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Dados gerais do Curso

  • Nome do Curso: Engenharia de Telecomunicações
  • Tipo de Curso: Curso Superior - Bacharelado
  • Modalidade: Presencial
  • Tipo de Ingresso: Processo de seleção (Vestibular 70%/ENEM-SISU 30%)
  • Local da Oferta: Campus de São José
  • Matrícula: por Disciplina
  • Turno da oferta: diurno com concentração em um turno
  • Início do curso: 1º semestre de 2012
  • Número de vagas: 32 por semestre
  • Duração: 10 a 20 Semestres
  • Tipo de Avanço: Pré-requisito
  • Carga horária total: 3798 horas
  • Carga horária prática: 1206 horas
  • TCC: obrigatório com 144 horas
  • Estágio: obrigatório com 162 horas

Perfil do Curso

Justificativa

O Brasil vive um ciclo virtuoso de crescimento com avanços em todos os setores da economia. O país caminha para ocupar a quinta economia do mundo, segundo a Goldman Sachs já ocupa esta oposição (O’NEIL, 2011). Entretanto, já começa a se tornar observável a falta de mão de obras nas áreas de tecnologia, um quadro que tende a se agravar nos próximos anos. Em particular, a falta de engenheiros no mercado se destaca. Enquanto países como o Japão e Estados Unidos possuem em torno de 25 engenheiros por mil trabalhadores, o Brasil possui cerca de 6 profissionais (TELLES, 2009).

Um outro ponto a ser destacado é que apesar de o país ter um grande PIB e crescimento elevado, boa parte da economia advém de commodities com pouco valor tecnológico agregado. Apesar de um esforço no sentido de ampliar a participação na produção científica mundial, o número de patentes originados e registrados no país está muito abaixo de países considerados desenvolvidos. Em 2007 o Brasil teve 384 patentes internacionais contra cerca de 52000 dos Estados Unidos (FolhaNews, 2008). Neste contexto fica claro a necessidade do país formar mais engenheiros com foco em desenvolvimento tecnológico.

A motivação para a inclusão da engenharia como nova área de formação nos Institutos Federais também é embasada na experiência destas instituições com Cursos Superiores de Tecnologia (Tecnólogos), por seu corpo docente qualificado e por disporem de excelente infraestrutura física e de laboratórios. Estes pontos foram destacados na apresentação do documento elaborado pelo MEC/SETEC, intitulado “Princípios norteadores das engenharias dos IFs” (MEC, 2009a) e reflete a realidade da área de telecomunicações do Campus São José do IF-SC.

O IF-SC vem seguindo uma trajetória diferenciada das universidades, atuando nos diferentes níveis de educação tecnológica e, com seu novo status de instituto federal pode agora também oferecer cursos de engenharia. A área de telecomunicações do Campus São José oferece cursos técnicos de nível médio em telecomunicações desde sua criação em 1988 e Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações desde 2004. O Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações foi reconhecido em 2011 e obteve conceito 5 (cinco) na avaliação do INEP/MEC. Com isso, as empresas da região vem se beneficiando com os estudantes que saem como profissionais de alto nível para atuarem no mercado de trabalho. Em particular, o curso de graduação em tecnologia, com foco na operação de tecnologias existentes, adveio de um anseio do mercado local e do corpo docente altamente qualificado. Com as lições aprendidas neste curso e com a recente ampliação do corpo docente, aliando-se a um esforço de ampliar o quadro de doutores, um passo adicional vem sendo almejado: a criação de um curso diferenciado de Engenharia de Telecomunicações cobrindo além da operação de tecnologias, também o segmento de criação de novos produtos e tecnologias.

Análise de Demanda

Em termos de demanda por profissionais da área de telecomunicações, ressalta-se que o Estado de Santa Catarina, e a região da Grande Florianópolis em particular, concentram diversas empresas que atuam na área de telecomunicações ou em áreas correlatas. São tanto empresas provedoras de serviços, como indústrias de equipamentos e provedores de soluções tecnológicas integradas para a área de telecomunicações. Em maio/2011 a ACATE – Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia – e a Prefeitura Municipal de Florianópolis – PMF apresentaram o resultado de um estudo sobre o mapeamento de recursos humanos (RH) e cursos em TIC (tecnologia da informação e comunicação) na cidade de Florianópolis – SC, mostrando um pouco sobre as características do setor na região da Grande Florianópolis (ACATE, 2011).

