Mudanças entre as edições de "PJI4-2017-2"

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Edição das 17h35min de 11 de outubro de 2017

Endereço encurtado: http://bit.ly/pji4-20172


Projeto Integrador IV

Professores: Marcelo Maia Sobral (Facebook2.png Facebook) e Ederson Luiz de Souza Santos (ederson.luiz@ifsc.edu.br)
Encontros: 3a feira/19:00, 6a feira/19:00
Atendimento paralelo: 3a e 6a feira 18:30 h
Coordenadoria pedagógica (Graciane): graciane@ifsc.edu.br (3381-2890, 3381-2842)

Objetivo Geral

  1. Implantar um PABX IP integrado com serviços de telefonia fixa e móvel convencionais.
  2. Prover a infraestrutura de rede necessária para o adequado funcionamento deste PABX IP.
  3. Integrar os serviços de telefonia com outros serviços de rede.

Links interessantes

Provedores VoIP no Brasil

Avaliações

Aluno(a) Avaliação 1 Avaliação 2 Avaliação 3 Avaliação 4 Nota final

Resumo de comandos da CLI para o Asterisk

  1. O Asterisk pode ser carregado de duas formas:
    • foreground: utilizado para depurar problemas na inicialização do Asterisk, quando ele não puder ser inicializado.
    • background: modo padrão de inicialização

  2. Conectar à CLI do Asterisk carregado
    asterisk -r
    rasterisk
    
  3. Comandos na CLI
    1. Saindo da CLI sem interromper o processo
      exit
      
    2. Carrega canais SIP previamente registrados
      sip reload
      
    3. Mostra canais SIP registrados
      sip show peers
      
    4. Carrega plano de discagem
      dialplan reload
      
    5. Mostra a extensão criada no plano de discagem
      dialplan show default
      
    6. Finalizando processo no Asterisk
      sudo core stop now
      
    7. Ver aplicações disponíveis no Asterisk
      core show applications
      
  4. Iniciando Asterisk em modo Background
    sudo service asterisk start
    
  5. Carregar o Asterisk em modo ForeGround
    sudo asterisk -gc
    

28/07: Apresentação da disciplina

Aula 1


O foco do Projeto Integrador IV está na oferta de serviços ao usuário final e na convergência de serviços de telecomunicações, incluindo a integração dos serviços de telefonia fixa, móvel e VoIP. Além disso, também tem como objetivo a integração destes serviços de telecomunicações com outros serviços de rede como servidores Web, Email, Telefonia IP, administração de sistemas e usuários, compartilhamento de recursos, DNS, etc.


Na figura abaixo é apresentado um esboço do cenário que foi desenvolvido durante o Projeto Integrador III. A proposta inicial é integrar a este cenário serviços de telefonia IP e convencional. Além disso, outros serviços podem ser integrados a ambos, como e-mail, DNS, acesso à câmeras IP, etc.

Diagrama-PJI3.png


Uma vez integrados os serviços de rede e de telefonia e tendo em mente que a qualidade de serviço é um ponto sensível à aplicações de telefonia IP, espera-se desenvolver métodos de medição de rede para assegurar seu correto funcionamento.

PBX IP

Um PBX IP funciona como uma central telefônica, porém intermediando chamadas VoIP. Com isso, as chamadas são feitas de um telefone IP em direção ao PBX IP, que a encaminha ao telefone IP de destino de acordo com suas regras de discagem. A figura abaixo ilustra como funciona uma chamada VoIP típica através de um PBX IP.

Voip-call.png


Nas nossas aulas faremos uso de um PBX IP Asterisk, que é um software desenvolvido pela Digium. O Asterisk roda em computadores do tipo PC que possuem sistema operacional baseado em Linux. Sua licença é livre, o que significa que não há custo de licenciamento para utilizá-lo.

PBX IP Asterisk


Asterisk: uma solução completa de PABX baseado em software, permitindo ligar o mundo IP ao mundo da rede pública de telefonia comutada.

Características Básicas: faz tudo que um PABX pequeno e simples faz e pouco mais

  • ˆ Transferência, música de espera, siga-me, etc.
  • Conferência, correio de voz, URA, fila de chamadas, monitoramento de chamadas, integração com o Jabber (Google talk)


Asterisk-ex1.png
Exemplo de cenário de uso do Asterisk



O Asterisk é um software complexo e com muitos recursos. Porém sua função mais elementar, que é intermediar chamadas, pode ser entendida com base em dois elementos importantes desse tipo de PBX. Esses elementos são o plano de discagem e configurações de canais. Na terminologia do Asterisk, um canal pode ser entendido como um ramal ou tronco. Para ter o Asterisk funcionando como uma central simplificada, é suficiente configurar esses dois elementos.

Plano de discagem

O plano de discagem define como cada chamada deve ser processada. As instruções de processamento residem no arquivo de configuração /etc/asterisk/extensions.conf. O fluxo de processamento de chamadas pode ser visto resumidamente abaixo:

Asterisk-fluxo.png


Um exemplo de plano de discagem simples pode ser visto abaixo:

[default]; o nome deste contexto ... default é o contexto predefinido do Asterisk

# Chamadas para o número 101 são feitas via SIP para o canal "maria"
exten=>101,1,Dial(SIP/maria)
same=>n,Hangup()

# Chamadas para "teste" serão atendidas com um som de beep, seguido 
# da reprodução do arquivo de som "hello-world", em seguida outro beep e
# enfim se encerra a chamada.
exten=>teste,1,Playback(beep)
same=>n,Wait(1)
same=>n,Playback(hello-world)
same=>n,Wait(1)
same=>n,Playback(beep)
same=>n,Hangup

A estrutura do plano de discagem é composta por extensões (um termo específico do Asterisk). Cada extensão identifica um número (ou usuário) que pode ser chamado, e como essa chamada deve ser processada. A sintaxe pode ser vista abaixo:

exten=>identificador,prioridade,aplicação
  • identificador: o número ou usuário chamado
  • prioridade: a prioridade da extensão. Isso determina a ordem de execução das extensões que tratam do mesmo identificador.
  • aplicação: uma ação a ser realizada quando a extensão for processada. Por exemplo, a aplicação Dial determina que deve ser encaminhada a outro canal.

Como o processamento de uma chamada usualmente envolve uma sequência de extensões, existe uma sintaxe opcional para simplificar a declaração:

exten=>identificador,prioridade,aplicação
same=>prioridade,aplicação
  • same: declara uma nova extensão com mesmo identificador da extensão imediatamente anterior

Por fim, a prioridade (que define a ordem com que as extensões são processadas) declarada com o valor n equivale à prioridade da extensão imediatamente anterior incrementada em uma unidade:

exten=>101,1,Dial(SIP/101)
same=>n,Hangup; a prioridade aqui terá o valor 2

Canais SIP

Cada telefone SIP deve ter seu identificador cadastrado no Asterisk. O identificador pode tanto ser um número, análogo a um ramal, ou uma string alfanumérica. No terminologia do Asterisk, cada telefone SIP é chamado de canal SIP, e deve estar declarado em /etc/asterisk/sip.conf:

; Canal 2000 (um exemplo)
[2000]
defaultuser=maria ; o nome do usuário para fins de autenticação
secret=kabrum
type=friend ; pode efetuar e receber chamadas
host=dynamic ; pode conectar-se a partir de qualquer endereço IP
insecure=port,invite ; 
disallow=all
allow=gsm ; habilita este codec para o João.
allow=alaw ; outro codec
allow=ulaw ; mais um codec
qualify=yes; monitora o UAC

; Canal 1000 (outro exemplo)
[1000]
defaultuser=joao ; o nome do usuário para fins de autenticação
secret=blabla
type=friend ; pode efetuar e receber chamadas
host=dynamic ; pode conectar-se a partir de qualquer endereço IP
insecure=port,invite ;
disallow=all
allow=gsm ; habilita este codec
allow=alaw ; outro codec
allow=ulaw ; mais um codec
qualify=yes; monitora o UAC

Como se pode notar, a declaração de um canal SIP envolve muitos parâmetros que envolvem autenticação, controle de acesso, localização na rede, codecs e possivelmente outras capacidades. Como os valores de alguns parâmetros podem ser iguais para vários canais, o Asterisk possibilita a declaração de perfis (templates):

; Perfil alunos
[alunos](!);  a sequência "(!)" define isto como um perfil
type=friend ; pode efetuar e receber chamadas
host=dynamic ; pode conectar-se a partir de qualquer endereço IP
insecure=port,invite ; 
disallow=all
allow=gsm ; habilita este codec
allow=alaw ; outro codec
allow=ulaw ; mais um codec
qualify=yes; monitora o UAC

; Canal 2000
[2000](alunos); a sequência "(alunos)" copia as definições do perfil "alunos"
defaultuser=maria ; o nome do usuário para fins de autenticação
secret=kabrum

; Canal joao
[joao](alunos)
defaultuser=joao ; o nome do usuário para fins de autenticação
secret=blabla

Experimento: comunicação entre telefones IP ou softphones por meio de um PBX IP


Para realizar esses exercícios você deve usar o Asterisk na máquina virtual Grafico-2. Para testar as chamadas, use um softphone em seu celular ou em um computador.


1. Criar os seguintes canais SIP: 100 e 101 (escolha usuários e senhas para autenticação)

2. Crie um plano de discagem em que todos podem fazer chamadas para todos (isso é, 100 pode chamar 101, e vice-versa).

3. Configure os softphones de forma que se registrem no PBX Asterisk, usando as contas SIP criadas previamente.

5. A partir de um softphone faça uma chamada para a conta do outro softphone. Verifique se o softphone de destino acusou o recebimento de chamada. Caso isso não tenha ocorrido, verifique seu plano de discagem. Em seguida faça uma chamada em sentido contrário.

6. Execute o comando rasterisk -vvv no computador do Asterisk.

7. Usando o comando sip show peers, visualize os estados dos canais SIP conhecidos pelo Asterisk.

8. Refaça uma chamada entre os softphones, e observe o que aparece na tela do rasterisk.

9. Será possível verificar que chamadas estão em andamento no Asterisk usando o rasterisk ? Pesquise como se pode fazer isso.

10. Use o rasterisk para testar chamadas. Use o comando console dial canal_SIP para chamar um canal SIP (substitua canal_SIP pelo número a ser chamado). Ao final, execute console hangup.

