Mudanças entre as edições de "IER60808: Endereçamento IPv4"
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− | Como visto em [[RCO- | + | Como visto em [[RCO-IntTel_(Plano_de_Ensino)|Redes de Computadores]], computadores e equipamentos na Internet (chamados de ''hosts'') precisam ter um identificador único e que seja válido globalmente. Os endereços IP, definidos pelo [https://pt.wikipedia.org/wiki/Protocolo_de_Internet protocolo da Internet (''IP - Internet Protocol'')] são números de 32 bits que desempenham o papel de identificadores globais. Cada um desses endereços é comumente representado em uma notação decimal, com um número entre 0 e 255 para cada 8 bits, como mostrado na figura a seguir. Com isso, é possível em tese endereçar até <math>2^{32}</math> ''hosts'' na Internet, o que equivale a pouco mais de 4 bilhões de endereços. |
[[imagem:PJI3-Ip1.jpg]] | [[imagem:PJI3-Ip1.jpg]] | ||
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Um conjunto de informações são necessárias para que um ''host'' consiga efetivamente se comunicar em rede, as quais não se limitam ao endereço IP. Essas informações são: | Um conjunto de informações são necessárias para que um ''host'' consiga efetivamente se comunicar em rede, as quais não se limitam ao endereço IP. Essas informações são: | ||
− | * '''Endereço IP e máscara de rede''': um host precisa de um endereço para que possa se comunicar com outros hosts. A máscara de rede informa o tamanho da subrede IP em que ele se encontra (e | + | * '''Endereço IP e máscara de rede''': um host precisa de um endereço para que possa se comunicar com outros hosts. A máscara de rede informa o tamanho da subrede IP em que ele se encontra (e com isso podem-se saber quais endereços IP fazem parte dessa subrede). |
* '''Rota default (padrão)''': para se comunicar com hosts de outras subredes, é preciso enviar os pacotes para um roteador que saiba encaminhá-los a seus destinos. O roteador ''default'' (ou ''padrão'') é um roteador para quem se destinam todos esses pacotes. Tecnicamente ele corresponde à rota para o destino ''0.0.0.0/0''. | * '''Rota default (padrão)''': para se comunicar com hosts de outras subredes, é preciso enviar os pacotes para um roteador que saiba encaminhá-los a seus destinos. O roteador ''default'' (ou ''padrão'') é um roteador para quem se destinam todos esses pacotes. Tecnicamente ele corresponde à rota para o destino ''0.0.0.0/0''. | ||
* '''Endereço IP do servidor DNS''': usuários costumam endereçar hosts e servidores por seus nomes de domínio, e não por seus endereços IP. Isso é muito mais fácil de memorizar do que os endereços numéricos. Nomes de domínio são análogos a nomes de assinantes em um catálogo telefônico. No entanto, as aplicações precisam dos endereços IP para se comunicarem. O servidor DNS faz a tradução de nome de domínio para endereço IP, e é usado pelas aplicações transparentemente (isso é, você não percebe que isso ocorre). Assim, as aplicações se comunicam com o servidor DNS para resolver nomes de domínio e obter seus respectivos endereços IP. O endereço desse servidor deve ser configurado em cada host, para que se possam traduzir nomes de domínio. | * '''Endereço IP do servidor DNS''': usuários costumam endereçar hosts e servidores por seus nomes de domínio, e não por seus endereços IP. Isso é muito mais fácil de memorizar do que os endereços numéricos. Nomes de domínio são análogos a nomes de assinantes em um catálogo telefônico. No entanto, as aplicações precisam dos endereços IP para se comunicarem. O servidor DNS faz a tradução de nome de domínio para endereço IP, e é usado pelas aplicações transparentemente (isso é, você não percebe que isso ocorre). Assim, as aplicações se comunicam com o servidor DNS para resolver nomes de domínio e obter seus respectivos endereços IP. O endereço desse servidor deve ser configurado em cada host, para que se possam traduzir nomes de domínio. | ||
− | == Configuração estática == | + | = Laboratórios = |
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+ | {{collapse top|Configuração estática}} | ||
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+ | = Configuração temporária = | ||
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+ | A configuração temporária de endereços implica defini-los manualmente em um ''host'' por meio de programaas especiais, chamaos de utilitários de rede. Em computadores, esse tipo de configuração é característica de sistemas operacionais da família Unix (ex: sistemas Linux). Equipamentos de rede em geral também oferecem essa possibilidade, como será experimentado futuramente. | ||
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+ | Em sistemas Linux, a configuração temporária pode ser feita com estes programas: | ||
+ | * [http://manpages.ubuntu.com/manpages/bionic/man8/ifconfig.8.html ifconfig]: programa para configurar interfaces de rede | ||