A cidade de Florianópolis conta atualmente com aproximadamente 550 empresas no setor de TIC. Isto demonstra o potencial de absorção de recursos humanos formados na região. Entretanto, a região vem sofrendo com a falta de mão-de-obra qualificada para o setor como mostra o estudo realizado pela ACATE e PMF. O setor de TIC tem um conjunto de características específicas que o diferencia dos demais ramos de atividade, não só pelo caráter científico desse setor, mas também por sua enorme flexibilidade, que faz com que seja transversal a um grande leque de atividades. O problema do setor está associado principalmente à necessidade de elevada qualificação de pessoal em comparação com outros setores.

A falta de mão-de-obra qualificada para suprir o setor tecnológico pode gerar prejuízos para as empresas e para a própria sociedade. Nos últimos quatro anos a defasagem de profissionais só tem crescido. Projeções apontam que o déficit brasileiro de trabalhadores em 2013 será de 71 mil; em 2020, a demanda interna pedirá outros 450 mil profissionais.

No ano de 2006 o IBGE realizou um estudo titulado “O Setor da Tecnologia da Informação e Comunicação no Brasil 2003 – 2006” (IBGE, 2009) mostra a evolução do setor de TIC no Brasil neste período. O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC brasileiro era formado, no ano de 2006, por 65.754 empresas que ocupavam 673.024 pessoas, sendo que, entre 2003 e 2006, registrou-se um aumento de 18,3% no número de empresas e de 40,7% no de pessoas ocupadas. O faturamento líquido atingiu, em 2006, R$ 205,9 bilhões e o somatório do valor adicionado com o valor da transformação industrial, R$ 82,1 bilhões, o que mostra crescimento de 47,4% e 38,1%, respectivamente, entre 2003 e 2006. Em 2006, as atividades do setor TIC estavam concentradas na Região Sudeste no que se refere ao pessoal ocupado (65,6%) e ao valor adicionado/valor da transformação industrial (64,4%). Em segundo, porém com participação bem inferior à do Sudeste, aparece a Região Sul, com 13,2% do pessoal ocupado e 11,6% do valor adicionado/valor da transformação industrial.

O indicador salário médio mensal mostra que o setor TIC apresentou uma queda real de 1,6%, entre 2003 e 2006, nos salários pagos, contudo, é interessante observar que, mesmo com essa queda, em 2006o salário médio mensal pago pelo setor TIC (R$ 2.025,18) é bastante superior àquele da economia geral (R$ 937,48). O valor adicionado/valor da transformação industrial do setor TIC atingiu o montante de R$ 82,1 bilhões em 2006, mostrando crescimento nominal de 38,1% em relação a 2003 (R$ 59,4 bilhões), sendo distribuído da seguinte forma entre os setores econômicos: 74,4% nos serviços, 22,9% na indústria, e 2,6% no comércio.

O segmento de telecomunicações pode ser considerado um dos mais intensivos em tecnologia e se caracteriza por apresentar uma linha diversificada de produtos e serviços de elevado valor adicionado. Os serviços de telecomunicações por fio são os mais representativos, respondendo, em 2006, por 50,7% da receita operacional líquida. Esses serviços, contudo, vêm apresentando perdas de participação, uma vez que, em 2003, respondiam por 60,3% da receita. Dessa forma, a estrutura das telecomunicações vem se alterando no período de 2003 a 2006, no qual as telecomunicações sem fio vêm apresentando ganhos expressivos de participação, passando de 34,1%, em 2003, para 43,2%, em 2006. Esses ganhos resultantes da telefonia celular decorrem da crescente oferta de produtos e serviços mais sofisticados em termos tecnológicos, com destaque para aparelhos de telefonia celular dotados de câmaras digitais, MP3 e acesso à Internet. Essas novas ferramentas tecnológicas acompanham uma tendência das empresas de fornecerem serviços diversificados em um único aparelho, que passa a configurar-se como um facilitador para o atendimento de demandas de comunicação dos usuários.

O estudo do IBGE que analisou o mercado de TIC entre 2003 e 2006 mostrou a tendência de crescimento deste setor, tanto do ponto de vista da quantidade de empresas, quantidade de oferta de postos de trabalho, faturamento e valor adicionado / valor da transformação industrial. Também fica evidenciado a concentração desta indústria na região Sudeste, onde também se concentram a maioria dos cursos na área de TIC. Mas mostra que a contribuição da região Sul também é relevante e esta tem uma baixa concentração de cursos de TIC, resultando em uma escassez de profissionais qualificados para atuar neste setor.

