AULA 19 - Programação 1 - Engenharia
1 Objetivos
Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de utilizar:
- vetor de ponteiros e aplicar o conceito de vetor de ponteiros;
- parâmetros em linha de comando argc e argv;
- ponteiros para qualquer "objeto" na memória (nada de relacionado com Programação Orientada a Objetos);
- ponteiros para estruturas
- ADENDO: Links Sugeridos Pelo Aluno Jean. Este link possui um material muito interessante sobre ponteiros.
2 Vetor de ponteiros
Como visto em aulas anteriores, variáveis ponteiros possuem como conteúdo um endereço. Neste sentido, é perfeitamente possível construir vetores e/ou matrizes de ponteiros. Tais arranjos, possuem como elementos valores que correspondem a endereços. No exemplo abaixo, vp é um vetor de ponteiros para char e cada elemento de vp apontará para uma cadeia de caracteres (strings) armazenadas em outros vetores.
NOTAR que os endereços possuem 32 bits (8 dígitos hexadecimais).
NOTAR também como é declarado o arranjo vp:
char *vp[4];
O tipo de cada elemento do vetor vp é char *, ou seja, ponteiro para char. Na prática, cada elemento de vp é um ENDEREÇO onde está armazenado um valor do tipo char (poderia ser também um início de string, já que uma string é uma sequÊncia de char com NUL no final.
#include <stdio.h>
int main()
{
int i;
char *vp[4];
char alfa[5]="IFSC";
char beta[5]="TELE";
char delta[5]="RAC";
char gamma[5]="CGER";
vp[0] = alfa;
vp[1] = beta;
vp[2] = delta;
vp[3] = gamma;
for(i=0;i<4;i++)
printf("%s\n", vp[i]);
return 0;
}
O desenho abaixo mostra uma possível representação na memória, das variáveis envolvidas no exemplo. Note que a posição 0 de vp (vp[0]) aponta para a string "IFSC". Apontar significa que vp[0] contém o endereço inicial da string que neste caso é o endereço inicial do vetor alfa.
3 Argumentos de linha de comando
Um bom exemplo de USO de vetor de ponteiros é a passagem de parâmetros na linha de comando de um programa. É muito comum que na execução de um comando se passe parâmetros para "customizar" o funcionamento do mesmo. É comum comandos do Linux em linha de comando serem chamados com parâmetros:
ls -l cp /home/aluno/relatorio.doc /tmp
Nos exemplos acima chamamos comando ls (listar arquivos) customizado para listar detalhadamente. Para tal, fornecemos a opção -l. Note que é dado um espaço entre o nome do programa executável (ls) e a opção. O programa deve ser capaz de acessar a string -l para interpretá-la e então modificar o seu comportamento.
Quando um programa é chamado, o sistema operacional CUIDA para que os parâmetros da linha de comando (strings) sejam copiados para a área de memória do programa, de forma que o código executável possa acessá-los.
3.1 Passagem de parâmetro para um programa C
Do ponto de vista de um programa C, tais parâmetros podem ser acessados a partir de parâmetros formais da função main, que devem ser declarados conforme o exemplo abaixo. Cada parâmetro é tratado como uma cadeia de caracteres apontada por um elemento do vetor argv. O número de parâmetros é passado em argc. Note que argv[0] aponta para uma string que é o nome do programa.
Exemplo: Considere o programa abaixo:
#include <stdio.h>
int main(int argc, char *argv[])
{
int i;
for (i=0;i<argc;i++) {
printf("%s\n", argv[i]);
}
printf("Numero de parametros passados = %d\n", argc-1); /* o primeiro é o nome do arquivo executavél" */
return 0;
}
EXERCÍCIO 1: Implementar um programa chamado cmpcadeia que testa se duas strings passadas na linha de comando são iguais. O programa deve imprimir uma mensagem indicando se são iguais ou diferentes. Usar a função strcmp da biblioteca. Caso sejam passados mais ou menos que dois parâmetros o programa deve se encerrar mostrando uma indicação do tipo:
cmpcadeia: dois parametros devem ser passados
Solução Ex.1 |
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#include <stdio.h>
#include <string.h>
int main(int argc, char *argv[]){
if (argc==3) {
if (strcmp(argv[1],argv[2])==0) {
printf("Strings são iguais\n");
} else {
printf("Strings são diferentes\n");
}
} else {
printf("%s: Número inválido de argumentos\n", argv[0]);
}
return 0;
}
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EXERCÍCIO 2: Renomeie o executável e veja seja a mensagem de erro mostra o nome correto do programa.
