Mudanças entre as edições de "PTC29008: Projeto 1: Integração com subsistema de rede do Linux"

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Para o protocolo PTP, pode ser mais conveniente pensar na interface ''tun'' como um objeto. Sua implementação como uma classe pode ser feita como mostrado a seguir:
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* [http://tele.sj.ifsc.edu.br/~msobral/ptc/tun.tgz Uma classe para a interface tun]
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== Atividade ==
 
== Atividade ==
  
 
Integre seu protocolo com o kernel Linux. Antes de qualquer coisa, o enquadramento e a detecção de erros devem estar funcionando corretamente.
 
Integre seu protocolo com o kernel Linux. Antes de qualquer coisa, o enquadramento e a detecção de erros devem estar funcionando corretamente.

Edição das 10h09min de 11 de setembro de 2018

Próxima aula

A integração do protocolo de enlace com o subsistema de rede do Linux pode ser feita de duas formas:

  1. Criação de um device driver no kernel Linux: uma tarefa árdua, e que envolve um bom conhecimento sobre o kernel Linux e desenvolvimento de device drivers. As bibliotecas de programação usuais disponíveis em espaço de usuário não podem ser usadas. A depuração é difícil. O protocolo fica bem integrado ao sistema operacional.
  2. Implementação do protocolo em espaço de usuário: um protótipo em espaço de usuário é mais fácil de criar, pois pode usar as APIs existentes para a linguagem de programação escolhida. A depuração fica facilitada. Porém a integração com o sistema operacional apresenta um certo overhead devido ao fluxo de processamento transitar frequentemente entre espaços de sistema e de usuário.


Para o objetivo do projeto 1, a segunda opção é a mais adequada. A implementação em espaço de usuário deve usar uma interface de rede do tipo tun para fazer a integração com o subsistema de rede. Com isso, existe uma interface de rede associada ao enlace estabelecido pelo protocolo, a qual possui parâmetros de rede IP (endereço, máscara), e rotas podem ser definidas para destinos alcançáveis através dela. Com isso, qualquer aplicação TCP/IP pode se comunicar usando o protocolo desenvolvido.


A figura a seguir mostra um diagrama que esquematiza a integração do protótipo com o Linux, evidenciando a interface de rede do tipo tun.


PTC-Proto-tap.jpg


A criação e configuração de uma interface tun pode ser feita de forma programática, usando chamadas de sistema do Linux. O código-fonte a seguir demonstra como uma interface dessas pode ser criada e configurada.


função para criar uma interface tun
#include <sys/types.h>
#include <unistd.h>
#include <fcntl.h>
#include <sys/ioctl.h>
#include <stdio.h>
#include <net/if.h>
#include <linux/if_tun.h>
#include <string.h>
#include <sys/socket.h>
#include <netinet/in.h>
#include <arpa/inet.h> 


// tun_alloc: cria uma interface tun
// Parâmetro de entrada: 
//  char * dev: o nome da interface ser criada. Se for NULL, interface será denominada pelo sistema (ex: tun0)
//
// Retorno: valor inteiro
//  - se > 0: o descritor de arquivo da interface tun criada.
//  - se < 0, ocorreu um erro

#define MTU 256
#define MASK "255.255.255.252"

int tun_alloc(char *dev)
  {
      struct ifreq ifr;
      int fd, err;

      if( (fd = open("/dev/net/tun", O_RDWR)) < 0 ) {
         perror("");
         return  -1;
      }

      memset(&ifr, 0, sizeof(ifr));

      /* Flags: IFF_TUN   - TUN device (no Ethernet headers) 
       *        IFF_TAP   - TAP device  
       *
       *        IFF_NO_PI - Do not provide packet information  
       */ 
      //ifr.ifr_flags = IFF_TUN | IFF_NO_PI; 
      ifr.ifr_flags = IFF_TUN; 
      if( *dev )
         strncpy(ifr.ifr_name, dev, IFNAMSIZ);

      err = ioctl(fd, TUNSETIFF, (void *) &ifr);
      if( err < 0 ){
         close(fd);
	 perror("");
         return err;
      }
      return fd;
  }    