O Mapeamento da Cadeia de Tecnologia da Informação e Comunicação, desenvolvido pelo Instituto Euvaldo Lodi, indica que, comparando o setor de TIC com outros setores industriais, é possível observar que aquele emprega poucas pessoas com baixa qualificação, evidenciando mais uma vez, que a capacitação dos profissionais da área é uma importante estratégia para suprir as necessidades apresentadas pelo setor que não para de crescer. Mesmo considerando as dificuldades para contratação de profissionais com o perfil requerido e indicando muitas vezes problemas com a qualidade dos profissionais contratados, o documento desenvolvido pela SOFTEX, Software e Serviços de TI – tecnologia da informação (IBGE, 2009) permite identificar que as empresas de Santa Catarina ainda acenam com perspectiva de crescimento da sua força de trabalho em TI. Segundo as informações do estudo, em três anos, quase 30% das pesquisadas planejam ampliar o seu quadro de pessoal em 25%; para 30,7% delas, a expansão será de 25 a 50%; expressivos 37,2% prevêem crescimento superior a 50%.

Constatações feitas por filiadas ao Sistema SOFTEX e entidades do setor de TIC dão conta que: o setor requer profissionais de TI com alto nível de instrução; percebe-se a falta do profissional com o perfil desejado no mercado; há vagas em aberto; planeja-se ampliar a força de trabalho em curto prazo.

O estudo realizado pela ACATE e PMF (CORAL et al, 2009) indica que atualmente o setor de TIC está precisando de 200 profissionais analistas/projetistas, 54 coordenadores/gerentes e 142 programadores/desenvolvedores. Ampliando para os próximos 4 anos estas necessidades saltam para 974, 286 e 476 profissionais, respectivamente. Estas vagas demonstram que no perfil desejado para o profissional da área é com um maior nível de formação, tal como em cursos de bacharelado e pós-graduações. No entanto, as vagas ofertadas mostram que são fortemente desejáveis neste perfil características que facilitem e propiciem o desenvolvimento de tecnologias novas.

Analisando as necessidades que o mercado local da Grande Florianópolis necessita, onde se localiza o IF- SC Campus São José, sabendo da escassez de cursos de Engenharia de Telecomunicações no Sul do Brasil e que o quadro de engenheiros que atua nessa área são oriundos dos cursos de engenharia elétrica, eletrônica, ou mesmo computação, para os quais a formação mais específica acaba sendo adquirida nas próprias empresas do setor, o IF-SC vem propor a criação deste curso que contribuirá para atender esta demanda de profissionais na região. A região Sul conta atualmente com apenas 8 cursos de ensino superior na área de Telecomunicações em atividade, sendo destes apenas 3 são de engenharia, divididos em um para cada estado. Dos cursos de Engenharia de Telecomunicações presentes na região Sul nenhum é gratuito.

Florianópolis tem cada vez mais se destacado no setor de TIC, atualmente é titulada por sua prefeitura municipal como a Capital da Inovação. De forma que para atender um setor que busca um forte crescimento, é imprescindível que ocorra a inclusão de um curso que possibilite ter profissionais ainda mais qualificados e dinâmicos para atender as necessidades de crescimento do setor. Este importante passo que o IF-SC dará, é uma contribuição fundamental para o sucesso das empresas e fortalecimento da região como uma referência nacional no setor de TIC.

De acordo com os dados do Censo de 2010, a população brasileira que era de 190.755.799 habitantes, o que representa um crescimento de 12,3%,em relação ao número de habitantes (169.799.170) do censo de 2000 (IBGE, 2011). A distribuição dessa população entre as diferentes faixas etárias indica a tendência do envelhecimento da população com um grande aumento na população entre 18 e 30 anos.

Dessa população total brasileira, o universo dos possíveis candidatos ao curso de Engenharia de Telecomunicações é composto pelos alunos que já concluíram o ensino médio. De acordo com os dados do MEC/INEP (MEC, 2009c), no ano de 2009 existiam 8.337.160 de alunos matriculados no ensino médio sendo 2.218.830 alunos na 3ª série. No estado de Santa Catarina eram 244.167 matriculados no ensino médio, sendo 67.637 cursando a 3ª série. Em 2009, 1.797.434 alunos concluíram o ensino médio, sendo 247.073 na região Sul e 58.240 em Santa Catarina. Dentre o universo de alunos que já concluíram (ou irão concluir neste ano) o ensino médio encontram-se os estudantes que se inscreveram no ENEM 2011 (MEC, 2011d). o todo no Brasil 6.221.697 estudantes inscreveram-se para as provas a região Sul apresentou 780.802 inscritos. Infelizmente não estão dados individualizados para Santa Catarina.

