Mudanças entre as edições de "IER60808: Introdução a LAN"
Linha 46: | Linha 46: | ||
<br>''Uma rede MAN baseada em Ethernet (MetroEthernet)'' | <br>''Uma rede MAN baseada em Ethernet (MetroEthernet)'' | ||
− | + | {{collapse top|Redes Locais (LAN)}} | |
Obs: obtido de ''Data and Computer Communications'', livro de William Stallings, 8a edição: | Obs: obtido de ''Data and Computer Communications'', livro de William Stallings, 8a edição: | ||
Linha 56: | Linha 56: | ||
* [http://en.wikipedia.org/wiki/Network_switch Switches] formam os blocos de montagem básicos da maioria das LANs (não muito tempo atrás, [http://en.wikipedia.org/wiki/Ethernet_hub hubs] também eram usados). | * [http://en.wikipedia.org/wiki/Network_switch Switches] formam os blocos de montagem básicos da maioria das LANs (não muito tempo atrás, [http://en.wikipedia.org/wiki/Ethernet_hub hubs] também eram usados). | ||
− | |||
+ | '''Algumas tecnologias:''' | ||
* [http://en.wikipedia.org/wiki/Ethernet Ethernet (IEEE 802.3)]: largamente utilizada hoje em dia, na prática domina amplamente o cenário de redes locais. | * [http://en.wikipedia.org/wiki/Ethernet Ethernet (IEEE 802.3)]: largamente utilizada hoje em dia, na prática domina amplamente o cenário de redes locais. | ||
* [http://en.wikipedia.org/wiki/Token_ring Token Ring (IEEE 802.5)]: foi usada nos anos 80 e início dos anos 90, mas está em desuso ... muito difícil de encontrar uma rede local deste tipo hoje em dia. | * [http://en.wikipedia.org/wiki/Token_ring Token Ring (IEEE 802.5)]: foi usada nos anos 80 e início dos anos 90, mas está em desuso ... muito difícil de encontrar uma rede local deste tipo hoje em dia. | ||
Linha 63: | Linha 63: | ||
* [http://en.wikipedia.org/wiki/InfiniBand Infiniband]: especificamente criada para interligar equipamentos para fins de computação de alto-desempenho. Mantém-se na ativa nesse nicho específico. | * [http://en.wikipedia.org/wiki/InfiniBand Infiniband]: especificamente criada para interligar equipamentos para fins de computação de alto-desempenho. Mantém-se na ativa nesse nicho específico. | ||
− | == Topologias | + | = Exemplos de uso de redes locais= |
+ | |||
+ | Exemplos de redes locais são fáceis de apresentar. Praticamente toda rede que interconecta computadores de usuários é uma rede local - mesmo no caso de redes sem-fio, um caso especial a ser estudado mais a frente. A rede do laboratório de Redes de Computadores, onde temos nossas aulas, é uma rede local. Os demais computadores do câmpus formam outra rede local. Quando em casa se instala um roteador ADSL e se conectam a ele um ou mais computadores, cria-se também uma rede local. Portanto, redes locais são bastante comuns e largamente utilizadas. Ainda assim, cabem alguns outros exemplos de possíveis redes locais, mostrados abaixo: | ||
+ | |||
+ | |||
+ | [[imagem:Lan2-2011-1.png|600px]] | ||
+ | <br>''Uma LAN típica com um link para Internet'' | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | [[imagem:Cisco-datacenter.jpg|400px]] | ||
+ | <br>''Uma LAN que integra servidores em um datacenter'' | ||
+ | |||
+ | |||
+ | [[imagem:San.gif|400px]] | ||
+ | <br>''Um tipo de LAN especial para interligar servidores de armazenamento (storage), chamada SAN (Storage Area Network)'' | ||
+ | |||
+ | = Topologias = | ||
Uma ''topologia de rede'' diz respeito a como os equipamentos estão interligados. No caso da rede local, a topologia tem forte influência sobre seu funcionamento e sobre a tecnologia adotada. Dependendo de como se desenha a rede, diferentes mecanismos de comunicação são necessários (em particular o que se chama de ''acesso ao meio''). A eficiência da rede (aproveitamento da capacidade de canal, vazão) e sua escalabilidade (quantidade de computadores e equipamentos que podem se comunicar com qualidade aceitável) também possuem relação com a topologia. A tabela abaixo exemplifica topologias conhecidas de redes locais. | Uma ''topologia de rede'' diz respeito a como os equipamentos estão interligados. No caso da rede local, a topologia tem forte influência sobre seu funcionamento e sobre a tecnologia adotada. Dependendo de como se desenha a rede, diferentes mecanismos de comunicação são necessários (em particular o que se chama de ''acesso ao meio''). A eficiência da rede (aproveitamento da capacidade de canal, vazão) e sua escalabilidade (quantidade de computadores e equipamentos que podem se comunicar com qualidade aceitável) também possuem relação com a topologia. A tabela abaixo exemplifica topologias conhecidas de redes locais. | ||