EXERCÍCIO 3: Implementar um programa chamado "calculador" que recebe 3 parâmetros na linha de comando: dois números reais e um operador (char). O operador pode ser "+" ou "-". O programa deve mostrar o resultado da operação. Exemplo:
calculador 3.5 + 2.6
OBS: usar a função atof para converter string em double.
solução Ex. 3 |
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#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
#include <string.h>
int main(int quant, char *argv[])
{
float num1, num2, result;
char oper;
oper = *argv[2];
num1 = atof (argv[1]);
num2 = atof (argv[3]);
switch (oper) {
case '+':
result = num1 + num2;
printf("Resultado: %0.2f\n", result);
break;
case '-':
result = num1 - num2;
printf("Resultado: %0.2f\n", result);
break;
case '*':
result = num1 * num2;
printf("Resultado: %0.2f\n", result);
break;
case '/':
if ( num2 != 0 ){
result = num1 / num2;
printf("Resultado: %0.2f\n", result);
}
else
printf("Denominador inválido\n");
break;
default:
printf("Operacao invalida\n");
}
return 0;
}
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3.2 Como consultar o valor de retorno de um programa no shell
No shell (como bash), o valor de retorno (também chamado de código de saída) do último comando ou programa executado pode ser acessado usando a variável especial:
echo $?
3.2.1 Exemplo prático
Suponha que você tenha um programa em C chamado busca
:
./busca
Logo após a execução, para ver o valor de retorno:
echo $?
Esse número é o valor retornado pela função main()
do programa em C:
int main() {
// ...
return 2; // Este valor será mostrado com echo $?
}
3.2.2 Observações
- O valor de retorno é um inteiro entre 0 e 255.
- Por convenção, o valor
0
indica sucesso e qualquer outro valor indica algum tipo de erro. - Em scripts, o valor de retorno pode ser usado para controle de fluxo. Exemplo:
./meu_programa
if [ $? -eq 0 ]; then
echo "Tudo certo!"
else
echo "Erro no programa!"
fi
4 Ponteiros para qualquer "coisa"...
Podemos criar ponteiros para apontar para qualquer objeto na memória. Por exemplo, podemos apontar para variáveis do tipo float, double etc.
int main(void)
{
float a, *p;
p=&a;
*p= 5.5;
return 0;
}
5 Apontando para estruturas
Ponteiros podem apontar para qualquer "objeto" de qualquer tipo. Vamos verificar como é possível apontar para uma estrutura:
#include <stdio.h>
struct TRegistro {
char nome[20];
int idade;
} pessoa ={"Maria", 10};
main()
{
struct TRegistro *p;
p = &pessoa; /*p aponta para o registro pessoa */
printf("O nome da pessoa é %s e idade = %d\n", p->nome,p->idade);
}
NOTE a forma como a partir de um ponteiro, pode-se acessar uma campo da estrutura! O uso de p->nome é uma alternativa ao uso de (*p).nome
Agora vamos ver um exemplo acessando estruturas armazenadas em tabelas (vetor de estruturas):
#include <stdio.h>
#include <stdio.h>
struct TRegistro {
char nome[20];
int idade;
} Tabela[4] = {
{"joao",18,},
{"maria",18,},
{"jose",19,},
{"lara",17,},
};
struct TRegistro *p;
main()
{
p = &Tabela[3]; /*p aponta para o registro 3 da tabela */
printf("O nome na posição 3 é %s e idade = %d\n", p->nome,p->idade);
}
No primeiro caso pode-se ler: o campo nome do objeto que é apontado por p.
5.1 Retornando uma estrutura em uma função
No exemplo a abaixo a função RetornarStruct() retorna um ponteiro para uma estrutura. O cuidadado que se deve ter é que a função não deveria apontar para uma estrutura que foi criada localmente na função!
