desenvolvimento: a adição de funcionalidades é feita por simples mudanças no arquivo de configuração
  • Rapidez de produção do CI: por serem padronizados, os PLDs possuem entrega imediata
  • Atualização de hardware em tempo real

Uma alternativa de projeto é o uso de microcontroladores, dispositivos programáveis a nível de software. Porém, mesmo nesses casos, os PLDs possuem vantagens [3]:

  • PLDs são mais simples de desenvolver, pois alterações no projeto são feitas instantaneamente
  • Sistemas com processadores customizados possuem desenvolvimento lento e oneroso
  • Sistemas mais genéricos tendem a ter custos menores pela possibilidade de uso em diversas aplicações, facilitando o estoque de itens
Tempo de desenvolvimento entre sistema com microprocessador (ASIC) ou PLD (FPGA). Fonte: [3]


Em função da arquitetura e tecnologia empregada, os PLDs foram classificados em SPLDs (simple PLDs) ou CPLDs (complex PLDs).

SPLDs

São denominados SPLDs os seguintes dispositivos:

PAL - Programmable Array Logic

Um arranjo programável de portas AND seguido por um arranjo fixo de portas OR.

Arquitetura PAL. Fonte: [4]


Essa foi a primeira implementação de PLDs, e se baseia no fato de que qualquer função lógica pode ser reescrita como uma soma de produtos (SOP - sum of products) [4]. Por exemplo, sendo abaixo a tabela verdade da soma aritmética de um bit u de uma posição de um circuito somador, como função de x e y e do carry ci

ci x y u(ci,x,y)
0 0 0 0
0 0 1 1
0 1 0 1
0 1 1 0
1 0 0 1
1 0 1 0
1 1 0 0
1 1 1 1

Sendo as linhas 2, 3, 5 e 8, as que possuem saída 1, podemos escrever u como [5]:


Os PAL tem, porém, como limitação, a implementação apenas em circuitos combinacionais.


PLA - Programmable Logic Array

Muito semelhante aos PALs, os PLA diferenciam-se no fato de que tanto as ligações AND quanto OR são programáveis.

Arquitetura PLA. Fonte: [4]



GAL - Generic Array Logic

Características adicionais com relação aos PALs:

  • Célula de saída (chamada de OLMC - output logic macrocell) com flip-flop, porta XOR, multiplexadores
  • Inclusão de um sinal de retorno (feedback)
  • Utilização de memórias EEPROM na programação do circuito

Um exemplo dessa arquitetura pode ser visto na figura abaixo:

Arquitetura GAL no chip GAL 16V8. Fonte: [4]


CPLDs

Como o próprio nome já adianta, os CPLDs possuem arquitetura muito mais complexa que os SPLDs. De fato, os primeiros CPLDs eram formados pela interconexão programável de vários SPLDs, além de outros avanços. Na figura abaixo, a arquitetura básica de um CPLD:

Arquitetura de CPLDs. Fonte: [4]



FPGAs - Field programmable gate arrays - Arranjo de portas programável em campo

Os FPGAs estendem as capacidades dos CPLDs, sendo diferentes em arquitetura, tecnologia, características embutidas e custo. Por serem voláteis, precisam de uma memória de configuração não volátil para armazenar a programação do hardware. Uma simplificação da arquitetura de FPGAs pode ser vista na figura abaixo. No caso, CLBs (configurable logic blocks) e LABs (logic array blocks) são blocos semelhantes à SPLDs GAL.

Arquitetura de FPGAs Xilinx (a) e Altera (b). Fonte: [4]


Além desses blocos, FPGAs costumam possuir também:

  • Blocos RAM: Possibilitam o uso direto de memória, sem a necessidade de projetá-las
  • Blocos DSP: Muito utilizados em aplicações de processamento de áudio e vídeo digitais, o bloco DSP implementa operações de soma, multiplicação e variáveis.

Comparação entre dispositivos

Uma comparação entre os dispositivos vistos nesta aula pode ser vista na figura abaixo:

Comparação entre DLPs. Fonte: [6]


onde as características de armazenamento do programa são:

  • Fusível e antifusível - Configurado uma única vez
  • (E)EPROM - Configurado um número limitado de vezes, mantida com o chip desconectado da alimentação (não volátil)
  • SRAM - Configuração realizada cada vez que o sistema é alimantado (volátil)


Referências

[1] Midorikawa, Edson. Projeto de sistemas digitais. Disponível em Link. Acesso em 09/02/2015.

[2] Xilinx. What is Programmable Logic? Disponível em Link. Acesso em 09/02/2015.

[3] Parnell, Karen & Bryner, Roger. Comparing and contrasting FPGA and microprocessor system design and development. Disponível em Link. Acesso em 09/02/2015.

[4] Pedroni, Volnei A. Eletrônica digital moderna e VHDL. Disponível em Link. Acesso em 09/02/2015.

[5] Wikipedia. Canonical normal form. Disponível em Link. Acesso em 09/02/2015.

[6] Matos, Roberto de. Apresentação da disciplina de SST. Disponível em Link.

Tecnologia de FPGA

Os FPGAs são compostos por três tipos de componentes:

  • Bloco de entrada e saída: Circuitos responsáveis pela interface de entrada e saída do FPGA. Compostos basicamente de buffers.
  • Bloco de configuração lógica: Circuitos construídos usando flip-flops e lógica combinacional. Onde são construídas as funções lógicas do sistema.
  • Chaves de interconexões: Trilhas configuráveis usadas para conectar os blocos de funções com os blocos de saída. O processo de escolha das interconexões é chamado de roteamento.