Linha 83: | Linha 100: | ||
|} | |} | ||
− | + | = Atividade = | |
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
− | |||
'''Objetivos:''' | '''Objetivos:''' |
Edição das 10h39min de 4 de setembro de 2019
Referências bibliográficas:
- Capítulo 13 do livro "Comunicação de Dados e Redes de Computadores", de Berhouz Forouzan
- Capítulo 5 do livro "Redes de Computadores e a Internet, 5a edição", de James Kurose
Apresentação
O foco da disciplina IER é a infra-estrutura de rede, representada pelas camadas Internet e Acesso a rede no modelo TCP/IP (ou camadas Rede e inferiores no modelo OSI). Ela diz respeito ao conjunto de equipamentos, links, protocolos e tecnologias empregados para construir uma rede de computadores em LAN, MAN ou WAN. Essa rede pode ser assim usada para que sistemas finais consigam se comunicar, tais como computadores de usuários, servidores, smartphones, e quaisquer outros dispositivos que produzam ou consumam dados. Desta forma, em IER iremos conhecer tecnologias envolvidas nessas camadas inferiores, bem como selecionar e configurar equipamentos, e interligá-los para construir redes de computadores.
Distinção entre WAN, MAN e LAN
Existe uma classificação de redes de computadores segundo sua abrangência. Segundo ela, as redes podem ser divididas em:
- LAN (Local Area Network, ou Rede Local): É uma rede onde seu tamanho se limita a apenas uma pequena região física. Uma rede de área local (LAN) é uma rede que conecta computadores e dispositivos em uma área geográfica limitada, como uma casa, escola, prédio de escritórios ou grupo de edifícios bem posicionado. LANs com fio são provavelmente baseadas em tecnologia Ethernet. Novos padrões como o ITU-T G.hn também fornecem uma maneira de criar uma LAN com fio usando a fiação existente, como cabos coaxiais, linhas telefônicas e linhas de energia.
- MAN (Metropolitan Area Network, ou rede metropolitana): A MAN é uma rede que se espalha por uma cidade. Por exemplo, uma rede de farmácias, em uma cidade, onde todas acessam uma base de dados comum. As MAN oferecem altas taxas de transmissão, baixas taxas de erros, e geralmente os canais de comunicação pertencem a uma empresa de de telecomunicações que aluga o serviço ao mercado. As redes metropolitanas são padronizadas internacionalmente pela IEEE 802, e ANSI, e padrões conhecidos para a construção de MAN são Metro Ethernet, Frame Relay, PON (entre outros). Outro exemplo de rede metropolitana é o sistema utilizado nas TV's a cabo.
- WAN (Wide Area Network, ou rede de longa distância): Uma WAN integra equipamentos em diversas localizações geográficas (hosts, computadores, roteadores/gateways, etc.), envolvendo diversos países e continentes.
Tomando-se como exemplo o projeto de um provedor de acesso metropolitano (ISP - Internet Service Provider), essa classificação pode ser aplicada a determinadas partes de sua infraestrutura:
- Núcleo da rede do provedor (backhaul): o núcleo de sua rede forma uma MAN que se espalha por sua região de cobertura. Essa rede é formada por equipamentos de interconexão e acesso aos clientes, e enlaces segundo alguma tecnologia apropriada. Ela inclui também os enlaces de acesso aos clientes do provedor, sejam por fibra ou rádio.
- Rede administrativa do provedor: a empresa do provedor deve ter uma LAN com alguns servidores, computadores de uso administrativo e técnico, além de equipamentos para interligá-los.
- Enlaces de acesso a Internet: a rede do provedor deve possuir enlaces WAN para integrar sua rede a Internet.
