Projeto Cool Oyster: monitoramento remoto de pH, temperatura e nível de maré em fazendas de ostras

De MediaWiki do Campus São José
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Os meses de verão trazem consigo uma característica elevação das temperaturas das águas do mar e das baías na grande Florianópolis, onde se localizam os principais cultivos de ostras do país. Este fenômeno faz disparar o gatilho biológico da reprodução, fazendo com que os animais entrem em processo de desova, do que resulta severa perda de peso, queda da qualidade para o consumo, e elevados índices de mortandade.

O registro e análise de dados relativos aos valores da temperatura e salinidade da água do mar, além do efeito das correntes marinhas predominantes, são de relevante importância para o entendimento do problema. É importante que estes dados possam ser obtidos em tempo real, nos locais de cultivo. O objetivo geral do projeto contempla o desenvolvimento de um sistema de medição de monitoramento remoto e registro de temperatura, salinidade e nível de maré, para estudo e análise das condições ambientais marítimas que impactam o cultivo de ostras no litoral sul do Brasil. Trata-se de um recurso técnico fundamental para a pesquisa de soluções tecnológicas que possam mitigar os efeitos negativos da chamada mortalidade de verão em cultivos da ostra do Pacífico, e tem como principais clientes atendidos pelo projeto: ostreicultores, pesquisadores, agentes governamentais, entre outros.


A Internet é o maior sistema já criado pela homem, com milhões de computadores conectados por intermédio de seus enlaces de comunicação. Bilhões de usuários se interligam através de seus laptops, tablets e smartphones com uma série de outros dispositivos como sensores, webcams, consoles para jogos, quadros de imagens e, até mesmo, eletrodomésticos (KUROSE; ROSS, 2013). Nas últimas duas décadas, o cenário dos meios de comunicação passou por grandes transformações devido a popularização de tecnologias como a internet. Nesta perspectiva, a disseminação do seu uso pode ser considerada um dos principais motivos do surgimento do termo internet das coisas, que é uma tradução de Internet of Things (IoT). O conceito abrange a área de sensores e atuadores sem fio, de objetos conectáveis às redes que utilizam o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol), assim como as tecnologias de semântica de dados (FERREIRA, 2014). Ao serem interligados em rede, os objetos são capazes de realizar ações de forma independente e gerar dados em quantidade e variedade exponenciais, como produto das interações.(LACERDA; LIMA-MARQUES, 2015).

A área DE IoT representa, hoje, um excelente mercado de trabalho para o engenheiro de Telecomunicações, em função de seu perfil profissional único, que contempla as principais competências e habilidades relacionadas a "hardware" e "software" necessárias à manipulação de dados eletrônicos.


O objetivo principal do presente trabalho é desenvolver um sistema eletrônico para leitura, tratamento e saída de dados, a ser integrado a uma sonda de monitoramento remoto e registro de temperatura, salinidade e nível de maré. Para que este objetivo geral seja atingido, elenca-se os seguintes objetivos específicos:

i. estabelecer a lista de requisitos de projeto;
ii. determinar a estrutura funcional do sistema;
iii. desenvolver o projeto conceitual do sistema;
iv. construir o protótipo projetado;
v. desenvolver a estrutura de testes para validação da sonda protótipo;
vi. integrar e testar o sistema desenvolvido.


REFERÊNCIAS:

FERREIRA, H. G. C. Arquitetura de middleware para internet das coisas. 2014.
KUROSE, J.; ROSS, K. Redes de Computadores ea Internet: Uma Abordagem Topdown. 6ª Edição. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2013.
LACERDA, F.; LIMA-MARQUES, M. Da necessidade de princípios de arquitetura da informação para a internet das coisas. Perspectivas em Ciência da Informação, SciELO Brasil, v. 20, p. 158Ű171, 2015.
SCHIRMER, W. N. et al. A poluição do ar em ambientes internos e a síndrome dos edifícios doentes. Ciência & Saúde Coletiva, SciELO Brasil, v. 16, p. 3583Ű3590, 2011.
FERREIRA, V. F.. Variações ambientais afetam a criação de ostras. Disponível em http://www.usp.br/agen/?p=81148.
SILVEIRA Jr., N.; FISCHER, C.E.; BROGNOLI, COUTO, F.R,; ALMEIDA, M.C.C.; WOLFF, R.A. Temperatura superficial do mar na baía Sul da ilha de Santa Catarina, SC, Brasil: 2001 a 2007. In: Congresso Brasileiro de Oceanografia, 3, Fortaleza, maio de 2008.
SILVEIRA Jr., N.; Mortalidade em massa de verão em ostras do Pacífico(Crassostrea gigas) cultivadas na baía Sul da ilha de Santa Catarina. In: Encontro Brasileiro de Patologistas de Organismos Aquáticos, 11, Campinas/SP, julho de 2010;