Também segundo dados do MEC/INEP no ano de 2009 (MEC, 2011e) havia no Brasil um total de 2.314 IES, sendo que 839 eram localizadas nas capitais e 1475 no interior. Destas, 245 são instituições públicas federais – 94, estaduais – 84 e municipais – 67. No estado de Santa Catarina são 96 IES, com 80 delas no interior do estado. O número total de docentes atuando na educação superior brasileira era de 359.0889, dos quais 91,3% possuíam algum tipo de pós-graduação, e 25,9% com doutorado. No ensino público federal existiam 131.302 docentes atuando no ensino superior dos quais 50,6% possuíam doutorado. No estado de Santa Catarina, 16.476 docentes atuam nas IES, sendo que o percentual com doutorado nas instituições públicas federais era de 65,5%. A meta 13 do PNE 2011-2020 prevê a elevação da a qualidade da educação superior pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para 75% sendo, do total, 35% doutores (MEC, 2011a). No ano de 2009 eram oferecidos 27.827 cursos de graduação presencial nas IES em todo o Brasil, com 1336 no estado de Santa Catarina (MEC, 2011e). Do número total de cursos a grande maioria é ofertada nas áreas de Ciências Sociais, Negócios e Direito (31,4%) e Educação (22,8%), sendo apenas 9,8% dos cursos na área de Engenharia, Produção e Construção. Considerando apenas os Institutos Federais e CEFETs, que oferecem 79,1% dos seus cursos no grau acadêmico de Tecnólogo, a situação da área de Engenharia, Produção e Construção é um pouco melhor, correspondendo a 33% de um total de 485 cursos.

O número de vagas oferecidas no ano de 2009 foi de 3.164.679, sendo preenchidas apenas 1.511.388 apesar de um procura média de 2 candidatos por vaga (MEC, 2011e). A distorção da educação brasileira se mostra mais visível quando analisado o percentual de vagas nas áreas de Ciências Sociais, Negócios e Direito (40,7,4%) e Educação (16,5%). Para a área de Engenharia, Produção e Construção foram ofertadas 322.200 (10,2%) vagas sendo que apenas 4807 (0,2% das vagas do sistema de educação superior brasileiro) eram para Engenharia de Telecomunicações. Os dados de 2011 do e-MEC (MEC, 2011d), indicam que nesta área são oferecidas anualmente 4181 vagas novas, divididas as regiões: Sul - 265, Sudeste - 2826, Nordeste – 500, Centro Oeste - 100 e Norte – 490. Dessas apenas 10,2% são no ensino público e gratuito.

Objetivos do Curso

O objetivo do curso é formar Engenheiros de Telecomunicações para atuar no promissor mercado de telecomunicações de Santa Catarina e do Sul do Brasil, o qual concentra um grande número de empresas provedoras de serviços, indústrias de equipamentos e desenvolvedores de soluções tecnológicas integradas para a área de tecnologia da informação e comunicação.

O curso de Engenharia de Telecomunicações pretende contribuir para a verticalização da formação profissional na área de telecomunicações oferecida pelo IF-SC. Em termos de ofertas, o IF-SC oferece Curso Técnico Integrado ao Ensino Médio de Telecomunicações, voltado a formação de jovens, integrando a formação geral à formação profissional. O IF-SC também oferece no período noturno o Curso Técnico Subsequente de Telecomunicações, voltado a formação de jovens e adultos para a área de telecomunicações. Esta é uma formação que procura atender a demanda por certificação e especialização de profissionais que já atuam na área técnica de telecomunicações, bem como capacitar trabalhadores para ingresso no mundo do trabalho nesta área tecnológica. Esta oferta de curso tem um papel social importante, abrindo novas perspectivas para atuação profissional para os egressos. Atualmente o IF-SC também oferta o Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, que embora proporcione um bom nível de formação, ainda deixa algumas lacunas na área de desenvolvimento de tecnologias e implementação de sistemas de telecomunicações.

