Mudanças entre as edições de "Comunicação em Smart Grid"

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==Arquitetura do sistema==
 
==Arquitetura do sistema==
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O ponto principal da arquitetura desse sistema é o software que monitora e controla o sistema. O ScadaBR permite receber dados de diferentes protocolos e possui integrado um banco de dados onde armazena os dados coletados. Outra ferramenta integrada ao ScadaBR é o servidor web, que oferece uma interface com o cliente, onde é possível visualizar o estado do sistema, enviar comandos e gerar relatórios de determinados períodos.
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A imagem abaixo mostra alguns protocolos do ScadaBR.
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Foi definida uma arquitetura para início dos testes, que permitiria realizar os primeiros testes de comunicação entre o software ScadaBR e um arduino. Essa comunicação foi feita com o ScadaBR instalado em um computador pessoal trocando dados com um arduino através da USB.
 
Foi definida uma arquitetura para início dos testes, que permitiria realizar os primeiros testes de comunicação entre o software ScadaBR e um arduino. Essa comunicação foi feita com o ScadaBR instalado em um computador pessoal trocando dados com um arduino através da USB.

Edição das 09h10min de 16 de junho de 2016

Sistema para Monitoramento e Controle de HAN´s (Home Área Network) em Smart Grids considerando a existência de termoacumulação de energia através de Sistemas de Aquecimento Solar

Resumo

A regulamentação da Tarifa Branca no Brasil em 2012 prevê um modelo de tarifação diferenciada, baseada nos horários de consumo de energia elétrica (Aneel, 2012). Com esse modelo de tarifação o consumidor tem a possibilidade de reduzir o custo da energia elétrica consumida. Para tornar possível essa redução, o consumidor deve adotar estratégias que desloquem o consumo de eletricidade para fora do horário de ponta. Esse trabalho apresenta como proposta um sistema de monitoramento e controle de dispositivos eletroeletrônicos numa rede residencial, considerando o armazenamento de energia em forma de água aquecida. O sistema deve medir tanto o consumo como a geração de energia elétrica através de fontes como a solar, por exemplo. Todos os dados relativos a essas medições serão armazenados num banco de dados permitindo gerar de relatórios com gráficos que mostram o perfil de consumo. Através da análise desses relatórios é possível adotar estratégias que tornem mais eficiente o uso de energia elétrica.

Introdução

A partir da década de 70 houve um aumento do número de usinas geradoras, provocado pelo aumento do consumo de energia pela sociedade, que depende cada vez mais da eletricidade para a indústria, comunicação, iluminação, entretenimento e condicionamento de ambientes. Segundo a Empresa de Pesquisa Elétrica – EPE (2015), o consumo residencial de energia elétrica nos próximos anos crescerá à razão de 4,3 % ao ano, seguindo um perfil de crescimento já verificado nas últimas décadas. A necessidade de novas usinas geradoras resultou em investimentos significativos no setor, que precisava ampliar toda a estrutura de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Esse crescente consumo de energia evidenciou problemas do setor que não suportava a alta demanda, provocando diversas ocorrências de falhas no sistema, também conhecidas como “blecautes”, especialmente em horários de pico, além de oscilações de tensão e cortes momentâneos trazendo prejuízos para diversas regiões. Com as preocupações ambientais também em crescimento, existe um anseio pelo uso de fontes de energia renovável na matriz energética e uma melhor gestão de picos de consumo (GARCIA, 2012).

Como o sistema elétrico é dimensionado para atender o consumo nos horários de maior demanda, o deslocamento do consumo para períodos de menor demanda é uma das estratégias para minimizar a oscilação da curva de carga e reduzir investimentos para ampliação da estrutura de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

A Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel regulamentou um modelo de tarifação que varia de acordo com o horário de consumo, chamado “Tarifa Branca” (Aneel, 2012). Essa tarifa propõe cobrar um custo menor pela energia consumida nos horários de menor demanda, tornando conveniente reduzir o consumo principalmente em períodos de maior demanda da rede.

A geração distribuída de energia faz com que fontes adicionais possam ser inseridas na matriz energética, com destaque para a geração solar fotovoltaica. Essa forma de energia tem um alto custo de armazenamento, portanto deve ser despachada instantaneamente para a rede. Sistemas de Aquecimento Solar por outro lado, possuem baixo custo de armazenamento na forma de água aquecida.

Com a geração distribuída de energia e a inserção de fontes de geração como a solar e a eólica, tornou-se mais complexo o controle do funcionamento dos sistemas de energia. Assim surgiu a necessidade de comunicação entre esses agentes do sistema, fornecendo informações para seu gerenciamento e controle. O conceito de Smart Grids ou Redes Elétricas Inteligentes aborda essa necessidade do setor elétrico, trazendo a ideia do uso intensivo de tecnologia de informação e comunicação entre os diversos componentes da rede.