11. Acrescente mais um canal SIP, editando o arquivo sip.conf. Configure um dos softphones para usar esse novo canal.

12. Teste chamadas entre os softphones usando esse novo número.

Possíveis problemas

  1. Em cada softphone crie uma conta SIP, que deve ser identificada por ramal@IP_do_PBX (ex: se o PBX tiver IP 192.168.2.110, as contas de alunos podem ser 100@192.168.2.110 e 101@192.168.2.110).
  2. Após definir as contas, verifique se os telefones indicaram que elas estão disponíveis (online). Você pode fazer essa verificação também no próprio Asterisk. Neste caso execute o seguinte comando para acessar o console do Asterisk:
    sudo rasterisk -vvv
    host*CLI> sip show peers
    host*CLI> sip show peers
    Name/username              Host             Dyn Nat ACL Port     Status     
    101/101                    192.168.2.10       D          11270    OK (6 ms)
    102/102                    192.168.2.210      D          63169    OK (12 ms)
    2 sip peers [Monitored: 2 online, 0 offline Unmonitored: 0 online, 0 offline]
    
  3. Se algum dos telefones não aparecer como OK no console do Asterisk, verifique se o número de ramal e a senha configuradas no telefone são os mesmos declarados em /etc/asterisk/sip.conf. Outro teste que se pode fazer é acessar o console do Asterisk, e depois tentar ativar as contas SIP nos telefones (i.e. colocá-las para indisponível ou offline, e depois reativá-las). O Asterisk irá mostrar algumas linhas informativas sobre os registros dos telefones..
  4. Se as contas SIP estão devidamente registradas no Asterisk, mas ainda assim as chamadas não são realizadas, o problema deve estar no plano de discagem. Neste caso, acesse o console do Asterisk e tente novamente fazer a chamada. Veja se o Asterisk informa na tela o motivo para a chamada não ser realizada. Em seguida, confira se seu plano de discagem (/etc/asterisk/extensions.conf) possui uma extensão que satisfaça a chamada que se deseja realizar. Isso é, se você estiver tentando chamar o ramal SIP 101@192.168.2.110, deve haver uma extensão assim:
    exten=>101,1,Dial(SIP/101)
    same=>n,Hangup
    

DICAS

Comandos válidos no CLI do Asterisk:

  1. Recarregar as configurações do arquivo sip.conf: sip reload</syntaxhighlight>
  2. Recarregar as configurações do arquivo extensions.conf: dialplan reload</syntaxhighlight>
  3. Ver canais SIP criados: sip show peers</syntaxhighlight>
  4. Gerar uma ligação via console: console dial extensão@contexto</syntaxhighlight>

PBX baseados em Asterisk

Existem softwares que implementam interfaces amigáveis para uso do Asterisk. Mais que isso, tais softwares criam um modelo de utilização do Asterisk, articulando seus recursos e funcionalidades de forma prática. Alguns deles são:


Algum deles poderia ser adequado ao projeto ? Ou seria melhor usar o Asterisk diretamente ?

02/08: Interligação de PBX Asterisk

Aula 2

Supondo que cada cliente do provedor tenha seu próprio PBX, pode ser necessário interligar suas centrais com o PBX do provedor. A interligação entre PBX Asterisk pode ser feita via rede de dados usando os protocolos SIP ou IAX2 (porém este segundo está em desuso). No primeiro caso, o encaminhamento de uma chamada entre dois PBX funciona como uma chamada SIP usual, e isso significa que a sinalização é feita com SIP e o áudio flui em separado com RTP. No segundo caso, o protocolo IAX2 (Inter-Asterisk eXchange) encapsula tanto a sinalização quanto os fluxos de áudio, o que simplifica o estabelecimento do tronco.

Modelo-pbx-asterisk.png


Inicialmente criaremos a infraestrutura para chamadas VoIP, a qual aumentaremos gradualmente para podermos reproduzir o modelo aqui descrito.

Tronco SIP

Em um entroncamento SIP (SIP trunking), um PBX pode encaminhar chamadas através de um tronco SIP. Essas chamadas podem ser originadas de diferentes formas, tais como telefones IP ou convencionais. Entre os PBX do entroncamento, as chamadas são sinalizadas com SIP e transmitidas com RTP (mais detalhes sobre esses protocolos serão vistos em aulas posteriores).

Sip-trunk.png

A ativação de um entroncamento SIP entre dois PBX Asterisk pode ser feita seguindo o exemplo abaixo:

PBX sip.conf extensions.conf
Norte
[Sul]
type=user
secret=supersercreta
host=IP_PBX_Norte
disallow=all
allow=ulaw
;canreinvite=no
directmedia=no
context=troncoSIP
qualify=yes

[ParaSul]
type=peer
fromuser=Norte
username=Norte
secret=supersecreta
host=IP_PBX_Sul
disallow=all
allow=ulaw
;canreinvite=no
directmedia=no
qualify=yes
 [troncoSIP]
 ; Ligando para a outra central e, na sequência, o "ramal" de destino
 exten => 4000,1,Dial(SIP/ParaSul/4000)
 same=>n,Hangup
Sul
[Norte]
type=user
secret=supersercreta
host=IP_PBX_Sul
disallow=all
allow=ulaw
;canreinvite=no
directmedia=no
context=troncoSIP
qualify=yes

[ParaNorte]
type=peer
fromuser=Sul
username=Sul
secret=supersecreta
host=IP_PBX_Norte
disallow=all
allow=ulaw
;canreinvite=no
directmedia=yes
qualify=yes
 [troncoSIP]
 ;
 ; Ligando para a outra central e, na sequência, o "ramal" de destino
 exten => 2000,1,Dial(SIP/ParaNorte/2000)
 same=>n,Hangup


Outra forma de fazer um entroncamento SIP é o seguinte:

PBX sip.conf extensions.conf
Central1
[central2]
type=friend
;defaultuser=central1; Canal SIP criado na Central 1
username=central1
host=192.168.25.102 ;ip da Central 2
secret=123
context=alunos
 [alunos]
 ; Ligando para a outra central e, na sequência, o "ramal" de destino
 exten => 4000,1,Dial(SIP/central2/3000)
 same=>n,Hangup
Central2
[central1]
type=friend
;defaultuser=central2; Canal SIP criado na Central 2
username=central2
host=192.168.25.101 ;ip da Central 1
secret=123
context=alunos
 [alunos]
 ;
 ; Ligando para a outra central e, na sequência, o "ramal" de destino
 exten => 2000,1,Dial(SIP/central1/2000)
 same=>n,Hangup

Atividade: estabelecendo chamadas entre diferentes PBX Asterisk

Nesta atividade, vamos realizar chamadas entre softphones registrados em diferentes PBX Asterisk. Isso implica definir um plano de numeração para os ramais da empresa. Sendo assim:

  1. Defina esse plano de numeração
  2. Crie as regras de discagem entre ramais da empresa
  3. Teste as chamadas
  4. Investigue a comunicação através do tronco (use o wireshark)


As centrais das equpes podem ser interligadas de foram distribuída (em malha) ou centralziada. Os diagramas a seguir ilustram essas duas topologias.

Centralizado
Distribuído
PJI4-4pbx-centralizado.jpg PJI4-4pbx.jpg


Padrões de extensões

Extensões podem ser representadas de forma compacta com padrões de extensões. Com esse recurso, muitas extensões podem ser atendidas com um único conjunto de regras, evitando um plano de discagem repetitivo. Por exemplo, se uma empresa possui ramais entre 100 e 199, o plano de discagem pode ser escrito assim:

exten=>_1XX,1,Dial(SIP/${EXTEN})
same=>n,Hangup

A extensão _1XX contida na primeira linha está escrita como um padrão (pattern), pois inicia com o caractere _. Os caracteres que seguem _ indicam cada dígito que deve aparecer para satisfazer essa extensão. Nesse exemplo, deve aparecer 1 seguido de dois dígitos quaisquer entre 0 e 9 (é esse o significado do caractere X). Desta forma, essa extensão atende qualquer número entre 100 e 199. Por fim, o número de fato chamado é armazenado na variável ${EXTEN}, que pode assim ser usada dentro da regra de discagem.

Alguns caracteres têm significado especial em padrões, como mostrado no exemplo (caractere X). A tabela abaixo lista esses caracteres:

Caractere Descrição
X Qualquer dígito entre 0 e 9
Z Qualquer dígito entre 1 e 9
N Qualquer dígito entre 2 e 9
[13-6] Qualquer dígito entre os colchetes (no exemplo, 1,3,4,5,6)
. Qualquer sequência de um ou mais dígitos
! Qualquer sequência de zero ou mais dígitos

Variáveis

O uso de variáveis no Asterisk possui funcionamento semelhante àquele encontrado nas linguagens de programação, permitindo ao “programador” utilizar variáveis já definidas pelo Asterisk bem como definir suas próprias variáveis. As definições das variáveis devem ser feitas no arquivo extensions.conf.

A sintaxe para trabalhar com variáveis no Asterisk é semelhante a do c-shell, porém as variáveis definidas pelo usuário não são sensíveis a caixa, ou seja, VAR e var referem-se à mesma variável.

  • Para definir uma variável: VAR=valor
  • Para obter o valor de uma variável: ${VAR}

Existem três tipos de variáveis:

  • Variáveis globais: Variáveis que estarão disponíveis a todos os canais e contextos em um plano de discagem. Essas devem ser declaradas dentro do contexto [globals] existente no arquivo extensions.conf ou utilizando a função GLOBAL() no plano de discagem.
  • Variáveis do canal: Variáveis que estão associadas especificamente com uma unica ligação. São definidas durante a chamada e só estão disponíveis para os participantes desta chamada. O Asterisk já define algumas variáveis específicas ao canal (Ex: ${CALLERID(num)}).
  • Variáveis de ambiente: São as variáveis obtidas do sistema operacional. Estas são referenciadas através do comando ENV. Ex: ${ENV(path)}.

Abaixo se pode ver um exemplo de plano de discagem que usa variáveis:

[globals]
; definicao de uma variavel global
VENDAS=SIP/6112

[alunos]
; definicao de uma variavel global atraves do comando Global e aplicacao Set
exten=> 6666,1,Set(GLOBAL(COMPRAS)=SIP/6113)
exten=> 6666,2,NoOp(${GLOBAL(COMPRAS)})

; definicao de uma variavel especifica ao canal
exten=> 7777,1,Set(teste=1)
exten=> 7777,n,NoOp(${teste})
exten=> 7777,n,Set(teste=$[${teste} + 1])
exten=> 7777,n,NoOp(${teste})
exten=> 7777,n,Hangup

Extensões especiais

Além das extensões criadas pelo usuário, o Asterisk apresenta algumas extensões especiais, tais como:

  • s (start): tem por objetivo tratar qualquer chamada que entre em um contexto e que não tenha um destino específico.
  • i (invalid): tem por objetivo tratar entradas inv ́lidas em um menu interativo
  • t (timeout): Em um menu interativo intercepta a chamada caso o usuário não forneça uma entrada dentro de um período de tempo estipulado.