A Engenharia de Telecomunicações mantém esta cadeia de formação e busca preencher as lacunas não cobertas pelo atual CST de Sistemas de Telecomunicações, tendo como objetivos na formação: desenvolver a capacidade de atuação do egresso no planejamento, inovação, desenvolvimento, projeto, implementação, operação e manutenção de sistemas de telecomunicações. Estas capacidades foram estabelecidas a partir da definição do perfil do egresso da Engenharia de Telecomunicações do IF-SC.

Perfil Profissional do Egresso

O engenheiro de Telecomunicações formado pelo IF-SC deve ser capaz de atuar prontamente no arranjo produtivo e de serviços da região, não somente preenchendo as necessidades atuais do setor, mas exercendo o papel de agente empreendedor e transformador da sociedade. Neste sentido, o engenheiro deve ser capaz de criar novos negócios e, por consequência, gerar indiretamente novas oportunidades para outros setores, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região. Entretanto, ele deve ser consciente de que as ações resultantes de seu trabalho devem garantir o bem estar das gerações futuras e por isso zelar pelo desenvolvimento de projetos ecologicamente corretos e por ações que não priorizem o ganho material e de capital em detrimento ao ser humano e a natureza, e o individual sobre o coletivo.

Uma visão de consenso dos proponentes do curso sobre o perfil do profissional é a de que o nosso país não deve ser um mero reprodutor de tecnologias, mas ter a capacidade de criar novas tecnologias e produtos sendo capaz de se igualar a outros países desenvolvidos em termos de número de patentes e registros de inovações. Neste sentido a formação do egresso da Engenharia de Telecomunicações tem como “competência central” o Projeto e Implementação de Sistemas de Telecomunicações, envolvendo software, hardware e processamento de sinais, mas ao mesmo tempo mantendo um viés horizontal de formação, de forma a ampliar as possibilidades de colocação do profissional. Um fator que contribuirá de forma significativa para a formação plena do egresso é a inserção dos alunos em projetos de pesquisa e desenvolvimento, os quais são realizados frequentemente pelos professores do grupo com o objetivo de integrar as atividades de ensino, pesquisa e a extensão.

Para fins didáticos, o perfil do egresso da Engenharia de Telecomunicações foi dividido em dois componentes: um perfil de formação geral e um perfil técnico específico. O perfil de formação geral procura articular as recomendações apontadas pelos MEC (MEC, 2009a) com aquelas sistematizadas a partir de um seminário realizado com as empresas da área de telecomunicações da região da Grande Florianópolis em 10 de junho de 2010. Neste perfil de formação geral destaca-se a capacidade de: (i) trabalhar em equipe, bem como gerenciar processos e pessoas; (ii) articular o desenvolvimento tecnológico e sua relação com as questões humanas, sociais e ambientais; (iii) considerar em suas atividades a ética, a segurança, as regulamentações, a legislação e as questões relativas ao mundo do trabalho; (iv) dialogar com os arranjos produtivos culturais, locais e regionais; (v) e ter uma visão sistêmica dos processos tecnológicos, considerando soluções e projetos integrados.

O perfil técnico específico tem como ponto de partida o “Referencial Nacional para Engenharia de Telecomunicações” (MEC, 2009b), o qual estabelece como “capacidade principal” para perfil do egresso do Engenheiro de Telecomunicações atuar no planejamento, projeto, instalação, operação e manutenção de sistemas de telecomunicações. Esta capacidade principal foi detalhada e articulada em função do perfil institucional da área de telecomunicações do IF-SC e em função dos arranjos produtivos locais e regionais, compilados também a partir do seminário realizado em junho de 2010 com as empresas da área de telecomunicações da região da Grande Florianópolis.

Como campo de aplicação, incluso nos Sistemas de Telecomunicações, estão as Redes de Computadores, o Sistema Telefônico e os Enlaces de Rádio frequência, Enlaces Ópticos e Enlaces de Satélite. Nestes sistemas destaca-se a tendência de convergência das tecnologias em torno das redes baseadas em comutação de pacotes, com destaque para os protocolos da arquitetura TCP/IP, a qual tem um papel de destaque na formação a ser desenvolvida no curso.

Áreas de Atuação

Conforme o “Referencial Nacional para Engenharia de Telecomunicações” (MEC, 2009b), o Engenheiro de Telecomunicações é habilitado para trabalhar em empresas de telecomunicações, no desenvolvimento e operação de sistemas de comunicações e com tecnologia da informação; em empresas de Telemática, com técnicas analógicas e digitais; em empresas de telefonia e radiocomunicação fixa e móvel com satélites de comunicação; comunicação multimídia e telecomunicação via cabo ou rádio; com instalações, equipamentos elétricos, eletrônicos, magnéticos e ópticos da Engenharia de Comunicação e de Telecomunicações; e com sistemas de cabeamento estruturado e fibras ópticas; em empresas de radiodifusão de sons e imagens, analógicas e digitais.