Exemplos de redes WAN
Para fins de ilustração, seguem alguns exemplos de redes WAN no Brasil:
- RNP ao longo dos anos, 2016
- Embratel WAN por satélite (StarOne), serviços de dados
- Eletronet Mapa Eletronet
Exemplos de redes MAN
Este outro exemplo apresenta um diagrama de uma rede MAN MetroEthernet em Florianópolis (diagrama antigo .. tal rede não deve mais ser assim !):
Outra possível MAN integraria uma região de uma cidade, como mostrado a seguir:
Uma rede MAN baseada em Ethernet (MetroEthernet)
Redes Locais (LAN) | ||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Obs: obtido de Data and Computer Communications, livro de William Stallings, 8a edição:
Exemplos de uso de redes locaisExemplos de redes locais são fáceis de apresentar. Praticamente toda rede que interconecta computadores de usuários é uma rede local - mesmo no caso de redes sem-fio, um caso especial a ser estudado mais a frente. A rede do laboratório de Redes de Computadores, onde temos nossas aulas, é uma rede local. Os demais computadores do câmpus formam outra rede local. Quando em casa se instala um roteador ADSL e se conectam a ele um ou mais computadores, cria-se também uma rede local. Portanto, redes locais são bastante comuns e largamente utilizadas. Ainda assim, cabem alguns outros exemplos de possíveis redes locais, mostrados abaixo:
TopologiasUma topologia de rede diz respeito a como os equipamentos estão interligados. No caso da rede local, a topologia tem forte influência sobre seu funcionamento e sobre a tecnologia adotada. Dependendo de como se desenha a rede, diferentes mecanismos de comunicação são necessários (em particular o que se chama de acesso ao meio). A eficiência da rede (aproveitamento da capacidade de canal, vazão) e sua escalabilidade (quantidade de computadores e equipamentos que podem se comunicar com qualidade aceitável) também possuem relação com a topologia. A tabela abaixo exemplifica topologias conhecidas de redes locais. AtividadeObjetivos:
Parte 1: ativos de rede
Parte 2: switch ethernet
Parte 3: topologias de rede
|
Arquitetura IEEE 802
A arquitetura IEEE 802 define um conjunto de normas e tecnologias para redes no escopo das camadas física (PHY) e de enlace. A camada de enlace é dividida em duas subcamadas:
- LLC (Logical Link Control): o equivalente a um protocolo de enlace de fato, porém na prática de uso restrito (pouco utilizada).
- MAC (Medium Access Control): um protocolo de acesso ao meio de transmissão, que depende do tipo de meio físico e tecnologia de comunicação. Esse tipo de protocolo é necessário quando o meio de transmissão é compartilhado.
Alguns padrões conhecidos (lista completa):
- IEEE 802.3 e variações: conhecidos como LAN Ethernet
- IEEE 802.1: tecnologias para interligação de LANs
- IEEE 802.11 e variações: conhecidos como WLAN (redes locais sem-fio), o que inclui WiFi
- IEEE 802.15: padrões para WPAN (redes pessoais sem-fio), incluindo Bluetooth
Protocolo de acesso ao meio (MAC)
O protocolo de acesso ao meio (MAC) é parte da camada de enlace na arquitetura IEEE 802, e tem papel fundamental na comunicação entre estações. O MAC é responsável por:
- Definir um formato de quadro onde deve ser encapsulada uma PDU de um protocolo de camada superior. Por exemplo, o quadro Ethernet (padrão IEEE 802.3) tem este formato:
- Endereçar as estações, já que o meio de transmissão é multiponto (ver campos Endereço Destino (destination address) e Endereço de origem (source address) no quadro Ethernet). Endereços têm 6 bytes, em que informam o fabricante (OUI) e o número do adaptador de rede, conforme mostrado a seguir:
Formato do endereço MAC (criado por: Inductiveload, modificado/corrigido por: Kju Link do original)
- Acessar o meio para efetuar a transmissão de quadros, resolvendo conflitos de acesso quando necessário. Um conflito de acesso (chamado de colisão) pode ocorrer em alguns casos quando mais de uma estação tenta transmitir ao mesmo tempo. Isso é fundamental em redes sem-fio, tais como Wifi (IEEE 802.11) e Bluetooth (IEEE 802.15.3), porém não é mais necessário nas LAN ethernet atuais (IEEE 802.3), que operam em modo full-duplex.
Padrão IEEE 802.3 (Ethernet)
- Ver seção 5.4 do livro Redes de Computadores e a Internet, 6a edição, de James Kurose e Keith Ross.
Desenho usado por Bob Metcalfe, um dos criadores da Ethernet, para apresentação em uma conferência em 1976.
Redes locais Ethernet (padrão IEEE 802.3 e extensões) são compostas de equipamentos que se comunicam, denominados estações (STA na padrão IEEE 802.3), de equipamentos que os interligam (hubs e switches), e do meio de transmissão. A figura abaixo ilustra uma rede local hipotética com seus vários componentes.
De forma geral, uma estação possui um ou mais adaptadores de rede (placas de rede, ou NIC – Network Interface Card), como na figura abaixo à esquerda. Atualmente, adaptadores de rede das estações são conectados a um switch por meio de cabos de rede TP (par trançado) com conectores RJ-45, mostrado na figura abaixo à direita. Outros tipos de cabos são possíveis, tais como cabos coaxiais (em desuso, além de prescindir de switches) e fibra ótica.