11/08: Projeto 1: continuação sobre entroncamento

Aula 3

15/08: Projeto 1: Planejamento da Portaria Eletrônica

Aula 4


Hoje as equipes devem definir as características e funcionalidades a serem disponibilizadas pela portaria eletrônica VoIP. As estapas a seguir ajudam a delimitar o projeto:

  1. Que funcionalidades a portaria eletrônica oferece ? Em outras palavras, qual o serviço oferecido por esse produto ?
  2. Como a portaria eletrônica pode ser usada pelas pessoas ? De que formas se pode interagir com a portaria ?
  3. Que restrições existem para o desenvolvimento da portaria eletrônica ?
  4. Quais equipamentos e softwares podem ser utilizados ?
  5. Qual a infraestrutura necessária para implantar a portaria ?
  6. Que serviços podem ser agregados à infraestrutura da portaria eletrônica ?


Uma vez definidas as características da portaria eletrônica VoIP, deve-se escrever um plano de trabalho. Esse documento deve conter:

  • Os objetivos do projeto
  • A descrição do produto a ser desenvolvido
  • A identificação das etapas de desenvolvimento, e as metas para cada etapa
  • A enumeração das tarefas a serem realizadas em cada etapa
  • A identificação das dependências entre as tarefas
  • Os materiais a serem usados no projeto (equipamentos, softwares)
  • A base conceitual necessária para a realização de cada etapa
  • Um cronograma do projeto


As próximas atividades e estudos dependem da construção desse documento.

18/08: Projeto 1: Funções de PABX

Aula 5

Funções usando o plano de discagem

Para implantar funcionalidades conhecidas ou novas no Asterisk usando o plano de discagem, devem-se conhecer alguns recursos avançados. Aqui são apresentados quatro deles: extensões especiais, aplicações, padrões de extensões e variáveis.

Aplicações

As aplicações são usadas no plano de discagem. Assim, o processamento de uma chamada se faz pela execução sucessiva de aplicações, de forma a se obter o efeito desejado.

Dial

Encaminha a chamada para um destino.

Exemplo:

exten=>_1XXXX,1,Dial(SIP/${EXTEN})
same=>n,hangup

Background

Toca um arquivo de som como música de fundo. Esse arquivo deve estar em /usr/share/asterisk/sounds, e ser codificado com codec PCM ou WAV.

Exemplo:

exten=>666,1,Answer
same=>n,Background(hello-world)
same=>n,Hangup

Playback

Toca um arquivo de som. A diferença em relação a Background é que Playback devolve o controle ao Asterisk (i.e. ao plano de discagem) somente após tocar todo o arquivo. Esse arquivo deve estar em /usr/share/asterisk/sounds, e ser codificado com codec PCM ou WAV.

Exemplo:

exten=>666,1,Answer
same=>n,Playback(hello-world)
same=>n,Hangup

Wait

Força uma espera durante o processamento da chamada.

Exemplo:

exten=>666,1,Answer
same=>n,Playback(hello-world)
same=>n,Wait(1)
same=>n,Playback(beep)
same=>n,Hangup

Answer e Hangup

Answer atende uma chamada. Hangup termina uma chamada.

Exemplo:

exten=>666,1,Answer
same=>n,Playback(hello-world)
same=>n,Hangup

GoTo

Pula para um contexto (opcional), extensão, prioridade específica. Exemplo:

exten=>100,1,GoTo(vendas,s,1)

GoToIf

Trata-se do comando GoTo condicional. Sua sintaxe é:

GoToIf(condição?[rótulo se verdade]:[rótulo se falso])

Os rótulos podem assumir a forma:

 [[contexto],extensão,]prioridade

Exemplo:

[alunos]

exten=>6111,1,GoToIf($["${CALLERID(num)}" != "6112"]?2:4)
same=> n,Dial(SIP/6111,30)
same=> n,Hangup
same=> n,Answer
same=> n,Playback(hello-world)
same=> n,Hangup

Set

Modifica o valor de uma variável.

Exemplo:

exten=>666,1,Set(Tentativas=1)
same=>2,Dial(SIP/666,10)
same=>3,Set(Tentativas=${Tentativas}+1)
same=>4,GoToIf($[${Tentativas} < 2]?2:5)
same=>5,Hangup

Log

Grava um texto qualquer no log do Asterisk.

Exemplo:

exten=>666,1,Log(DEBUG,"Chamada para 666")
same=>n,Dial(SIP/666,10)
same=>n,Hangup

NoOp

Não faz nada, sendo útil para depurar o plano de discagem. Exemplo:

exten=>100,1,NoOp(${CONTEXT})


Atividades


  1. Faça com que chamadas para números externos à sua central recebam o prefixo 048. exten=>_NXXXXXXX,1,Dial(SIP/qualquer_tronco_externo/048${EXTEN})</syntaxhighlight>
  2. Faça com que números externos sempre saiam pela operadora Pastel Telecom, que tem um prefixo 66. Ex: se a chamada for para 0144935221111, o número chamado deve ser 0664935221111.exten=>_0ZZZZZXXXXXXX,1,Dial(SIP/qualquer_tronco_externo/066${EXTEN:3})</syntaxhighlight>
  3. Façam com que chamada para celulares, que têm primeiro dígito entre 6 e 9, sejam sempre encaminhados por um determinado tronco.exten=>_9XXXXXXX,1,Dial(SIP/qualquer_tronco_gsm/${EXTEN})

exten=>_0ZZ9XXXXXXX,1,Dial(SIP/qualquer_tronco_gsm/${EXTEN}) exten=>_0ZZZZ9XXXXXXX,1,Dial(SIP/qualquer_tronco_gsm/${EXTEN})</syntaxhighlight>

  1. Faça com que chamadas que saiam de sua central tenha como identificador de chamada o número da central e o nome do originador da chamada. Dica: ver a variável predefinida CALLERID do Asterisk. Dica
  2. Crie uma extensão que, caso não seja atendida em 15 segundos, uma gravação seja apresentada comunicando que o ramal chamado está indisponível. Dica:: ver os comandos Dial e Playback.
  3. Crie outra extensão que, se não for atendida em 15 segundos, seja encaminhada para outro ramal (ex: telefonista).
  4. Crie outra extensão cujas chamadas estejam limitadas em 60 segundos após o atendimento. Se esse tempo for excedido, dois beeps devem ser apresentados (um beep por segundo) e chamada é encerrada. Dica: ver o comando Dial
  5. Modifique o exercício anterior para que os dois beeps sejam apresentados 10 segundos antes da chamada exceder o tempo limite de 60 segundos.
  6. Modifique a extensão do exercício 6 para que o encaminhamento para outro ramal ocorra somente se o primeiro ramal estiver ocupado. Se estiver indisponível, a chamada deve ser terminada. Dica: ver o comando GotoIf
  7. Crie uma extensão que está associada a um grupo de ramais. Uma chamada para essa extensão é encaminhada simultaneamente para todos os ramais do grupo. O primeiro ramal que atender captura a chamada
  8. Crie uma extensão que, ao receber uma chamada, apresente uma mensagem dizendo digite um ramal, e em seguida espere até 10 segundos para que um ramal seja digitado. Se nenhum ramal for digitado, a chamada é desviada para a telefonista.
  9. Crie uma extensão que reproduza um áudio três vezes usando o conceito de contador (uma variável que controle a quantidade de repetições).
  10. Crie uma extensão que, ao receber uma chamada, apresente uma mensagem de voz informando a data e horário no seguinte formato: dia, mês, dia da semana, hora, minuto, segundo.
  11. Crie uma extensão que somente pode receber chamadas dentro de determinados horários. Fora desses horários uma gravação deve ser reproduzida. Ver GotoIfTime
  12. Crie uma extensão que, enquanto se espera que a chamada seja atendida, o chamador escute uma música. Dica: ver a funcionalidade de música em espera (music on hold).
  13. Crie um serviço que possibilite saber se um determinado ramal SIP está disponível. Esse serviço deve retornar uma mensagem de voz informando o estado do ramal em questão (disponível, ocupado, indisponível).

22/08: Projeto 1: Funções de PABX (continuação)

Aula 6

25/08: Projeto 1: Funções de PABX (continuação)

Aula 7

29/08: Projeto 1: Funções de PBX: URA e correio de voz

Aula 8

Hoje serão vistas duas funcionalidades de uma central que podem ser aplicadas à portaria eletrônica:

  • URA
  • Correio de voz

URA

O que é uma URA (Unidade de Resposta Audível) ? Clique na imagem abaixo ...

Ura-tabajara.png
URA Tabajara

Uma URA implementa um menu audível para auto-atendimento. Sua construção é feita toda no plano de discagem, como se pode ver no exemplo abaixo:

[default]
exten => s,1,Answer
exten => s,2,NoOp(Ligação entrou na URA)
exten => s,n,Background(/var/lib/asterisk/sounds/benvindo)
exten => s,n,NoOp(Digite a opção/1-suporte/2-comercial/3-financeiro)
exten => s,n,WaitExten(6); caso nada tenha sido digitado durante a mensagem "benvindo", espera mais 6 segundos no máximo

exten => 1,1,NoOp(Chamada foi para Suporte)
same => n,Dial(SIP/2402,60)
same => n, Hangup

exten => 2,1,NoOp(Chamada foi para Comercial)
same => n,Dial(SIP/2801,60)
same => n, Hangup

exten => 3,1,NoOp(Chamada foi para Financeiro)
same => n,Dial(SIP/2000,60)
same => n, Hangup

exten => i,1,NoOp(Extensão inválida)
same => n,Playback(beep)
same => n,GoTo(s,3); volta para o menu

exten => t,1,NoOp(Tempo esgotado)
same => n,Dial(SIP/3401,60)
same => n,Hangup

A URA é composta por mensagens de voz, que instruem o usuário sobre o que ele pode fazer (isto é, apresentam as opções), e músicas, que o entreteem (!?) enquanto aguarda uma operação ser realizada. Assim, para criar uma URA minimamente funcional são necessários esses arquivos de voz. Para gravá-los, pode-se criar uma extensão especial, por exemplo, que atenda por 9005nome_de_um_arquivo. Ao chamar essa extensão, pode-se pronunciar a mensagem de voz assim que o Asterisk atender. Para encerrar a mensagem, deve-se digitar #. O arquivo de voz resultante estará no diretório /var/lib/asterisk/sounds, ou em qualquer outro diretório especificado na aplicação record.

exten=>_9005.,1,answer()
same=>n,record(/var/lib/asterisk/sounds/${EXTEN:4}.wav,5,0)
same=>n,playback(/var/lib/asterisk/sounds/${EXTEN:4})
same=>n,hangup()

Para a implantação de uma URA (e de muitas outras funções típicas de PBX) em um PBX Asterisk, é necessário conhecer os recursos que ele oferece. Dentre esses recursos, há aplicações e variáveis, já estudados em aulas anteriores, e características (features). Hoje serão vistos alguns desses recursos, que usaremos para implantar uma URA.