O Engenheiro de Telecomunicações do IF-SC terá como “competência central” o Projeto e Implementação de Sistemas. Com isto o mesmo estará capacitado a atuar nas áreas de desenvolvimento de produtos e sistemas para empresas de telecomunicações e na elaboração de soluções tecnológicas integradas, envolvendo projeto e desenvolvimento de software e hardware, para a área de telecomunicações.

Competências Finais

A Engenharia de Telecomunicações do IF-SC tem como “competência central” o Projeto e Implementação de Sistemas, envolvendo software, hardware e processamento de sinais. Para atender a esse foco de formação, o engenheiro formado terá as competências:

  • Projetar de forma integrada hardware e software de Sistemas de Telecomunicações, utilizando de metodologias apropriadas;
  • Utilizar técnicas formais para o projeto, validação e implementação de novos protocolos de comunicação;
  • Projetar e realizar experimentos para avaliação de desempenho de redes de comunicação;
  • Projetar e implementar algoritmos específicos para o processamento de sinais no contexto de sistemas de telecomunicações.

Como campo de aplicação, incluso nos Sistemas de Telecomunicações, estão as Redes de Computadores, o Sistema Telefônico e os Enlaces de Rádio Frequência, Enlaces Ópticos e Enlaces de Satélite. Nestes sistemas destaca-se a tendência de convergência das tecnologias em torno das redes baseadas em comutação de pacotes, com destaque para os protocolos da arquitetura TCP/IP, a qual tem um papel de destaque na formação a ser desenvolvida no curso.

Forma de Acesso ao Curso

O ingresso ao curso de Engenharia de Telecomunicações far-se-á de acordo com as normas estabelecidas em edital pelo órgão do sistema IF-SC responsável pelo processo de ingresso.

O número de vagas para o processo de ingresso na Engenharia de Telecomunicações será de 32 vagas por semestre, podendo as mesmas ser redefinidas a cada período letivo, desde que aprovadas no Colegiado Acadêmico do campus.

Trabalho de Conclusão de Curso

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é obrigatório no Curso de Engenharia de Telecomunicações e far-se-á de acordo com as normas estabelecidas na Organização Didática do Campus São José do IF-SC e com o Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso da Engenharia de Telecomunicações. O TCC tem carga horária de 140h e está organizado em duas disciplinas:

  • TCC I, na nona fase do curso, com carga horária de 36 horas;
  • TCC II, na décima fase do curso, com carga horária de 108 horas, cujo pré-requisito é a aprovação do TCC I.

Para matricular-se no TCC I o aluno deverá ter integralizado, no mínimo, 2520 horas do curso e ter o aceite de um professor para orientá-lo no desenvolvimento do TCC.

Estágio Curricular

O Estágio Curricular é obrigatório no Curso de Engenharia de Telecomunicações e far-se-á de acordo com as normas estabelecidas na Organização Didática do Campus São José do IF-SC. O Estágio Curricular visa proporcionar ao aluno a vivência no mundo do trabalho, facilitando sua adequação à vida profissional permitindo a integração dos diferentes conceitos vistos ao longo da sua vida escolar. Sua presença no currículo é resultado da forte demanda do mercado. A maioria das empresas da região costuma contratar estagiários para posterior efetivação. O estágio é, portanto, não somente um instrumento para vivência do mundo do trabalho e integração dos conceitos adquiridos durante o curso, mas, efetivamente, uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho.

O Estágio Curricular Obrigatório tem carga horária mínima de 160h e sua realização é possível após a integralização de 2160 horas da carga horária do curso.

Fundamentação Legal

A transformação em Instituto Federal (IF), a partir da Lei 11.892/2008, alterou o perfil da instituição agregando outros objetivos além da Educação Técnica de Nível Médio e Cursos Superiores de Tecnologia, incluindo a formação em Engenharia.

O documento elaborado pelo MEC/SETEC, intitulado “Princípios norteadores das engenharias dos IFs” (MEC, 2009a) estabelece uma série de princípios a serem seguidos pelas Engenharias nos Institutos Federais, o qual foi tomado como ponto de partir para a construção do currículo da Engenharia de Telecomunicações.