#include <stdio.h>
struct TRegistro {
char nome[20];
int idade;
} Tabela[4] = {
{"joao",18,},
{"maria",18,},
{"jose",19,},
{"lara",17,},
}
;
struct TRegistro *p;
struct TRegistro * RetornarStruct(int indice)
{
return &Tabela[indice];
}
main()
{
p = RetornarStruct(2); /*p aponta para o registro 3 da tabela */
printf("O nome na posição 2 é %s e idade = %d\n", p->nome,p->idade);
}
5.2 Passando uma estrutura como parâmetro
#include <stdio.h>
struct TRegistro {
char nome[20];
int idade;
} Tabela[4] = {
{"joao",18,},
{"maria",18,},
{"jose",19,},
{"lara",17,},
};
struct TRegistro *p;
void MudarStruct(struct TRegistro *p1, int indice)
{
Tabela[indice] = *p1;
}
main()
{
struct TRegistro aux = {"luisa",16};
MudarStruct(&aux,2);
p = &Tabela[2];
printf("O nome na posição 2 é %s e idade = %d\n", p->nome,p->idade);
}
Exercício 4:
No programa acima construir uma função que imprime a Tabela usando ponteiros. A função deve receber como parâmetro um ponteiro para o início da tabela e o tamanho da tabela.
Solução ex4 |
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//autor: Victor Cesconetto
#include <stdio.h>
struct TRegistro {
char nome[20];
int idade;
} Tabela[4] = {
{"joao",18,},
{"maria",18,},
{"jose",19,},
{"lara",17,},
};
struct TRegistro *p;
void imprimeStruct(struct TRegistro *p1, int tamanho)
{
int i;
for(i=0;i<tamanho;i++){
printf("nome %s tem idade de %d\n",p1->nome,p1->idade);
p1++;
}
}
int main()
{
struct TRegistro aux = {"luisa",16};
imprimeStruct(&Tabela,2);
}
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Exercício 5
Implementar um programa que implementa um relógio através de uma estrutura. Ao ser chamado, o programa deve mostrar as horas, minutos e segundos, iniciando de 00:00:00. Trata-se de uma variação do programa mostrado em (ver https://www.youtube.com/watch?v=cnqIhFsFSFU). Utilize a função da biblioteca sleep para aguardar 1s. O corpo do programa é dado a seguir:
struct tempo {
char horas;
char minutos;
char segundos;
};
void atualizar_relogio(struct tempo *p)
{
}
void mostrar_relogio(struct tempo *p)
{
}
main ()
{
struct tempo meu_relogio;
meu_relogio.horas=0;
meu_relogio.minutos=0;
meu_relogio.segundos=0;
while(1){
atualizar_relogio(&meu_relogio);
mostrar_relogio(&meu_relogio);
}
}
Solução |
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#include <unistd.h>
#include <stdio.h>
struct tempo {
char horas;
char minutos;
char segundos;
};
void atualizar_relogio(struct tempo *p)
{
sleep(1);
p->segundos++;
if(p->segundos==60) {
p->minutos++;
p->segundos=0;
if(p->minutos==60) {
p->horas++;
p->minutos=0;
if(p->horas==24)
p->horas=0;
}
}
}
void mostrar_relogio(struct tempo *p)
{
printf("%02d:%02d:%02d\n", p->horas,p->minutos,p->segundos);
}
main ()
{
struct tempo meu_relogio;
meu_relogio.horas=0;
meu_relogio.minutos=0;
meu_relogio.segundos=0;
while(1){
atualizar_relogio(&meu_relogio);
mostrar_relogio(&meu_relogio);
}
}
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Exercício 6:
#include <stdio.h>
#define TAM_TABELA 4
struct TRegistro {
char nome[20];
int idade;
} Tabela[TAM_TABELA] = {
{"joao",18,},
{"maria",18,},
{"jose",19,},
{"lara",17,},
};
struct TRegistro *retorna_usuario(struct TRegistro *tabela, int tam_tabela, char *usuario)
{
}
int main()
{
/* TESTAR AQUI */
}
5.3 Múltiplas indireções
Observe que é tecnicamente possível várias indireções. Um ponteiro pode apontar para um ponteiro (ponteiro para ponteiro). Veja o exemplo seguinte.
#include <stdio.h>
void main()
{
int a, *b, **c, ***d;
a = 3;
b = &a;
c = &b;
d = &c;
printf("Valor de a = %d\n",***d);
}