Atividade

  1. Defina uma URA para sua portaria eletrônica: considere que ela pode ser apresentada tanto para pessoas que desejam entrar no condomínio, quanto por moradores que acessem o sistema da portaria estando fora do condomínio.
  2. Implante a URA projetada.


Correio de voz


A função de correio de voz possibilita a gravação de mensagens de voz para usuários do PBX. Um usuário é identificado por um número de caixa postal, que usualmente corresponde ao seu número telefônico. A ativação dessa função envolve duas configurações no PBX:

  1. Devem-se declarar as caixas postais, com seus números, senhas, identificação de usuário e email. Isso se faz no arquivo voicemail.conf.
  2. Deve-se criar a lógica de discagem que possibilite a gravação de mensagens de voz. Isso se faz no plano de discagem, e a aplicação para gravar uma mensagem se chama voicemail.


1- Editar o arquivo voicemail.conf e deixar apenas as seguintes linhas:

[general] format=wav ;Formato do áudio a ser armazenado maxmsg=100 ;Máximo de mensagens gravadas na pasta minsecs=3 ;Tempo mínimo da mensagem maxsilence=10 ;Período máximo de silêncio maxlogins=3 ;Número máximo de tentativas de login por usuário

[default] 2000 => 1234,um_nome,um_email</syntaxhighlight>

2- Editar o arquivo extensions.conf, direcionar as chamadas não atendidas de uma extensão para o correio de voz e criar uma segunda extensão que dê acesso às caixas de mensagens:

VOICEMAIL MENU

exten => 999,1,VoiceMailMain() exten => 999,2,HangUp() exten => 999,3,PlayBack(vm-goodbye) exten => 999,4,HangUp()

RAMAL 100 + VOICEMAIL (FOR TEST ONLY)

exten => 2000,1,Dial(SIP/2000,5) exten => 2000,2,VoiceMail(2000) </syntaxhighlight>


3- Reloads:

dialplan reload voicemail reload </syntaxhighlight>

Atividades

  1. Acrescente a opção de correio de voz a sua URA
  2. Implante o correio de voz da portaria eletrônica

01/09: Outras funções de PBX

  • Revisar o planejamento do projeto: muita coisa foi vista desde a escrita do plano de trabalho. A luz da sua compreensão atual sobre o que se consegue fazer com um PBX Asterisk, revise o seu plano.
Aula 9

Após experimentar a implantação de um correio de voz e uma URA, podem-se conhecer outras possíveis funções de PBX existentes no Asterisk, tais como:

Essas funções podem ser úteis na infraestrutura de telefonia a ser implantada na primeira etapa do projeto. Como exemplo, algumas delas são apresentadas a seguir.

Música de espera

O Asterisk permite o uso de MP3 como música de espera, porém MP3 são arquivos complicados de se trabalhar pois requerem o uso de aplicações externas para que possam ser reproduzidos, como por exemplo mpg123. Seu funcionamento também pode não agradar muito já que em alguns casos a música pode ser reproduzida em alta rotação além de elevar a carga de processamento da máquina no caso de soluções de grande porte.

A partir da versão 1.2 do Asterisk se sugere não mais usar o mpg123. O melhor é converter arquivos MP3 para um formato que o Asterisk trate nativamente, como por exemplo, wav ou pcm (μLaw). A ferramenta ffmpeg pode ser usada para converter arquivos MP3 para WAV ou PCM.

# convertendo o arquivo musica.mp3 para musica.wav e musica.pcm
ffmpeg -i musica.mp3 -ar 8000 -ac 1 -ab 64 musica.wav -ar 8000 -ac 1 -ab 64 -f mulaw
musica.pcm -map 0:0 -map 0:0

Os arquivos de música devem ficar em um diretório especificado para cada contexto, conforme definido no arquivo musiconhold.conf:

# configuracao no arquivo musiconhold.conf
[alunos]
mode=files
directory=/var/lib/asterisk/moh
sort=random
# deve-se colocar os arquivos wav e/ou pcm no diretorio especificado acima

Para testar a música em espera no plano de discagem, pode-se usar a aplicação MusicOnHold:

exten=>667,1,Set(CHANNEL(musicclass)=alunos)
same=>n,Answer
same=>n,MusicOnHold()
same=>n,Dial(SIP/667)
same=>n,Hangup

Filas de atendimento

Amplamente utilizadas nos sistemas de 0800. A configuração é feita no arquivo queues.conf:

[fila-suporte]
musicclass=default
strategy=ringall; roundrobin, rrmemory
timeout=10
wrapuptime=30
periodic-announce = em-breve
periodic-announce-frequency=60
member=>SIP/6111
member=>SIP/6112

No plano de discagem a fila de atendimento pode ser usada da seguinte forma:

[suporte]
exten=> s,1,Set(CHANNEL(musicclass)=suporte)
exten=> s,2,Playback(bem-vindo)
exten=> s,3,Queue(fila-suporte)

Captura de chamadas

A captura possibilita que se puxe uma chamada de um colega no mesmo grupo de chamadas. Isso evita que se tenha que levantar para atender um telefone do seu vizinho que não para de tocar. A captura pode ser feita discando *8 (isso pode ser alterado no arquivo features.conf).


Call-capture.png
Captura de chamadas - figura obtida de: Flávio Gonçalves. Guia de Configuração para Asterisk PBX, 5a edição.

Para habilitar a captura de chamadas é suficiente definir a que grupo de chamadas cada canal pertence (parâmetro callgroup), e de que grupos se pode capturar chamadas (parâmetro pickupgroup). No caso de canais SIP isso fica em sip.conf:

[joaozinho]
callgroup=1
pickupgroup=1,2
...

Estacionamento de chamadas

O estacionamento de chamadas é feito no arquivo features.conf fazendo uso dos seguintes parâmetros:

  • parktext: Extensão utilizada para fazer o estacionamento de chamadas, após invocá-la o sistema irá indicar em qual posição a chamada atual foi estacionada.
  • ˆ parkpos: Define o número de vagas para o estacionamento de chamadas.
  • context: Define o nome do contexto para o estacionamento de chamadas. É necessário incluir este contexto nos demais contextos que poderão usar o estacionamento de chamadas.
  • parkingtime: Se definida, indica o tempo máximo que uma chamada poderá ficar estacionada. Se este tempo estourar o sistema irá fazer uma ligação para o ramal que estacionou a chamada em questão.


Parking-calls.png
Estacionamento de chamadas - figura obtida de: Flávio Gonçalves. Guia de Configuração para Asterisk PBX, 5a edição.

Abaixo se pode ver um exemplo de plano de discagem que usa estacionamento de chamadas:

[vendas]

include=>parkedcalls

exten=>6200,1,Dial(SIP/6200,30,tT)
exten=>6200,n,Hangup

Atividades

  1. Teste cada uma das funções de PBX apresentadas: configure seu PBX e experimente cada uma dessas funções.
  2. Investigue as demais funções de PBX citadas na apresentação desta aula. Experimente testá-las em seu PBX.

05/09: Projeto 1: outras funções de PBX

Aula 10

12/09: Projeto 1: Implantação do protótipo do porteiro IP

Aula 11

Nesta primeira etapa da disciplina, introduziu-se um PBX IP e suas funções. Esse estudo não foi exaustivo, pelo contrário. Houve a preocupação de realizar um primeiro contato com a tecnologia, principalmente quanto à lógica envolvida em sua utilização. Essa investigação preliminar foi fundamental para se criar uma base de conhecimento necessária à realização do projeto do Porteiro IP.

Uma possível estrutura para o sistema do Porteiro IP está ilutsrada a seguir. Nessa figura se podem ver a central que comandas as funções do porteiro, o painel com teclado, microfone e falante, combinado a uma fechadura elétrica para portão, para uso de pessoas que desejam entrar no condomínio, e os interfones e telefones celulares dos moradores.

PJI4-Porteiro-ip-1.jpg
Uma possível estrutura para o sistema do Porteiro IP


A conclusão desta primeira etapa envolve implantar o porteiro IP com essas características. O plano de trabalho feito por cada equipe é um bom ponto de partida, e deve prever o seguinte:

  • Identificar os requisitos do sistema: o que ele deve fazer ?
  • Descrever suas funcionalidades: como ele deve realizar os requisitos identificados ? Que módulos do sistema podem ser imaginados ?
  • Selecionar os equipamentos e materiais que compõem o sistema: como cada parte pode ser implantada em um protótipo simplificado ?
  • Implementar as funcionalidades
  • Integrar o sistema e testar seu funcionamento


Essa atividade deve ser realizada nas aulas de 12 e 15/09, e será usada para fins de avaliação. Essa avaliação é feita em duas partes:

  1. Demonstração do protótipo do Porteiro IP em laboratório para os professores
  2. Entrega de relatório no Moodle. Pode-se utilizar como base este documento para elaboração do relatório. No item 3 deste documento (PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS), descrever todos os procedimentos realizados para a implantação do seu protótipo. Imagine que com o documento redigido por você outra pessoa deverá ser apta a implantar seu porteiro IP.

15/09: Projeto 1: Implantação do protótipo

Aula 12

19/09: Projeto 1: Implantação e conclusão do protótipo

Aula 13
  • Programas para abrir o portão:
    • porta2.py: programa que abre o portão. Deve ser executado sem argumentos. Abre o portão se receber um comando por meio da rede.
    • cmd.py: programa que envia um comando pela rede para abrir o portão. Deve ser executado no PBX IP.


A abertura do portão pode ser feita com dois programas:

  1. Um programa executado no painel, que abre o portão se receber uma mensagem vinda da rede
  2. Um programa executado no PBX, o qual envia uma mensagem para o painel para abrir o portão

O programa que envia a mensagem contendo o comando de abertura do portão deve ser executado no PBX quando um morador pressionar uma tecla específica em seu interfone. Somente quando uma chamada entre interfone e painel do portão estiver em andamento esse programa pode ser executado. Para que isso funcione, o PBX deve ser capaz de interpretar uma notificação de dígito pressionado vinda do interfone. O Asterisk é capaz desse tipo de ação por meio de features, as quais estão configuradas no arquivo features.conf.

Uma feature associa uma sequência de um ou mais dígitos a uma ação a ser executada no PBX. Algumas features são predefinidas, tais como transferência e captura de chamada. Novas features podem ser definidas na seção applicationmap do arquivo features.conf. Uma nova feature associa uma sequência de dígitos a uma aplicação típica de plano de discagem. Para maiores informações, abra esse arquio e leia a explicação contida na seção applicationmap.