O IF-SC estabeleceu com a Deliberação 44/2010 do CEPE/IF-SC um conjunto de Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Engenharia no IF-SC, a ser seguido por todos os Campi da instituição, as quais foram utilizadas para a construção do currículo da Engenharia de Telecomunicações.

Para a construção do perfil profissional da Engenharia de Telecomunicações foram utilizados os Referenciais Nacionais para os cursos de Engenharia (MEC, 2009b) e o documento Convergência de Denominação para construção dos referenciais nacionais dos cursos de graduação - bacharelados e licenciaturas e engenharias (MEC, 2011b). Também foram utilizados os seguintes documentos legais:

  • Resolução CNE/CES 11/2002: Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Engenharia.
  • Resolução CNE/CES 2/2007: Dispõe sobre carga horária mínima e procedimentos relativos à integralização e duração dos cursos de graduação, bacharelados, na modalidade presencial.
  • Resolução CONFEA 1010/2005: Dispõe sobre a regulamentação da atribuição de títulos profissionais, atividades, competências e caracterização do âmbito de atuação dos profissionais inseridos no Sistema Confea/Crea, para efeito de fiscalização do exercício profissional.
  • Resolução CONFEA 218/1973: Discrimina atividades das diferentes modalidades profissionais da Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
  • Lei 5194/1966: Regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.

Referências Bibliográficas

  1. ACATE/PMF. Mapeamento dos Recursos Humanos e Cursos em Tecnologia da Informação e Comunicação – edição 2010. 2011. Disponível em: < http://rhtic.acate.com.br/downloads/relatorio.pdf > Acesso em: 30 ago. 2011.
  2. CEFETSC. Resolução CD 13/2008. 2008. Disponível em: < http://www.ifsc.edu.br/images/stories/file/Docs/Conselho%20Diretor/Resolucao_013_Atividades_de_Ensino_Pesquisa_Extensao.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  3. CEFETSC. Resolução CD 24/2008. 2008. Disponível em: < http://www.ifsc.edu.br/images/stories/file/Docs/Conselho%20Diretor/Resolucao%20024%20-%20Afastamento.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  4. Coral, E. Pereira, V.A. Bizzotto, C. E. N. Tecnologia da informação e comunicação. Florianópolis: IEL, 2009.
  5. FURST, Edward. Bloom's Taxonomy of Educational Objectives for the Cognitive Domain: Philosophical and Educational Issues. REVIEW OF EDUCATIONAL RESEARCH, v. 51, n. 4, p. 441-453, jan. 1981.
  6. IF-SC/CEPE. Deliberação 04/2010. 2010. Disponível em: < http://www.ifsc.edu.br/images/stories/file/Docs/CEPE/cepe_deliberacao_004-2010.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  7. IF-SC/CEPE. Deliberação 44/2010. 2010. Disponível em: < http://cs.ifsc.edu.br/portal/files/deliberacoes_cepe2010/CEPE_deliberacao_044_2010.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  8. IF-SC. Organização Didática – Campus de São José. 2008. Disponível em: <http://www.sj.ifsc.edu.br/images/Publicacoes/organizacao_didatica_2008.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  9. IF-SC. Portaria Nr 45 CSJ/IFSC. 2009. Disponível em: <http://wiki.sj.ifsc.edu.br/images/7/79/PortariaComissaoEngenhariaTelecom.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  10. IBGE. Primeiros resultados definitivos do Censo 2010: população do Brasil é de 190.755.799 pessoas. 2011. Disponível em : <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1866&id_pagina=1> Acesso em: 23 ago. 2011 .
  11. MEC . O PNE 2011-2020: Metas e estratégias. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/sf/comissoes/CE/documentos/Notas_Tecnicas_PNE_2011_2020.pdf> Acesso em: 23 ago. 2011.
  12. MEC. Construção dos Referenciais Nacionais para os Cursos de Graduação – Bacharelados e Licenciaturas, Engenharias: Convergência de Denominação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/convergencia_denominacao.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  13. MEC. Instituições de Educação Superior e Cursos Cadastrados. Disponível em: <http://emec.mec.gov.br/emec/nova#avancada> Acesso em: 23 ago. 2011 .
  14. MEC. Princípios Norteadores das Engenharias dos IFs. 2009. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015039.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  15. MEC. Referências Nacionais para os Cursos de Engenharia. 2009. Disponível em: <portal.mec.gov.br/dmdocuments/referenciais.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  16. MEC/INEP. ENEM 2011 - Edição deste ano bate recorde, com mais de 6 milhões de inscrições. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/rss_enem/-/asset_publisher/oV0H/content/id/75841> Acesso em: 23 ago. 2011 .
  17. MEC/INEP. ENEM 2011 - Sinopses Estatísticas da Educação Superior – Graduação. Disponível em : <http://portal.inep.gov.br/superior-censosuperior-sinopse> Acesso em: 23 ago. 2011 .
  18. MEC/INEP. Sinopses Estatísticas da Educação Básica – Ano 2009. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/download/superior/censo/2009/sinopse_da_educacao_superior_2009.xls> Acesso em: 23 ago. 2011.
  19. Número de Patentes do Brasil Decepciona ONU. Folha News, 2008. Disponível em: <http://www.inei.org.br/noticias/numero-de-patentes-do-brasil-decepciona-onu/> Acesso em: 30 ago. 2011.
  20. O'Neill, Jim, Brazil is now the 5th largest economy. 2 down 2 to go. Disponível em: <http://www2.goldmansachs.com/gsam/advisors/education/viewpoints_from_chairman/viewpoints-pdfs/brazil_is_now_the_5th_largest_economy.pdf> Acesso em: 30 ago. 2011.
  21. SALEK, Silvia. Brasil pode ser quinta economia do mundo na próxima década, diz Mantega. BBC Brasil, 2009. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090908_mantegass.shtml> Acesso em: 31 ago. 2011.
  22. TELLES, Marcia. Brasil sofre com a falta de engenheiros. Revista Inovação em Pauta, Brasília, n. 6, p 11-15, maio/ago, 2009.
  23. Witt, H-J., Alabart, J,R., Giralt, F., Herrero, J., Vernis, L. and Medir, M. A Competency-Based Educational Model in a Chemical Engineering School. International Journal of Engineering Education, v. 22, n. 6, 2006.