+ | * [http://manpages.ubuntu.com/manpages/bionic/man8/route.8.html route]: programa para manipular a tabela de rotas | ||
+ | * [http://manpages.ubuntu.com/manpages/bionic/man8/ip.8.html ip]: programa que possibilita configurar tanto interfaces quanto rotas | ||
+ | |||
+ | Exemplos de uso desses programas: | ||
+ | # Mostrar informações sobre uma interface de rede (por exemplo, a interface ''eth0''): <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | ifconfig eth0 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Modificar o endereço IP de uma interface de rede: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo ifconfig eth0 10.0.0.10/28 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Desativar uma interface de rede: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo ifconfig eth0 down | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Ativar uma interface de rede: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo ifconfig eth0 up | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Mostrar a tabela de rotas: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | route -n | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Adicionar a rota estática ''default'': <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | # adiciona uma rota default: o gateway da rede é o roteador com IP 10.0.0.30 | ||
+ | sudo route add default gw 10.0.0.30 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Adicionar uma rota estática para uma determinada rede de destino: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | # adiciona uma rota para chegar na subrede 192.168.2.0/24: o gateway é o roteador com IP 10.0.0.30 | ||
+ | sudo route add -net 192.168.2.0/24 gw 10.0.0.30 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | # Remove uma rota: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo route delete -net 192.168.2.0/24 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
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+ | == Múltiplos endereços por interface == | ||
+ | |||
+ | Ocasionalmente pode ser necessário que uma interface de rede possua mais de um endereço IP. Por exemplo, equipamentos de rede costumam possuir um endereço IP predefinido de fábrica e, ao instalá-los em uma rede, é necessário acessá-los pela primeira vez usando esse endereço. Assim, pode-se adicionar um endereço IP ao computador de onde se faz o acesso. | ||
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+ | Em sistemas Linux essa técnica se chama ''IP Alias''. Para usá-la deve-se acrescentar um sufixo ao nome da interface de rede em que se deseja acrescentar um endereço. Esse sufixo é da forma '':X'', sendo ''X'' um número. Por exemplo: | ||
+ | |||
+ | <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo ifconfig eth0:0 192.168.1.10/24 | ||
+ | sudo ifconfig eth0:1 10.0.1.8/29 | ||
+ | sudo ifconfig eth0:2 191.36.13.22/26 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
+ | |||
+ | Para remover um endereço IP, basta reconfigurar a interface com o endereço IP ''0.0.0.0'': | ||
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+ | <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo ifconfig eth0:0 0.0.0.0 | ||
+ | </syntaxhighlight> | ||
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+ | '''Obs:''' no caso do Linux, isso vale somente para IPv4. No caso de IPv6 é um pouco diferente ... | ||
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+ | = Configuração permanente = | ||
A configuração estática envolve um usuário gravar a configuração de rede de forma persistente na memória do ''host''. Cada tipo de equipamento apresenta um procedimento diferente para armazenar a configuração de rede estática. Por exemplo, em computadores com sistema operacional Linux da família Debian (tais como Debian, Ubuntu, Mint e muitos outros), a configuração de rede fica armazenada no arquivo [http://manpages.ubuntu.com/manpages/xenial/man5/interfaces.5.html /etc/network/interfaces]: | A configuração estática envolve um usuário gravar a configuração de rede de forma persistente na memória do ''host''. Cada tipo de equipamento apresenta um procedimento diferente para armazenar a configuração de rede estática. Por exemplo, em computadores com sistema operacional Linux da família Debian (tais como Debian, Ubuntu, Mint e muitos outros), a configuração de rede fica armazenada no arquivo [http://manpages.ubuntu.com/manpages/xenial/man5/interfaces.5.html /etc/network/interfaces]: | ||
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netmask 255.255.255.0 | netmask 255.255.255.0 | ||
gateway 10.1.23.254 | gateway 10.1.23.254 | ||
+ | dns-nameservers 8.8.8.8 8.8.4.4 | ||
</syntaxhighlight> | </syntaxhighlight> | ||
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− | == Configuração dinâmica | + | = Atividade = |
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+ | [[imagem:PJI3-Lab3-1.jpg]] | ||
+ | <br>''Rede dos experimentos'' | ||