Dica: a execução de um programa no PBX pode ser feita com a aplicação System.

O exemplo a seguir mostra a definição de uma nova feature chamada chaveia. Essa feature associa a tecla 0 (zero) à aplicação Playback(tt-monkeys):

chaveia => 0,self,Playback,tt-monkeys

A definição de uma feature segue então o formato:

nome_da_feature => sequência,canal,aplicação,argumentos da aplicação

Sendo que:

  • sequência: a sequência de dígitos desta feature
  • canal: canal em que a aplicação será executada:
    • peer: no canal oposto a quem digitou a sequência
    • self: no canal de quem digitou a sequência
  • aplicação: a aplicação de plano de discagem a ser executada
  • argumentos: os argumentos da aplicação, caso existam

Além disso, para que uma feature esteja disponível em uma chamada, a variável de canal DYNAMIC_FEATURES deve estar definida. Por exemplo:

[default]
exten=>_[123]XX,1,noop(painel chamando apto ${EXTEN})
same=>n,Set(DYNAMIC_FEATURES=chaveia)
same=>n,Dial(SIP/${EXTEN},30)
same=>n,hangup()

O exemplo acima possibilita que o canal originador da chamada ative a feature chaveia. Porém no caso do porteiro VoIP não é isso que se deve fazer. As chamadas se originam do painel para algum morador, e por isso não pode ser o canal originador quem abre o portão. Se assim fosse, o próprio painel liberaria o portão ! A solução é liberar a execução da feature somente no canal chamado (interfone). O Asterisk não tem um jeito direto de fazer isso, então é necessário o pequeno truque mostrado a seguir:

[macaquinhos]
exten=>s,1,noop(ativa feature para tocar macaquinhos)
same=>n,Set(DYNAMIC_FEATURES=chaveia)
same=>n,Return

[default]
exten=>_[123]XX,1,noop(painel chamando apto ${EXTEN})
same=>n,Dial(SIP/${EXTEN},30,U(macaquinhos))
same=>n,hangup()

No exemplo acima, usa-se o conceito de subrotina para ativar a feature no canal chamado. A opção U(macaquinhos) da aplicação Dial faz com que a subrotina macaquinhos seja executada no canal chamado quando atender a chamada. Uma subrotina se assemelha a um contexto que possui somente a extensão s. A chamada é processada nessa extensão até que apareça a aplicação Return, que termina a subrotina. Com isso consegue-se ativar a feature somente no interfone.

22/09: Projeto 1: O protocolo SIP

Aula 14

O protocolo SIP

O protocolo SIP segue um modelo P2P (peer-to-peer), em que dois ou mais participantes, chamados de agentes, trocam mensagens com a finalidade de estabelecerem algum tipo de sessão (de voz no nosso caso, mas pode ser de video, mensagem instantânea, ou algum outro tipo de serviço). Assim, cada agente em uma sessão SIP se comporta tanto como cliente (quando envia requisições SIP) quanto servidor (quando responde a requisições SIP). A parte que inicia requisições se chama UAC (User Agent Client), e a que responde requisições é denominada UAS (User Agent Server), estando ambas implementadas nos telefones IP e similares.

Uma sessão SIP envolve a interação entre duas entidades lógicas, que no caso de chamadas VoIP são por vezes chamadas simplesmente de usuários. A diferença entre entidade lógica e agente é que a primeira é o usuário (recurso) que inicia ou recebe chamadas, e o segundo é a aplicação que contém os mecanismos para efetuar e receber chamadas - pense que a entidade seria uma pessoa, e o agente o aparelho telefônico em uma chamada telefônica convencional. Cada entidade é identificada por uma URI (Uniform Resource Indicator) SIP, semelhante a um número de telefone. Além de identificar uma entidade lógica, a informação em uma URI SIP indica a forma com que essa entidade deve ser contatada via SIP. Exemplos de URI SIP seguem abaixo:

# Uma URI simples, tipicamente usada em mensagens INVITE (que iniciam sessões SIP)
sip:1234@biloxi.example.com

# Uma URI mais elaborada, tipicamente usada em alguns cabeçalhos SIP (ex: Contact ou Refer-to)
sip:joseph.fourier@transform.org:5060;transport=udp;user=ip;method=INVITE;ttl=1;
maddr=240.101.102.103?Subject=FFT

As comunicações SIP seguem uma hierarquia, cujos níveis são:

  • Mensagens: mensagens de texto individuais trocadas entre agentes.
  • Transação: sequência de mensagens entre dois agentes iniciando com uma requisição e terminando com uma resposta final.
  • Diálogo: uma relação entre dois agentes que persiste por algum tempo, e identificada por um Call-ID.
  • Chamada: composta por todos os diálogos originados por um agente.

Sip-relation.gif
'Mensagens, transações, diálogos e chamadas

Mensagens SIP

O protocolo SIP tem uma estrutura simplificada com mensagens de pedido e resposta, assemelhando-se ao protocolo HTTP. Essas mensagens possuem a seguinte estrutura:

Linha inicial
Cabeçalho1: valor do cabeçalho 1
Cabeçalho2: valor do cabeçalho 2
...
CabeçalhoN: valor do cabeçalho N
<linha em branco>
corpo da mensagem (opcional)

A diferença básica entre pedidos e respostas SIP está na linha inicial: pedidos contém um método SIP e seus parâmetros, e respostas possuem um código de status junto com um curto texto informativo. Abaixo são mostradas duas mensagens SIP: um pedido e sua respectiva resposta. Nesse exemplo, ambas mensagens não possuem um corpo de mensagem (lembre que isso é opcional):


Sip-example1.png


Pedido:

REGISTER sips:ss2.biloxi.example.com SIP/2.0
Via: SIP/2.0/TLS client.biloxi.example.com:5061;branch=z9hG4bKnashds7
Max-Forwards: 70
From: Bob <sips:bob@biloxi.example.com>;tag=a73kszlfl
To: Bob <sips:bob@biloxi.example.com>
Call-ID: 1j9FpLxk3uxtm8tn@biloxi.example.com
CSeq: 1 REGISTER
Contact: <sips:bob@client.biloxi.example.com>
Content-Length: 0

Resposta:

SIP/2.0 200 OK
Via: SIP/2.0/TLS client.biloxi.example.com:5061;branch=z9hG4bKnashd92
 ;received=192.0.2.201
From: Bob <sips:bob@biloxi.example.com>;tag=ja743ks76zlflH
To: Bob <sips:bob@biloxi.example.com>;tag=37GkEhwl6
Call-ID: 1j9FpLxk3uxtm8tn@biloxi.example.com
CSeq: 2 REGISTER
Contact: <sips:bob@client.biloxi.example.com>;expires=3600
Content-Length: 0

O pedido exemplificado foi uma mensagem do tipo REGISTER, que é um tipo de método SIP. Um método pode ser entendido como um comando enviado de um participante a outro. A resposta contém o status 200 OK, que significa que o pedido foi atendido com sucesso. Por fim, ambas mensagens contiveram um conjunto de cabeçalhos necessários para caracterizá-las, dentre eles Via, From, To, Call-Id, CSeq, Contact e Content-Length. As tabelas a seguir descrevem resumidamente os principais métodos e cabeçalhos SIP.

Método SIP Descrição
REGISTER Usado por um agente para notificar a rede SIP (outros agentes) sobre sua URI de contato
INVITE Usado para estabelecer sessões entre dois agentes
ACK Confirma respostas finais a requisições INVITE
BYE Termina uma sessão previamente estabelecida
CANCEL Encerra tentativas de chamadas
OPTIONS Consulta um agente sobre suas capacidades

Tabela de métodos SIP (não exaustiva ... apenas os principais métodos)


Cabeçalho SIP Descrição Obrigatoriedade Uso
Via Registra a rota seguida por uma requisição, sendo usado para que respostas sigam o caminho inverso Requisição e resposta Requisição e resposta
To Identifica o destinatário de uma requisição Requisição e resposta Requisição e resposta
From Identifica o originador da requisição Requisição e resposta Requisição e resposta
Call-Id Identifica univocamente uma chamada entre um UAC e um UAS. Requisição e resposta Requisição e resposta
CSeq Numera as requisições de uma mesma chamada de um mesmo UAC Requisição Requisição e resposta
Contact Identifica o originador da requisição ou o recurso requisitado Requisição e resposta
Max-Forwards Máximo número de saltos que a requisição pode atravessar Requisição Requisição
Content-Length Informa a quantidade de bytes do corpo da mensagem Requisição e resposta
Date Informa a data e horário de uma requisição ou resposta Requisição e resposta
Supported Lista uma ou mais opções suportadas por um UAC ou UAS Requisição e resposta
User-Agent Informa sobre o agente (o programa) originador de uma requisição
Allow Informa os métodos SIP aceitos pelo UAS Resposta
Content-type Informa o tipo de conteúdo contido no corpo da mensagem
WWW-Authenticate Informa que o UAC deve se autenticar para o UAS (e como isso deve ser feito) Resposta
Authorization Contém as credenciais para autenticar o UAC para o UAS Requisição

Tabela de cabeçalhos SIP (não exaustiva ... apenas os principais cabeçalhos)

Resposta Classe
1XX Informativas
2XX Sucesso
3XX Redirecionamento
4XX Falha na requisição
5XX Falha no servidor
6XX Falha global

Tabela com as classes de respostas

Atividades

Nas análises pedidas a seguir, faça o seguinte:

  • Investigue os cabeçalhos das mensagens SIP: identifique todos os cabeçalhos existentes nessas mensagens, e observe seus valores
  • Diagnostique o resultado de cada mensagem de requisição: analise sua respectiva mensagem de resposta

Usando o wireshark faça o seguinte:

  1. Capture os pacotes de uma chamada com sucesso entre dois ramais. Identifique a sequência de mensagens que formam essa chamada em questão.
  2. Repita a captura, porém para uma chamada feita para um ramal que não exista (ou extensão inexistente).
  3. Repita a captura, porém para uma chamada feita para um ramal existente, mas que não esteja registrado.

Diagramas de chamadas

Alguns tipos de chamadas VoIP com SIP são recorrentes, estando representadas nas subseções a seguir.

Registro de agente SIP em um proxy SIP

Esta chamada ocorre entre um agente SIP e um servidor de registro SIP (SIP Registar), que está implementado tipicamente em um proxy SIP, um gateway de media, ou um PBX IP (este último incorpora as funções dos dois primeiros com as de um PBX). O registro do agente SIP tem por finalidade fazer com que o servidor de registro SIP conheça a localização do agente (endereço IP e port usado pelo UAS).