Site do Curso

Está disponivel na internet o novo site do Curso de Engenharia de Telecomunicações.

Rede Curricular

A rede curricular da Engenharia de Telecomunicações representa graficamente as disciplinas do curso, indicando as cadeias de pré-requisitos (linhas contínuas) e disciplinas que são recomendadas (linhas tracejadas). Clicando na rede curricular é possível navegar diretamente para as ementas das disciplinas da Engenharia de Telecomunicações. Outra opção de visualizar o curso é através da Matriz Curricular da Engenharia de Telecomunicações, que apresenta todas as disciplinas do curso em uma matriz navegável com uma aba para cada fase do curso.

Corpo docente do curso

Área de Telecomunicações

Alexandre Moreira, André Luiz Alves, Deise Monquelate Arndt, Diego Botelho, Diego da Silva de Medeiros, Ederson Torresini, Elen Macedo Lobato Merlin, Emerson Ribeiro de Mello, Eraldo Silveira e Silva, Evandro Cantu, Fabio Alexandre de Souza, Jaci Destri, Jorge Henrique Busatto Casagrande, Marcelo Maia Sobral, Marcio Henrique Doniak, Marcos Moecke, Maria Cláudia de Almeida Castro, Mario de Noronha Neto, Nilton Francisco Oliveira da Silva, Noberto Baú, Odilson Tadeu Valle, Pedro Armando da Silva Junior, Pedro Paulo Correa de Souza, Rubem Toledo Bergamo, Sandro Carlos Lima, Saul Silva Caetano, Tiago Semprebom, Volnei Velleda Rodrigues, e Volney Duarte Gomes.

Outras áreas

Adenir Steinbach (Administração, Economia); Vidomar Silva Filho (Portugues e Metodologia); Elenira Vilela, Márcio Eli Osório e Silviana Cirino (Matemática); Jair Líbero Cadorin e Nicanor Cardoso (Física); Carlos Boabaid Neto, Joaquim Manoel Gonçalves (Mecânica), Anastácio da Silva Júnior (Desenho Técnico); Felipe Silveira de Souza (Sustentabilidade); Giovani Pakuszewski (Quimica);

Notícias sobre a Engenharia de Telecomunicações do IF-SC

Informações úteis sobre Engenharia de Telecomunicações

Outros Links

Plano Nacional de Educação para o decênio 2011-2020
Anexo Metas e Estratégias
Meta 12
Meta 13
Notas Técnicas PNE 2011-2020