Os 3 blocos são interconectados em duas dimensões, otimizando as conexões entre os blocos

Arquitetura simplificada de um FPGA. Fonte: [1]


Blocos de entrada e saída

São usados para fazer a interface de entrada e saída do FPGA. Consiste em um buffer de entrada e um de saída, ambos com flip-flops, permitindo que saídas com clocks sejam disponibilizadas sem encontrar atrasos significantes e reduzindo a necessidade de manter sinais de entrada por muito tempo.

Bloco de entrada e saída. Fonte: [2]


  • Entrada e saída são concentradas num único pino descrito como Pad.
  • Flip-flops realizam a sincronização dos dados, mas caminhos diretos, sem atrasos, são configuráveis
  • Entrada do dado pelo flip-flop inferior.
  • Saídas não utilizadas necessitam ser mantidas em tri-state.
  • Slew rate controla a velocidade de mudança de polaridade. Valores menores reduzem ruídos.

Blocos de configuração lógica [3]

Contêm a lógica do FPGA, como mostra a simplificação abaixo:

Bloco de configuração lógica. Fonte: [2] e [3]


Neste bloco:

  • Disponíveis 3 elementos configuráveis, dois com 4 entradas (F e G) e um com 3 entradas (H). Estes elementos podem construir qualquer função lógica a partir de suas entradas.
  • Com os multiplexadores M1 a M3, é possível combinar os elementos para criar funções de mais de 4 entradas.
  • Com os multiplexadores M4 a M7, a saída das funções lógicas podem ser enviadas diretamente para as saídas X e Y ou podem ser capturadas pelos flip-flops F1 e F2.
  • Saída dos flip-flops nas saídas XQ e YQ, podendo os pinos serem "desativados" para simplesmente copiar sinais de entrada.
  • O clock dos flip-flops pode ser configurado para a borda de subida ou descida.
  • Os flip-flops podem também usar sinal de Enable.
  • Os multiplexadores superiores permitem escolher a função dos sinais C1 a C4, para a entrada da função H ou outros sinais internos.
  • Blocos S/R Control configuram o estado inicial dos flip-flops.

As funções lógicas são implementadas a partir de suas tabelas verdade nos elementos lógicos usando uma memória chamada de Lookup Table (LUT). Com isso, um bloco de configuração lógica também pode ser usado como uma memória, em diferentes configurações dependendo dos multiplexadores. Nesses casos, as entradas F1 a F4 e G1 a G4 fornecem endereços, e as entradas C1 a C4 fornecem os dados e sinais de enable.

Chaves de interconexões

Os blocos de configuração lógica estão imersos numa rede de interconexões configuráveis. As conexões possíveis por cada bloco lógico podem ser vistas na figura abaixo.

Esquema de conexão de cada bloco de configuração lógica. Fonte: [3]


Um FPGA com 64 blocos de configuração lógica seriam a repetição dessa figura numa matriz de 8x8

Um FPGA com 64 blocos de configuração lógica. Fonte: [3]


Para fazer a ligação entre CLBs vizinhos, o caminho unidirecional direct pode ser utilizado. Porém, para o roteamento de dados em maiores "distâncias", 3 outros caminhos são disponíveis, dispostos como a figura abaixo:

Caminhos indiretos de interligação num FPGA. Fonte: [4]


Na figura, uma Matriz de Comutação Programável (Programmable Switch Matrix - PSM) pode ser vista, além dos 3 caminhos indiretos:

  • Single: ideal para conexão entre CLBs vizinhos, pois é conectado a todos os blocos PSM.
  • Double: conectado intercaladamente nos blocos PSM
  • Long: não é conectado nos blocos PSM

Os blocos PSM introduzem atraso na propagação do sinal no FPGA. Os 3 caminhos introduzem versatilidade ao balancear atrasos e propagação em longas distâncias.

O bloco PSM efetua a conexão entre pinos seguindo o esquema da figura abaixo. No esquema, os círculos vermelhos são chamados de Elementos de Comutação Programável (Programmable Switch Element - PSE).

Conexão numa PSM. Fonte: [5]


Com isso, várias formas de conexão são possíveis, como exemplifica a figura a seguir:

Exemplo de conexão. Fonte: [4]



Várias tecnologias podem ser usadas para realizar a conexão num PSE:

  • Antifusível: Realiza a função oposta de um fusível. Inicia com uma grande resistência, e cria um caminho condutivo ao ser aplicada uma voltagem maior do que um certo limite.
  • Ocupam uma pequena área, permitindo um maior número de conexões em estruturas chamadas de Fully Populated
  • Aumentam a flexibilidade
  • Não podem ser reprogramados
PSM com PSE de antifusíveis. Fonte: [4]


  • Transistores de passagem: Transistores controlados por posições de memória realizam a passagem do sinal entre os pinos.
  • Ocupam uma grande área no chip, resultando num menor número de conexões
  • Menor flexibilidade
  • Pode ser reprogramado
PSE com transistor de passagem. Fonte: [4]


Tabela comparativa entre FPGAs

Referências

[1] Oskin, Mark. Apresentação sobre FPGAs da disciplina Advanced Digital Design. Disponível em Link. Acesso em 12/02/2015.

[2] Zeidman, bob. All about FPGAs. Disponível em Link. Acesso em 12/02/2015.

[3] Wakerly, John. Digital Design: Principles & practices. Disponível (versão para demonstração) em Link. Acesso em 12/02/2015.

[4] Wang, Haibo. FPGA Programmable Interconnect and I/O Cells. Disponível em [1]. Acesso em 13/02/2015.

[5] Wikipedia. Field-programmable gate array. Disponível em [2]. Acesso em 13/02/2015.

Referências

Sites

Livros, artigos, apostilas