Em resumo, são estes os elementos de uma rede Ethernet:
- Estações: equipamentos que se comunicam pela rede. Ex: computadores e roteadores.
- Interface de rede (NIC): dispositivo embutido em cada estação com a finalidade de prover o acesso à rede. Implementa as camadas PHY e MAC.
- Meio de transmissão: representado pelos cabos por onde os quadros ethernet são transmitidos. Esses cabos são conectados às interfaces de rede das estações.
- Switch: equipamento de interconexão usado para interligar as estações. Cada estação é conectada a um switch por meio de um cabo. Um switch usualmente possui múltiplas interfaces de rede (12, 24 ou mais). Uma rede com switches apresenta uma topologia física em estrela, árvore ou mesmo em anel !
Originalmente LANs Ethernet foram construídas usando um cabo único para interligar as estações (cabo coaxial). Posteriormente surgiram as redes baseadas em hubs, equipamentos que interligavam as estações em nível da camada física (funcionavam como repetidores). Atualmente essas redes são construídas usando switches, equipamentos que interligam as estacões em nível da camada de enlace (na verdade, da subcamada MAC). Um switch apresenta como benefícios, se comparado com hubs:
- atuação em nível de MAC: o switch faz o acesso ao meio com CSMA/CD ao encaminhar um quadro, quebrando o domínio de colisão; além disto, um switch pode operar em modo full-duplex, quando então inexiste a possibilidade de colisão.
- preservação da capacidade do canal: para quadros unicast, o switch encaminha um quadro somente pela porta onde reside o destinatário.
- interligação de segmentos com diferentes taxas e modos de transmissão: um switch é capaz de receber um quadro por uma porta com uma certa taxa de transmissão (ex: 100 Mbps) e transmitir por outra com taxa diferente (ex: 1 Gbps).
- realizar funções avançadas de interligação de segmentos: um switch pode realizar diversas funções de rede, tais como virtualização (VLAN), tratamento de caminhos fechados (loops), agregação de enlaces, controle de acesso, entre outras.
Essas características importantes devem fazer com que uma LAN com switches tenha um desempenho superior a uma LAN com hubs. Por desempenho entenda-se um número menor de colisões sob tráfego intenso (ou mesmo ausência total de colisões), e maior capacidade de canal vista por cada equipamento conectado ao switch.
O padrão sofreu um grande número de atualizações e extensões desde sua concepção nos anos 1980. Por exemplo, em sua primeira versão uma rede ethernet apresentava taxa de transmissão de 10 Mbps em half-duplex, porém atualmente essas redes operem em 1 Gbps em modo full-duplex. Na realidade, já existem versões em uso com taxas de 10 Gbps, e outras mais recentes com taxas de até 100 Gbps (ver página 46 da revista RTI online). Uma tabela dessas extensões ao padrão podem ser vistas na Wikipedia.
Além de taxas maiores de transmissão, a operação em modo full-duplex predominante nas versões recentes do padrão prescindem do controle de acesso ao meio feito pelo protocolo MAC. Quando em modo half-duplex, o controle de acesso ao meio do tipo CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access/Collision Detect - Acesso Múltiplo com Detecção de Portadora/Detecção de Colisões) ainda é necessário.
Quando em modo half-duplex, usa-se o acesso ao meio do tipo CSMA/CD, que é probabilístico: uma estação verifica se o meio está está livre antes de iniciar uma transmissão, mas isso não impede que ocorra uma colisão (apenas reduz sua chance). Se acontecer uma colisão, cada estação envolvida usa esperas de duração aleatória para desempate, chamadas de backoff. A ideia é que as estações sorteiem valores de espera diferentes, e assim a que tiver escolhido um valor menor consiga transmitir seu quadro. Veja o fluxograma acima para entender como isso é feito.
Fluxograma para o acesso ao meio com CSMA/CD do padrão IEEE 802.3.
As colisões e esperas (backoffs) impedem que esse protocolo de acesso ao meio aproveite totalmente a capacidade do meio de transmissão. Nas gerações atuais do padrão IEEE 802.3 (Gigabit Ethernet e posteriores) o CSMA/CD não é mais utilizado. Nessas atualizações do padrão, o modo de comunicação é full-duplex (nas versões anteriores, que operavam a 10 e 100 Mbps, há a possibilidade de ser half ou full-duplex). Se as comunicações são full-duplex, então conceitualmente não existem colisões. Isso se deve ao fato de que nessas novas versões cada estação possui uma via exclusiva para transmitir e outra para receber, portanto não existe mais um meio compartilhado.
Atividade
Realizar este experimento.