Fone 1                      Proxy SIP ou PBX IP
     |                             |
     |          REGISTER           |
     |---------------------------->|
     |      401 Unauthorized       |
     |<----------------------------|
     |          REGISTER           |
     |---------------------------->|
     |            200 OK           |
     |<----------------------------|
     |                             |

Chamada direta entre dois agentes SIP

Uma chamada direta entre dois agentes envolve uma transação INVITE, em que um agente convida o outro a estabelecer uma sessão SIP com um determinado tipo de media (ex: audio). A chamada é finalizada quando um dos agentes inicia uma transação BYE.

 Fone 1                    Fone 2
     |                        |
     |       INVITE           |
     |----------------------->|
     |    180 Ringing         |
     |<-----------------------|
     |                        |
     |       200 OK           |
     |<-----------------------|
     |         ACK            |
     |----------------------->|
     |      RTP Media         |
     |<======================>|
     |                        |
     |         BYE            |
     |<-----------------------|
     |       200 OK           |
     |----------------------->|
     |                        |

Chamada entre dois agentes SIP com intermediação de um Proxy SIP

A principal diferença entre este tipo de chamada e o anterior é o uso de um (ou mais) proxy SIP entre os dois agentes. O proxy SIP tem por finalidade ajudar na realização das chamadas, uma vez que usualmente incorpora a função de servidor de registro. Um proxy SIP encaminha chamadas para o agente chamado, ou para outro proxy mais próximo do destino, podendo aplicar regras de controle de acesso quanto a quem pode realizar chamadas para quem.

Fone 1      Proxy SIP ou PBX IP     Fone 2  
             (directmedia=yes)          
     |                |                |                
     |   INVITE       |                |                
     |--------------->|   INVITE       |                
     |  100 Trying    |--------------->|    
     |<---------------|   100 Trying   |
     |                |<---------------|                
     |                |                |     
     |                |  180 Ringing   |
     |  180 Ringing   |<---------------|                
     |<---------------|                |    
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|                
     |<---------------|                |                
     |     ACK        |                |                
     |--------------->|    ACK         |                
     |                |--------------->|    
     |                |                |
     |         RTP Media               |
     |<===============================>|
     |                |                |
     |                |    BYE         |
     |     BYE        |<---------------|                
     |<---------------|                |                
     |     200 Ok     |                |                
     |--------------->|     200 Ok     |                
     |                |--------------->|    
     |                |                |
     |                |                |

Chamada entre dois agentes SIP com intermediação de um gateway de media

Este caso é parecido com o anterior, que usa um proxy SIP. A diferença está na intermediação do fluxo de media, que é feita pelo gateway de media. Isso possibilita que dois agentes estabeleçam uma chamada mesmo usando codecs diferentes, pois o gateway de media fará a tradução entre codecs.

Fone 1            PBX IP              Fone 2
              (directmedia=no)        
     |                |                |
     |   INVITE       |                |
     |--------------->|   INVITE       |
     |  100 Trying    |--------------->| 
     |<---------------|  100 Trying    |
     |                |<---------------| 
     |                |   180 Ringing  |
     |   180 Ringing  |<---------------|                
     |<---------------|                |      
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |     ACK        |                |
     |--------------->|    ACK         |
     |                |--------------->|
     |    RTP Media   |   RTP Media    |
     |<==============>|<==============>|
     |     BYE        |                |
     |--------------->|    BYE         |
     |                |--------------->|
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |                |                |

Chamada entre dois agentes SIP com intermediação de um gateway de media e uso de re-INVITE

O uso de re-invite possibilita que o fluxo de media seja estabelecido diretamente entre os agentes SIP, caso usem o mesmo codec. Assim, evita-se a carga de processamento envolvida na intermediação pelo gateway de media. Isso é feito com o envio pelo gateway de media (representado abaixo por um PBX IP) de um novo INVITE para cada agente SIP, após a sessão SIP estar estabelecida. Esse novo INVITE contém uma descrição de media (mensagem SDP embutida no corpo da mensagem INVITE) com a localização do outro agente SIP - isso é, seu endereço IP, port UDP para a stream RTP e codec a ser usado.

Fone 1            PBX IP              Fone 2
              (directmedia=yes)        
     |                |                |
     |   INVITE       |                |
     |--------------->|   INVITE       |
     |  100 Trying    |--------------->| 
     |<---------------|  100 Trying    |
     |                |<---------------| 
     |                |  180 Ringing   |
     |  180 Ringing   |<---------------|                
     |<---------------|                |      
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |     ACK        |                |
     |--------------->|    ACK         |
     |    INVITE      |--------------->|
     |<---------------|   INVITE       |
     |    200 OK      |--------------->|
     |--------------->|    200 OK      |
     |    ACK         |<---------------|
     |--------------->|    ACK         |
     |                |<---------------| 
     |                                 |
     |              RTP Media          |
     |<===============================>|
     |     BYE        |                |
     |--------------->|    BYE         |
     |                |--------------->|
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |                |                |


Atividades

Nas análises pedidas a seguir, faça o seguinte:

  • Desenhe um diagrama dos diálogos SIP identificados, destacando os agentes SIP envolvidos, métodos SIP e códigos de resposta.
  • Investigue os cabeçalhos das mensagens SIP, identificando as informações que relacionam as mensagens de um mesmo diálogo.
  • Diagnostique o resultado da chamada: se teve sucesso ou não (e qual foi o problema, caso tenha falhado).
  • Descubra a duração das chamadas com base na captura.


  1. Capture os pacotes de uma chamada com sucesso entre dois ramais. Identifique a sequência de mensagens que formam o diálogo SIP em questão.
  2. Repita a captura, porém para uma chamada feita para um ramal que não exista (ou extensão inexistente).
  3. Repita a captura, porém para uma chamada feita para um ramal existente, mas que não esteja registrado.
  4. Repita a captura, porém para uma chamada feita para um uma extensão que seja atendida pela própria central.
  5. Analise estes arquivos de captura, e descreva as chamadas ali realizadas:


26/09: O protocolo SDP e o transporte de midia

Aula 15

SDP (Session Description Protocol)

Ao iniciar uma chamada com SIP, a negociação de midia a ser transmitida é especificada no corpo da mensagem INVITE. O formato da especificação é descrito pelo protocolo SDP (Session Description Protocol), contendo as seguintes informações:

  • Endereço IP
  • Perfil RTP (usualmente RTP/AVP)
  • Número de port do protocolo de transporte (usualmente UDP)
  • Tipo de midia (audio, video, e possivelmente outros)
  • Esquema de codificação de midia (o tipo de codec a ser usado)
  • Assunto da sessão (uma descrição)
  • Horários de início e fim
  • Identificação do contato da sessão

Assim como SIP, SDP codifica suas informações em texto simples. Uma mensagem SDP é composta por linhas de texto chamadas de campos, cujos nomes são abreviados por uma única letra. Os campos de uma mensagem SDP são:

Sdp-fields.png
Tabela de campos SDP


Um exemplo de mensagem SDP segue abaixo:

Sdp-msg.png


A descrição completa de cada campo, e os possíveis valores que ele pode assumir, pode ser lida nas referências (em especial, este capítulo de livro).

Atividade

  1. Realize uma chamada usando softphones, e capture seus datagramas UDP com wireshark. Em particular, observe os corpos da mensagem SIP INVITE e de sua correspondente resposta 200 OK.
    • Identifique os atributos das mensagens SDP contidas nos corpos dessas mensagens SIP
    • Analisando essas mensagens SDP, informe o seguinte:
      • endereços IP e port para fins de transmissão de midia entre participantes
      • codecs que podem ser usados em cada direção
      • o tipo de midia a ser transportada
  2. Realize uma chamada para uma das câmeras IP. Em seguida, faça a mesma análise do ítem 1.
  3. Ative o suporte a chamada de video em seus softphones e no Asterisk. O seguinte atributo deve ser adicionado à seção general em sip.conf no Asterisk:
    videosupport=yes
    
  4. Faça uma chamada de video entre os softphones e repita a análise do ítem 1.

O transporte de midia com protocolo RTP


O protocolo RTP (Real-Time Protocol) foi desenvolvido para possibilitar o transporte de datagramas de tempo-real contendo voz, video, ou outro tipo de dados, sobre IP. Tanto H.323 quanto o modelo SIP usam RTP para o transporte de media, tornando-o o padrão mais comum para comunicações desse tipo na Internet. Apesar desse protocolo não prover qualidade de serviço (i.e. ele não possui mecanismos para atender tais tipos de requisitos), ele torna possível a detecção de alguns dos problemas introduzidos por uma rede IP, tais como:

  • Perda de pacotes
  • Atraso fim-a-fim variável
  • Chegada de pacotes fora de ordem


Esses problemas não são novidade ... nós já os discutimos nas aulas sobre transmissão de dados multimidia. O que há de novo é um protocolo que dá subsídios para as técnicas que buscam atender requisitos de qualidade de serviço. Esses subsídios são informações providas pelo RTP para ajudar a identificar os problemas citados acima, as quais são:

  • Identificação do tipo do conteúdo que está sendo carregado (codec): isso informa ao receptor como ele deve decodificar o conteúdo transportado (ver esta tabela de identificadores de codec usados pelo RTP)
  • Numeração de sequência: essa informação possibilita identificar pacotes perdidos ou fora de ordem.
  • Marcação de tempo (timestamp): com isso é possível efetuar o cálculo de variação de atraso e implementar algum mecanismo de sincronização com a fonte (ex: atraso de reprodução).


Essas informações fazem parte da PDU RTP, como se pode ver a seguir:

Localização do RTP na camada de transporte Cabeçalho RTP
Rtp1.png Rtp-header.png

RTCP

Além do RTP, o protocolo auxiliar RTCP (Real-Time Control Protocol, também definido na RFC 3550) foi definido para o monitoramento da entrega dos pacotes (recepção da stream). Com esse protocolo, os participantes de uma sessão de media podem fazer o intercâmbio de relatórios e estatísticas. Cada tipo de relatório é transportado por um tipo de pacote RTCP. O uso de relatórios possibilita o feedback sobre a qualidade da comunicação, incluindo informações como:

  • Número de pacotes enviados e recebidos
  • Número de pacotes perdidos
  • Jitter (variação de atraso)

Os cinco tipos de relatórios são:

  • Relatório do transmissor (Sender Report - SR)
  • Relatório do receptor (Receiver Report - RR)
  • Descrição da fonte (Source Description - SDES)
  • Bye
  • Específico da aplicação (Application Specific - APP)

Como o tráfego RTCP é puramente overhead, o protocolo foi projetado para que seu consumo da capacidade da rede seja constante, não importa quantos participantes da sessão de media existam. A ideia é que quanto mais participantes houver, menos frequentemente os relatórios RTCP são enviados. Por exemplo, se em uma conferência houver somente dois participantes, os relatórios podem ser enviados a cada 5 segundos. Se houver quatro participantes, os relatórios são enviados a cada 10 segundos. Com isso o consumo de banda para relatórios se mantém constante e previsível.

