RoteamentoDinâmicoIPv4

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Roteamento dinâmico

Roteamento dinâmico é definido como a capacidade de roteamento automático por uma rede. No roteamento estático, como visto, as possibilidades de rota são definidas por meio de uma tabela de roteamento fixa definida manualmente. No entanto, no roteamento dinâmico as tabelas de roteamento são construídas automaticamente pelo sistema, e mantidas constantemente atualizadas devido a comunicação entre os roteadores participantes da rede. Sendo assim, uma rede que utilize algum protocolo de roteamento dinâmico é sensível a qualquer mudança de topologia da rede, sendo capaz de adaptar-se rapidamente a um novo padrão de rotas. Em outras palavras, um protocolo de roteamento dinâmico pode ser definido como uma maneira que um roteador fala com seus vizinhos a fim de compartilhar informações sobre rotas disponíveis na rede. A partir da capacidade de auto organização, o roteamento dinâmico deve ser capaz de procurar a melhor rota alternativa para um fluxo de dados, quando determinados roteadores se tornam inacessíveis ou estejam congestionados.

O roteamento dinâmico dentro de uma rede pertencente a uma organização é chamado de roteamento interno', e o roteamento entre redes de diferentes oragnizações é denominado roteamento externo. O roteamento externo acontece no núcleo da Internet, e envolve um número muito grande de roteadores e hosts.

Um dos protocolos clássicos de roteamento interno é o protocolo RIP. Por apresentar tempo convergência relativamente longo, o RIP se aplica a pequenas redes. Outro protocolo de roteamento interno se chama OSPF, o qual apresenta rápida convergência e é usado em redes maiores.

Protocolo RIP

O protocolo RIP (Routing Information Protocol) é um protocolo baseado na técnica vetor de distância, pois compartilha tabelas de distâncias entre roteadores vizinhos, para que cada roteador possa atualizar sua tabela de roteamento.

O protocolo RIP foi um dos primeiros protocolos de roteamento baseado em vetor de distância aplicado a uma grande variedade de sistemas. O RIP possui as seguintes características principais de funcionamento:

  1. O protocolo envia mensagens atualizadas sobre rotas a cada 30 segundos;
  2. O protocolo envia a tabela completa para os roteadores da rede a cada atualização;
  3. O protocolo utiliza uma métrica baseada em distância, medida por saltos ou hopcount;
  4. O RIP utiliza o algoritmo de Bellman-ford para determinar o melhor caminho para um determinado fluxo de dados;
  5. O RIP baseia-se no protocolo UDP e utiliza a porta 520;
  6. O RIP possui um hopcount máximo de 15 saltos, sendo assim qualquer rede com 16 ou mais saltos de distância é considerada inalcançável.

A lógica de funcionamento do RIP é baseada em roteadores ativos, configurados como roteadores que realizam comunicação das rotas aos demais, e roteadores passivos que não disseminam mensagens porém atualizam suas rotas quando recebem informações atualizadas.

Um roteador ativo mantém uma tabela de roteamento que possui os identificadores e IPs dos roteadores vizinhos, a rota de acesso, e um número inteiro que representa a distância do roteador até determinada rede. As tabelas são anunciadas para todos os roteadores da rede. O envio das tabelas de roteamento pelos roteadores acontece por broadcast em intervalos de tempo geralmente definidos para 30 segundos. Quando um nó recebe uma informação atualizada de determinado roteador vizinho, substitui sua tabela pela tabela atualizada. Para indicar a distância até uma determinada rede, o protocolo RIP utiliza uma métrica baseada em contagem de saltos, ou seja, quantos roteadores existem entre o roteador de origem e a rede de destino.


Rip.png


Exemplo RIP (De A para F)

Neste exemplo um determinado nó A deseja se comunicar com o nó E.
Inicialmente os roteadores possuem apenas suas próprias rotas definidas.


Partindo de A para Enlace Métrica
A Local 0


Neste exemplo, A inicia a comunicação enviando sua tabela. Quando recebem a mensagem de A, B e C se atualizam.

Partindo de B para Enlace Métrica
B Local 0
A A para B 1


Partindo de C para Enlace Métrica
C Local 0
A A para C 1


Agora B e C enviam suas tabelas atualizadas para A, E e D respectivamente. Logo A, E, D atualizam suas tabelas e enviam por broadcast para todos os roteadores.

Partindo de E para Enlace Métrica
E Local 0
C C para E 1
A C para E 2


Partindo de D para Enlace Métrica
D Local 0
B B para D 1
E D para E 1
A D para B 2


Partindo de A para Enlace Métrica
A Local 0
B A para B 1
C A para C 1
D A para B 2
E A para C 2


E envia sua tabela atualizada para F, que atualiza sua tabela.

Partindo de F para Enlace Métrica
F Local 0
E E para F 1
A E para F 3
B E para F 3
C E para F 2
D E para F 2


F atualiza sua tabela e envia para todos.


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Quando A recebe a tabela atualizada de F, atualiza sua própria tabela. A seguir temos a tabela do A depois da atualização.

Partindo de A para Enlace Métrica
A Local 0
B A para B 1
C A para C 1
D A para B 2
E A para C 2
F A para C 3