  // esta outra função configura a interface tun: define os endereços IP do enlace ponto-a-ponto,
  // a máscara de rede /30 e ativa a interface. Ela faz o mesmo que o comando:
  // ifconfig nome_tun IP_da_interface dstaddr IP_da_outra_ponta_do_enlace
  // 
  // esta função deve ser usada assim, supondo que a interface tun se chame tun0, e os endereços IP
  // do enlace sejam 10.0.0.1 e 10.0.0.2:
  //
  // if (set_ip("tun0", "10.0.0.1", "10.0.0.2") < 0) {
  //   perror("so configurar a interface tun");
  //   return 0;
  // }
  //
  // Maiores detalhes sobre as chamadas de sistemas utilizadas: ver "man netdevice", ou 
  // http://man7.org/linux/man-pages/man7/netdevice.7.html

int set_ip(char *dev, char * ip, char * dst) {
  struct ifreq ifr;
  struct sockaddr_in *addr;
  int ok;
  int sd;

  // cria um socket para configurar a interface
  // esse socket não tem nada de especial ... 
  sd = socket(AF_INET, SOCK_DGRAM, 0);
  if (sd < 0) return sd;

  // zera todos os bytes da struct ifreq
  // essa struct contém os atributos a serem configurados na interface
  bzero(&ifr, sizeof(ifr));

  // usa o ponteiro addr para referenciar o campo de endereço da struct ifreq
  // isso facilita o preenchimento dos atributos desse campo
  addr = (struct sockaddr_in*)&(ifr.ifr_ifru.ifru_addr);

  // preenche o campo endereço com o enderço IP da interface
  addr->sin_addr.s_addr = inet_addr(ip);
  addr->sin_family = AF_INET;
  addr->sin_port = 0;

  // escreve o nome da interface na struct ifreq. Isso é necessário
  // para o kernel saber que interface é alvo da operação
  strncpy(ifr.ifr_name, dev, IFNAMSIZ);

  // executa uma operação de configuração de endereço IP de interface
  ok = ioctl(sd, SIOCSIFADDR, &ifr);
  if (ok < 0) return ok;

  // preenche o campo endereço com o endereço IP da outra ponta do enlace
  addr->sin_addr.s_addr = inet_addr(dst);

  // executa uma operação de configuração de endereço IP de destino da interface  
  ok = ioctl(sd, SIOCSIFDSTADDR, &ifr);
  if (ok < 0) return ok;

  // preenche o campo endereço com a máscara de rede da interface
  addr->sin_addr.s_addr = inet_addr(MASK);


  // executa uma operação de configuração de máscara de rede da interface  
  ok = ioctl(sd, SIOCSIFNETMASK, &ifr);
  if (ok < 0) return ok;

  // executa uma operação de configuração de MTU da interface  
  ifr.ifr_mtu = MTU;
  ok = ioctl(sd, SIOCSIFMTU, &ifr);
  if (ok < 0) return ok;

  // lê as flags da interface
  ok = ioctl(sd, SIOCGIFFLAGS, &ifr);
  if (ok < 0) return ok;

  // acrescenta flags UP (ativa) e RUNNING (pronta para uso)
  ifr.ifr_flags |= IFF_UP | IFF_RUNNING;
  
  // executa uma operação de configuração flags da interface  
  return ioctl(sd, SIOCSIFFLAGS, &ifr);
}


Após criar a interface, pode-se testar a comunicação com um simples ping:

ping 10.0.0.2

Para o protocolo PTP, pode ser mais conveniente pensar na interface tun como um objeto. Sua implementação como uma classe pode ser feita como mostrado a seguir:


Atividade

Integre seu protocolo com o kernel Linux. Antes de qualquer coisa, o enquadramento e a detecção de erros devem estar funcionando corretamente.