Atividade

Essa atividade busca ilustrar os fluxos RTP com um exemplo:

  1. Estabeleça uma chamada VoIP entre dois softphones usando o Asterisk como intermediário.
  2. Execute o wireshark no computador onde roda o Asterisk, e ative a captura de datagramas UDP.
  3. Observe os pacotes RTP capturados pelo Wireshark. Selecione alguns deles e investigue as informações contidas em seu cabeçalho. Procure identificar o codec usado e as marcações de tempo. Compare as marcações de tempo do RTP com os instantes de recepção desses pacotes.
  4. Estime o jitter durante a recepção de ao menos 15 segundos de audio.
  5. Observe os relatórios RTCP:
    • Que tipos de relatórios são enviados ?
    • Com que frequência esses relatórios são transmitidos ?
    • Que informações esses relatórios contêm ?

Correção para o wireshark

O wireshark instalado no Ubuntu 14.04, como nas VM do laboratório, possui um bug que impede que se visualize a análise do fluxo de chamadas VoIP. Nessa versão, quando se seleciona no menu Telephony->VoIP Calls, e em seguida clica-se em uma das chamadas apresentadas e depois o botão Flow, o wireshark termina a execução. A solução para esse problema envolve instalar uma versão mais recente do wireshark:

sudo add-apt-repository ppa:wireshark-dev/stable
sudo apt-get update
sudo apt-get install wireshark-gtk

... e após a instalação execute wireshark-gtk.

03/10: Investigando os protocolos envolvidos nas chamadas

Aula 16

Sinalização com SIP

As chamadas que realizamos por meio do Asterisk foram iniciadas e terminadas usando protocolo SIP. Elas podem ser enquadradas em dois casos:

  1. Chamada com intermediação de gateway de midia
  2. Chamada com intermediação de gateway de midia, porém usando re-INVITE

Os diagramas a seguir servem para melhor entender como ocorrem as comunicações em cada caso.

Chamada entre dois agentes SIP com intermediação de um gateway de media

Este caso é parecido com o anterior, que usa um proxy SIP. A diferença está na intermediação do fluxo de media, que é feita pelo gateway de media. Isso possibilita que dois agentes estabeleçam uma chamada mesmo usando codecs diferentes, pois o gateway de media fará a tradução entre codecs.

Fone 1            PBX IP              Fone 2
              (directmedia=no)        
     |                |                |
     |   INVITE       |                |
     |--------------->|   INVITE       |
     |  100 Trying    |--------------->| 
     |<---------------|  100 Trying    |
     |                |<---------------| 
     |                |   180 Ringing  |
     |   180 Ringing  |<---------------|                
     |<---------------|                |      
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |     ACK        |                |
     |--------------->|    ACK         |
     |                |--------------->|
     |    RTP Media   |   RTP Media    |
     |<==============>|<==============>|
     |     BYE        |                |
     |--------------->|    BYE         |
     |                |--------------->|
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |                |                |

Chamada entre dois agentes SIP com intermediação de um gateway de media e uso de re-INVITE

O uso de re-invite possibilita que o fluxo de media seja estabelecido diretamente entre os agentes SIP, caso usem o mesmo codec. Assim, evita-se a carga de processamento envolvida na intermediação pelo gateway de media. Isso é feito com o envio pelo gateway de media (representado abaixo por um PBX IP) de um novo INVITE para cada agente SIP, após a sessão SIP estar estabelecida. Esse novo INVITE contém uma descrição de media (mensagem SDP embutida no corpo da mensagem INVITE) com a localização do outro agente SIP - isso é, seu endereço IP, port UDP para a stream RTP e codec a ser usado.

Fone 1            PBX IP              Fone 2
              (directmedia=yes)        
     |                |                |
     |   INVITE       |                |
     |--------------->|   INVITE       |
     |  100 Trying    |--------------->| 
     |<---------------|  100 Trying    |
     |                |<---------------| 
     |                |  180 Ringing   |
     |  180 Ringing   |<---------------|                
     |<---------------|                |      
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |     ACK        |                |
     |--------------->|    ACK         |
     |    INVITE      |--------------->|
     |<---------------|   INVITE       |
     |    200 OK      |--------------->|
     |--------------->|    200 OK      |
     |    ACK         |<---------------|
     |--------------->|    ACK         |
     |                |<---------------| 
     |                                 |
     |              RTP Media          |
     |<===============================>|
     |     BYE        |                |
     |--------------->|    BYE         |
     |                |--------------->|
     |                |    200 Ok      |
     |     200 Ok     |<---------------|
     |<---------------|                |
     |                |                |

Atividade

  1. Execute o wireshark no hospedeiro, e deixe-o capturando datagramas UDP (especifique isso em Capture->options).
  2. Realize uma chamada entre dois softphones, usando as contas do seu servidor Asterisk.
  3. Observe as mensagens trocadas entre softphones e Asterisk (use menu Telephony->VoIP Calls e depois Graph). Em particular, observe quem é o receptor e transmissor de cada mensagem SIP e também dos pacotes de midia (protocolo RTP).
  4. Edite o arquivo sip.conf do seu Asterisk, e defina a opção directmedia=yes (isso deve estar no perfil que você definiu para as contas). Faça o Asterisk reler o sip.conf:
    rasterisk
    > sip reload
    
  5. Refaça a chamada entre os softphones, e observe no wireshark as mensagens SIP e pacotes RTP. O que mudou em relação à chamada anterior ?
  6. Em qual caso, dentre os apresentados no início da aula, cada chamada se enquadra ? O que se pode concluir quanto ao papel do Asterisk em cada caso ?


06/10: VoIP e NAT

Aula 17

A existência de um ou mais tradutores NAT entre telefones dificulta o estabelecimento de chamadas. Isso porque o NAT modifica o endereço IP e port (UDP ou TCP) de origem de pacotes que viajam da rede interna para a externa, o que fica inconsistente com o que foi negociado na chamada com SDP. Há alguma abordagens para contornar esse problema:

  • Informando o endereço IP e port UDP que de fato aparecerão para a rede externa: proposta do STUN e ICE, porém nem sempre funciona (STUN) ou é complicado (ICE).
  • Usando gateway de midia: abordagem mais comum, por ser mais fácil de ser implantada e dar bons resultados.

Para entendermos os problemas causados pelo NAT na telefonia IP, iremos primeiramente fazer uma investigação utilizando como base para isso todo o conhecimento sobre os protocolos SIP, SDP e RTP previamente adquiridos. Assim, iremos implementar os cenários descritos na Atividade 1 e posteriormente Atividade 2, fazer chamadas de teste, capturar os pacotes destas chamadas utilizando o Wireshark e posterior análise destes.


Atividade 1- Softphone atrás de NAT

Cenário1-Aula7.png

  1. A comunicação entre canais SIP internos a cada PABX IP de cada aluno deve estar funcionando corretamente (sinalização e áudio) tanto com REINVITE como SEM REINVITE;
  2. A comunicação entre canais SIP de diferentes PABX IP deve estar funcionando corretamente tanto com REINVITE como SEM REINVITE;
  3. Cada aluno deve montar uma estrutura de rede que será apresentada em aula utilizando AP TP-LINK;
  4. Fazer as devidas configurações para que tenha áudio nas comunicações entre os diferentes PABX IP.



Solução utilizando o Asterisk

O Asterisk pode ajudar a viabilizar a comunicação com telefones VoIP que estão atrás de gateways NAT. Na definição de cada canal SIP devem-se incluir as opções:

nat=yes
qualify=yes
directmedia=no

Aqui tem uma boa explicação sobre o que fazem essas opções.


Atividade 2- Asterisk atrás de NAT

Cenário1-Aula8.png

  1. Configurar a rede indicada na figura acima. Para isso, utilizar uma VM Servidor como roteador com NAT habilitado;
  2. Abrir o Wireshark na máquina onde o Asterisk está instalado;
  3. Tentar registrar um usuário SIP usando o softphone mostrado na figura. Foi possível? A máquina Asterisk recebeu alguma solicitação?
  4. Fazer as configurações necessárias para que o Asterisk receba as as solicitações vindas do softphone;
  5. Uma vez o usuário estando registrado, fazer testes de chamadas e verificar se há áudio.


Solução utilizando o Asterisk


Redirecionamento de portas em Roteador Linux

Para fazermos o redirecionamento de um fluxo entrante para outro servidor, devemos executar o seguinte: iptables -t nat -A PREROUTING -d ip_de_destino_do_pacote -p protocolo --dport porta_de_destino -j DNAT --to ip_servidor_interno:porta_servidor_interno </syntaxhighlight>

Para vermos as regras de NAT criadas executamos o seguinte comando: iptables -t nat -L</syntaxhighlight>


Configuração sip.conf

Se for o Asterisk que está atrás de NAT, então deve-se configurar seu IP válido, de forma que o PBX possa informá-lo nas mensagens SDP para as streams de audio. Para isso, deve-se acrescentar em sip.conf na seção [general] [1]:

[general]
externip=IP_público

; devem-se informar as redes privativas onde está o Asterisk (pode haver mais de uma ... basta repetir o 
; atributo localnet para cada subrede). Isso é importante para que o Asterisk saiba quando usar o IP
; público (para telefones fora de sua rede) ou privativo (telefones dentro de sua rede) nas mensagens
; SDP que especificam o IP e port UDP para as streams RTP.
localnet=prefixo/máscara


OBS: isso só funciona quando o Asterisk está no caminho da stream de áudio. No caso de telefones VoIP que conversam diretamente, só resta STUN ou alguma outra técnica do tipo ...


Dica para testar o áudio

Para testar o áudio com apenas um softphone logado você pode criar uma extension no arquivo extensions.conf que toque uma música. Segue abaixo:

exten=>999,1,Answer exten=>999,n,Playback(tt-monkeys) exten=>999,n,Hungup()</syntaxhighlight>

Ativar NAT em Roteador Linux

Configurar as máquinas servidoras para fazer NAT:iptables -t nat -A POSTROUTING -s 10.0.1.0/24 -o eth0 -j MASQUERADE</syntaxhighlight> Lembre-se de adequar a interface (eth0, eth1, ...) para o seu caso e também a rede (10.0.2.0/24, 10.0.3.0/24. ...).

STUN: Session Traversal Utilities for NAT


Ou: um quebra-galho para resolver os problemas de outro quebra-galho ...