Smart Grids trazem como elemento comum à maioria das definições a aplicação de equipamentos eletrônicos que processam sinais coletados e se comunicam tornando o gerenciamento de informações e o fluxo de dados uma característica central dessas redes. Smart Grid é um termo usado não apenas para uma tecnologia específica, mas sim para um conjunto de tecnologias desenvolvidas para tornar o sistema elétrico mais eficiente (GARCIA, 2012). A implantação dos Smart Grids vai além da simples instalação de medidores inteligentes. O conceito de Smart Grids abrange também a instalação de equipamentos inteligentes que possam gerenciar melhor o seu consumo de energia. O desafio da sua implantação constitui oportunidades para inovações locais, principalmente em áreas como software, telecomunicações, segurança e automação das redes, automação residencial, iluminação eficiente, armazenamento de energia, microgeração, etc. Diversas tecnologias já estão sendo desenvolvidas, porém a maior parte visa atender as necessidades das concessionárias abordando principalmente medição avançada. Essas tecnologias são indispensáveis para a implantação dos Smart Grids, mas não contemplam a participação efetiva do consumidor no novo cenário. Vale lembrar que o consumidor é um agente importante e ator fundamental do setor elétrico, sendo assim, sua participação é indispensável para a mudança do perfil de consumo de energia. Com essa visão, as tecnologias devem ser desenvolvidas para atender também esse mercado, o dos consumidores.

Nesse contexto, é objetivo geral desse trabalho desenvolver um sistema que proporcione a implantação de estratégias de controle para otimizar o uso da energia elétrica, diminuindo o custo da energia para o usuário e reduzindo a demanda por energia em períodos de pico, utilizando para isso a possibilidade de armazenamento de energia na forma de calor. Para isso será desenvolvido um sistema de monitoramento e controle de dispositivos eletroeletrônicos numa rede. Esse sistema deve medir tanto o consumo como a geração de energia elétrica e permitir o controle do Sistema de Aquecimento Solar através de comunicação com a mini rede representada pela casa. Todos os dados relativos a essas medições serão armazenados num banco de dados permitindo gerar relatórios com gráficos que mostram o perfil de consumo.

Arquitetura do sistema

O ponto principal da arquitetura desse sistema é o software que monitora e controla o sistema. O ScadaBR permite receber dados de diferentes protocolos e possui integrado um banco de dados onde armazena os dados coletados. Outra ferramenta integrada ao ScadaBR é o servidor web, que oferece uma interface com o cliente, onde é possível visualizar o estado do sistema, enviar comandos e gerar relatórios de determinados períodos.

A imagem abaixo mostra alguns protocolos do ScadaBR.

ProtocolosScada.png


Foi definida uma arquitetura para início dos testes, que permitiria realizar os primeiros testes de comunicação entre o software ScadaBR e um arduino. Essa comunicação foi feita com o ScadaBR instalado em um computador pessoal trocando dados com um arduino através da USB.

Diagrama usando USB:

Diagrama 2 2.png

Após os primeiros testes de software e hardware, verificou-se que o supervisório ScadaBR possuía ferramentas que agregavam facilidades na criação da rede do sistema. Assim foram definidas mais duas arquiteturas para teste. Ambas com o ScadaBR num cenário distribuído, com o sistema operando numa raspiberry pi e numa máquina virtual na nuvem.

Diagramas com raspiberry pi:

Diagrama 1 3.png

Requisitos para operação do sistema

Fluxo de Dados no Sistema:

Diagrama dados 2.png


Fluxo de dados entre ScadaBR e SAS.

Dados enviados do SAS para o ScadaBR:

-Temperatura da água no reservatório

  • Temperatura altura 1 (TIR);
  • Temperatura altura 2 (TSR);

-Temperatura da água na placa

  • Temperatura da água na entrada da placa (TEP);
  • Temperatura da água na saída da placa (TSP;

-Temperatura ambiente

  • Temperatura ambiente (TA);
  • Temperatura água fria (TAF);

-Parâmetros elétricos

  • Tensão (V);
  • Corrente bomba (AB);
  • Corrente resistência (AR);

Dados enviados do ScadaBR para o SAS:

  • Comando para acionamento da bomba (Cmd_B). Circulação forçada.
  • Comando para acionamento da resistência (Cmd_R). Aquecimento da água utilizando energia elétrica.


Através dos dados de tensão e corrente coletados no SAS o ScadaBR pode calcular a potência tanto na bomba quanto na resistência, assim como detectar se ambas estão ligadas ou desligadas. Com essas dados o ScadaBR pode mostrar as seguintes informações:

  • Status da bomba (SB). Ligada ou desligada.
  • Status da resistência (SR). Ligada ou desligada.
  • Potência da bomba (PB).
  • Potência da resistência (PR).


Diagrama temporal.png

REGULAMENTAÇÃO

ANEEL- RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 502, DE 7 DE AGOSTO DE 2012 [9](Dados de saída do medidor)

Regulamenta sistemas de medição de energia elétrica de unidades consumidoras do Grupo B.

...

CAPÍTULO II SISTEMAS DE MEDIÇÃO

Art. 2º O sistema de medição das unidades consumidoras enquadradas na modalidade tarifária branca deve apurar, observando a regulamentação técnica metrológica específica, o consumo de energia elétrica ativa em pelo menos 4 (quatro) postos tarifários, devendo ser programáveis o início e o fim de cada posto.