O estabelecimento de uma chamada VoIP implica iniciar e manter duas streams de áudio (uma em cada sentido da comunicação). Cada stream usa o protocolo RTP, cujas PDUs são transportadas dentro de datagramas UDP. Portanto, cada telefone IP precisa alocar um port UDP, por onde serão recebidas as PDUs RTP.

Voip-call.png
Diagrama que mostra uma chamada VoIP típica intermediada por um PBX. A sinalização se faz através do PBX, mas as streams de áudio RTP são estabelecidas diretamente entre os telefones VoIP.


As informações necessárias para transmitir as PDUs da stream RTP são informadas no momento em que se inicia a chamada. Um dos telefones IP usa o protocolo SIP para solicitar uma chamada com outro telefone (mensagem INVITE). Dentro dessa mensagem INVITE é encapsulada uma mensagem SDP, que contém as informações necessárias para criar uma stream de áudio, tais como codecs aceitos, e endereço IP e port UDP onde o telefone iniciador da chamada espera receber as PDUs RTP. Se o telefone chamado aceitar a chamada, sua resposta SIP terá status 200 OK, e encapsulará uma mensagem SDP contendo a identificação dos codecs que aceita utilizar, além de seu endereço IP e port UDP onde espera receber as PDUs RTP. Assim, com base nas informações contidas nas mensagens SDP, os telefones IP podem estabelecer as streams de áudio em ambas direções. A figura abaixo ilustra uma mensagem SDP encapsulada em uma mensagem SIP INVITE.


Sdp.png
O endereço IP e o port UDP para estabelecer a stream RTP são informados dentro da mensagem SDP, quando o telefone VoIP tenta iniciar uma chamada com SIP (mensagem INVITE). A lista de codecs da mensagem SDP foi omitida por simplicidade.


Mas como essas streams de áudio podem ser estabelecidas se existir um ou mais gateways NAT entre os telefones VoIP ? A mensagem SDP com a descrição dos dados de uma stream é preenchida usando o endereço IP e port UDP do telefone VoIP. No entanto, a existência de um gateway NAT faz com que o endereço IP e port UDP desse telefone VoIP sejam diferentes para quem estiver fora de sua rede. O correto seria ter na mensagem SDP o endereço IP e port UDP que serão usados após passar o NAT - quer dizer, os valores que serão visíveis para o outro telefone VoIP. Para isso foi criado o serviço STUN (Session Traversal Utilities for NAT), que possibilita que um telefone VoIP (ou qualquer outro cliente) descubra seu endereço IP e port UDP visíveis para quem estiver do outro lado do gateway NAT. A figura abaixo ilustra como o STUN poderia ser usado para essa finalidade.

STUN.png
Cenário em que se poderia usar STUN


O STUN foi criado para ser usado imediatamente antes de iniciar uma transmissão UDP. Como mostrado na figura abaixo, um cliente envia a um servidor STUN uma mensagem de pedido de vinculação (binding request), que deve usar como port UDP de origem o mesmo port que se pretende usar para a stream de áudio. Esse servidor STUN deve estar fora da rede, de forma que o pedido de vinculação por ele recebido seja modificado pelo NAT. A resposta do servidor STUN (binding response) contém o endereço IP e número de port UDP que apareceram no pedido de vinculação. Com isso o cliente consegue descobrir como esses valores deverão aparecer após passarem pelo NAT. Assim, a mensagem SDP pode ser preenchida com os valores apropriados para a stream de áudio.


Stun-diagram.png
Exemplo de mensagens trocadas com STUN


Deve-se notar que o STUN não faz milagre ! Como apontado no início do texto, STUN é um quebra-galho criado para tentar resolver os problemas de outro quebra-galho (no caso, o NAT). Para que o STUN funcione, o NAT deve permitir que datagramas UDP vindos de outro endereço IP (o telefone VoIP na outra ponta da ligação) acessem o endereço IP e port UDP que foram alocados quando da consulta do cliente para o servidor STUN. Como será visto em uma aula futura, isso só é possível se o NAT for do tipo full cone, restricted cone ou port restricted cone. Quer dizer, se o NAT for do tipo simétrico, o STUN não funcionará. E muitos NAT em equipamentos proprietários são do tipo simétrico (ao contrário do Linux, que implementa um NAT port restricted cone) ...

Servidores STUN

Existe uma implementação de um servidor STUN para Linux (disponível no Ubuntu via apt). Basta instalá-lo em um computador e usá-lo como servidor STUN, contanto que ele esteja do outro lado do NAT. No laboratório de Programação foi ativado um servidor STUN no computador dos professores, e ele atende em 192.168.1.231. Esse servidor atende apenas a necessidade dos experimentos dentro do laboratório. No caso geral, quando o servidor STUN deve possuir endereços IP válidos, existem servidores públicos, conforme mostrado na listagem abaixo:

provserver.televolution.net
sip1.lakedestiny.cordiaip.com
stun1.voiceeclipse.net
stun01.sipphone.com
stun.callwithus.com
stun.counterpath.net
stun.endigovoip.com
stun.ekiga.net (alias for stun01.sipphone.com)
stun.ideasip.com (no XOR_MAPPED_ADDRESS support)
stun.internetcalls.com
stun.ipns.com
stun.noc.ams-ix.net
stun.phonepower.com
stun.phoneserve.com
stun.rnktel.com
stun.softjoys.com (no DNS SRV record) (no XOR_MAPPED_ADDRESS support)
stunserver.org see their usage policy
stun.sipgate.net
stun.sipgate.net:10000
stun.voip.aebc.com
stun.voipbuster.com (no DNS SRV record) (no XOR_MAPPED_ADDRESS support)
stun.voxalot.com
stun.voxgratia.org (no DNS SRV record) (no XOR_MAPPED_ADDRESS support)
stun.xten.com
numb.viagenie.ca (http://numb.viagenie.ca) (XOR_MAPPED_ADDRESS only with rfc3489bis magic number in transaction ID)
stun.ipshka.com inside UA-IX zone russsian explanation at http://www.ipshka.com/main/help/hlp_stun.php

Maiores detalhes sobre servidores STUN

10/10: Qualidade da comunicação

Aula 18


De forma geral, pode-se definir a qualidade de serviço (QoS) nestas cinco dimensões:

  • Disponibilidade
  • Largura de banda
  • Latência (atraso fim-a-fim)
  • Variação de atraso (jitter)
  • Perda de pacotes


Rmu-tabela-qos.png
Um comparativo de requisitos de QoS de algumas aplicações


O ITU-T define recomendações para qualidade de serviço em telecomunicações, tais como a norma G.114, que trata de chamadas de voz. A tabela a seguir descreve parâmetros de qualidade para transmissão de voz e video:

PJI4-Qos-itut.png


A próxima seção detalha os tipos de atraso que podem se manifestar em uma rede, e suas prováveis causas.

Componentes do atraso fim-a-fim

O atraso fim-a-fim, contado portanto desde a origem de um pacote até seu destino, se compõe de um conjunto de tempos despendidos ao longo de sua transmissão. Alguns desses tempos são constantes, porém outros são variáveis.

Atraso Descrição Tipo Expressão
(F: tamanho de um pacote em bytes,
B: taxa de bits do link)
Transmissão Tempo entre o início da saída do 1o bit até a saída do último bit de um pacote pela interface de rede. Depende basicamente da taxa de bits do link onde se dá a transmissão. Variável (depende do tamanho do pacote)
Propagação Tempo entre a saída do 1o bit de um pacote da interface de rede do equipamento transmissor, e sua chegada na interface de rede do equipamento receptor. Depende basicamente da latência do meio de transmissão. Constante
Processamento Tempo entre a recepção de um pacote e a ação a ser feita sobre ele dentro de um equipamento de rede (seja encaminhá-lo por outro link, ou entregá-lo a uma aplicação que o consumirá) Usualmente desprezível
Enfileiramento Tempo de espera de um pacote na fila de saída de uma interface de rede por onde deve ser transmitido. Depende de quantos pacotes (e quantos bytes) estão na sua frente nessa fila. Variável


No exemplo abaixo, os links LAN (link1, link2, link7 e link8) possuem taxa de 1 Gbps, e os links WAN (demais links) possuem taxa de 10 Mbps. As filas dos roteadores podem conter até 100 pacotes de 1500 bytes (tamanho máximo de pacote). Os links WAN possuem latência de 2 ms (a dos links LAN é desprezível). Sendo assim, calcular o atraso mínimo e máximo que cada pacote pode sofrer entre sua saída do servidor de video e sua chegada no reprodutor. Os pacotes de vídeo têm tamanho de 1500 bytes:

Componentes-atraso.png

Atrasos de transmissão nos links WAN:
Atrasos de transmissão nos links LAN:
Atraso de enfileiramento em roteador: melhor caso
(fila vazia)
Atraso de enfileiramento em roteador: pior caso
(fila cheia):

O menor atraso pode ser calculado assim:


... e o maior atraso possível é:

Com isso, uma transmissão de video nessa rede está sujeita a atrasos máximo de cerca de 492 ms por pacote, e variação de atraso de até . Note-se que, nessa rede, a variação de atraso se deve essencialmente a atrasos de enfileiramento nos roteadores. Em outras redes pode haver fatores adicionais para variações de atraso: perdas de pacotes por erros de transmissão ou congestionamento, priorização de pacotes, e até o controle de congestionamento TCP (se esse protocolo for usado para a transmissão).

O exemplo acima diz respeito a uma pequena rede com bons links WAN e pequeno número de saltos (roteadores intermediários) entre origem e destino. Em um cenário mais realista, como um usuário doméstico acessando videos no Youtube, a situação pode ser bem pior. Para fins de comparação, da rede da escola até o Youtube foram contados 9 saltos, e de casa se contaram 8 saltos.

Se cada pacote está sujeito a um atraso variável, o reprodutor de midia no receptor precisa de algum mecanismo para compensar essas variações e reproduzir a midia de forma contínua. Isso usualmente se faz com buffers de reprodução.

Atividade


1. Deve-se implantar esta rede:

Cenário1-Aula7.png


2. Os PBX devem estar configurados para intermediar o áudio das chamadas (directmedia=no).

3. Devem ser realizadas chamadas entre softphones, dando atenção à qualidade do áudio. OBS: nos PBX devem-se capturar os pacotes das chamadas para posterior análise.

4. Após realizar as chamadas, devem-se analisar suas respectivas capturas. A análise deve se concentrar em informações que forneçam uma medida de qualidade de serviço. Dica: vejam o menu Telephony->RTP.

5. Os passos 3 e 4 devem ser repetidos conforme orientação dos professores. Os casos a serem analisados envolvem:

  • Experimentar diferentes valores de atraso fim-a-fim
  • Experimentar diferentes valores de variação de atraso (jitter)
  • Experimentar diferentes taxas de perda de pacotes