§ 1º Em complemento aos requisitos metrológicos referentes à apresentação de informações ao consumidor, devem estar disponíveis por meio de mostrador existente no próprio medidor ou em dispositivo localizado internamente à unidade consumidora:

I – o valor de energia elétrica ativa consumida acumulada por posto tarifário; e

II – a identificação do posto tarifário corrente.

§ 2º A critério da distribuidora, as informações referenciadas no § 1º podem ser adicionalmente disponibilizadas por meios alternativos com vistas a facilitar o acesso às informações pelo consumidor.

...

Art. 3º Os titulares das unidades consumidoras abrangidas por esta Resolução, independentemente da adesão ao faturamento na modalidade tarifária branca, observando a regulamentação técnica metrológica específica, podem solicitar à distribuidora a disponibilização de um sistema de medição capaz de fornecer cumulativamente as seguintes informações:

I – valores de tensão e de corrente de cada fase;

II – valor de energia elétrica ativa consumida acumulada por posto tarifário;

III – identificação do posto tarifário corrente, se aplicável;

IV – data e horário de início e fim das interrupções de curta e de longa duração ocorridas nos últimos 3 (três) meses; e

V – últimos 12 (doze) valores calculados dos indicadores Duração Relativa da Transgressão de Tensão Precária – DRP e Duração Relativa da Transgressão de Tensão Crítica – DRC.

§ 1º Em complemento aos requisitos metrológicos referentes à apresentação de informações ao consumidor, as informações referenciadas nos incisos I a III devem estar disponíveis por meio de mostrador existente no próprio medidor ou em dispositivo localizado internamente à unidade consumidora.

§ 2º As informações referenciadas nos incisos I a V devem estar disponíveis por meio de saída específica para aquisição de dados existente no próprio medidor.

§ 3º As informações referenciadas nos incisos IV e V, a critério da distribuidora, podem ser contabilizadas pelo próprio medidor ou por dispositivo externo, e devem estar disponíveis por meio de mostrador existente no medidor ou de forma remota.

§ 4º A critério da distribuidora, as informações fornecidas pelo medidor podem ser adicionalmente disponibilizadas por meios alternativos com vistas a facilitar o acesso às informações pelo consumidor.

...

CAPÍTULO III SISTEMA DE COMUNICAÇÃO REMOTA

Art. 7º Na hipótese de o sistema de medição ser provido de sistema de comunicação remota, a distribuidora deve adotar procedimentos e tecnologias que assegurem a segurança dos dados trafegados e, especialmente, das informações de caráter pessoal coletadas das unidades consumidoras.

Parágrafo único. É vedado à distribuidora disponibilizar dados coletados das unidades consumidoras a terceiros sem a autorização do titular.

ANEEL - RESOLUÇÃO NORMATIVA No 517, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2012.[10](Tarifação da energia medida)

ANEEL - RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 687, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2015.[11]

REFERÊNCIAS

[2]- http://www.epe.gov.br/mercado/Documents/DEA%2003-2015-%20Proje%C3%A7%C3%B5es%20da%20Demanda%20de%20Energia%20El%C3%A9trica%202015-2024.pdf

[3]- Solar Intensity Forecasting using Artificial Neural Networks and Support Vector Machines L. Marquesa , T. Pintoa , T. M. Sousaa , I. Praçaa , Z. Valea, S. L. Abreu. http://recipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/5888/1/COM_LMarques_2014_GECAD.pdf

[4]- Matriz energética brasileira. http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapacidadeBrasil.cfm http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm

[5]- A Survey on Smart Grid Potential Applications and Communication Requirements http://ieeexplore.ieee.org/stamp/stamp.jsp?tp=&arnumber=6298960

[6]- Vehicle-to-grid power implementation: From stabilizing the grid to supporting large-scale renewable energy Willett Kempton, Jasna Tomic http://www.udel.edu/V2G/KempTom-V2G-Implementation05.PDF

[7]- Implementing the National Broadband Plan by Studying the Communications Requirements of Electric Utilities to Inform Federal Smart Grid Policy http://energy.gov/sites/prod/files/gcprod/documents/Verizon_Comments_CommsReqs.pdf

[8]- DEPARTMENT OF ENERGY - COMMUNICATIONS REQUIREMENTS OF SMART GRID TECHNOLOGIES http://energy.gov/sites/prod/files/gcprod/documents/Smart_Grid_Communications_Requirements_Report_10-05-2010.pdf

[9]- RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 502, DE 7 DE AGOSTO DE 2012 - ANNEL http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/audiencia/arquivo/2010/043/resultado/ren2012502.pdf

[10] - ANEEL - RESOLUÇÃO NORMATIVA No 517, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2012.[10] http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012517.pdf

[11] - ANEEL - RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 687, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2015. http://www.portalsolar.com.br/media/files/RESOLUCAO%20NORMATIVA%20REN%20687_2015.pdf