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+ | Tomando como base a rede do laboratório mostrada na figura, realize estes procedimentos na máquina virtual "''Gráfico-3''": | ||
+ | # Inicie a máquina virtual ''Gráfico-3'' | ||
+ | # Configure de forma temporária essa máquina virtual para que use um endereço IP da subrede ''172.18.20.128/25''. Cuidado com conflitos de IP ! | ||
+ | # Teste a comunicação com as demais máquinas virtuais do laboratório | ||
+ | # Teste a comunicação com os computadores do laboratório, que estão na subrede 191.36.13.0/26. | ||
+ | # Sabendo que o roteador do laboratório possui endereço 172.18.20.129, e os servidores DNS do IFSC são 191.36.8.2 e 191.36.8.3, faça com que sua máquina virtual consiga acessar a Internet | ||
+ | # Existe um equipamento de rede que possui o endereço 10.0.0.1. Use a técnica de IP Alias para acessá-lo ... (ele pode ser acessado por [http://10.0.0.1/ este link]) | ||
+ | # Reinicie sua máquina virtual. Como ficou sua configuração de rede após o reboot ? | ||
+ | # Configure de forma '''permanente''' o endereço IP dessa máquina virtual | ||
+ | # Teste a comunicação a partir dessa máquina virtual com os demais computadores do laboratório | ||
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+ | {{collapse top|Configuração dinâmica}} | ||
Um ''host'' pode obter suas informações de rede dinamicamente por meio do protocolo [[PJI11103:_Endereçamento_IPv4#Protocolo_DHCP|DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol)]]. Desta forma, não há necessidade de o usuário saber as informações de rede necessárias para configurar corretamente seu equipamento. Isso torna possível também centralizar e automatizar a distribuição de endereços de rede para ''hosts''. Se alguma das informações precisar ser modificada (ex: o roteador ''default''), basta alterá-las no serviço DHCP para que toda a rede seja eventualmente reconfigurada. | Um ''host'' pode obter suas informações de rede dinamicamente por meio do protocolo [[PJI11103:_Endereçamento_IPv4#Protocolo_DHCP|DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol)]]. Desta forma, não há necessidade de o usuário saber as informações de rede necessárias para configurar corretamente seu equipamento. Isso torna possível também centralizar e automatizar a distribuição de endereços de rede para ''hosts''. Se alguma das informações precisar ser modificada (ex: o roteador ''default''), basta alterá-las no serviço DHCP para que toda a rede seja eventualmente reconfigurada. | ||
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=== Protocolo DHCP === | === Protocolo DHCP === | ||
− | [http://www.tcpipguide.com/free/t_TCPIPDynamicHostConfigurationProtocolDHCP.htm DHCP] (''Dynamic Host Configuration Protocol'') é um protocolo para obtenção automática de configuração de rede, usado por computadores que acessam fisicamente uma rede. Esses computadores são tipicamente máquinas de usuários, que podem usar a rede esporadicamente (ex: usuários | + | [http://www.tcpipguide.com/free/t_TCPIPDynamicHostConfigurationProtocolDHCP.htm DHCP] (''Dynamic Host Configuration Protocol'') é um protocolo para obtenção automática de configuração de rede, usado por computadores que acessam fisicamente uma rede. Esses computadores são tipicamente máquinas de usuários, que podem usar a rede esporadicamente (ex: usuários com seus laptops, com acesso via rede cabeada ou sem-fio), ou mesmo computadores fixos da rede. O principal objetivo do DHCP é fornecer um endereço IP, a máscara de rede, o endereço IP do roteador default e um ou mais endereços de servidores DNS. Assim, um novo computador que acesse a rede pode obter essa configuração sem a intervenção do usuário. |
Para esse serviço pode haver um ou mais servidores DHCP. Um computador que precise obter sua configuração de rede envia mensagens DHCPDISCOVER em broadcast para o port UDP 67. Um servidor DHCP, ao receber tais mensagens, responde com uma mensagem DHCPOFFER também em broadcast, contendo uma configuração de rede ofertada. O computador então envia novamente em broadcast uma mensagem DHCPREQUEST, requisitando o endereço IP ofertado pelo servidor. Finalmente, o servidor responde com uma mensagem DHCPACK, completando a configuração do computador cliente. Como a configuração tem um tempo de validade (chamado de ''lease time''), o cliente deve periodicamente renová-la junto ao servidor DHCP, para poder continuar usando-a. O diagrama abaixo mostra simplificadamente esse comportamento: | Para esse serviço pode haver um ou mais servidores DHCP. Um computador que precise obter sua configuração de rede envia mensagens DHCPDISCOVER em broadcast para o port UDP 67. Um servidor DHCP, ao receber tais mensagens, responde com uma mensagem DHCPOFFER também em broadcast, contendo uma configuração de rede ofertada. O computador então envia novamente em broadcast uma mensagem DHCPREQUEST, requisitando o endereço IP ofertado pelo servidor. Finalmente, o servidor responde com uma mensagem DHCPACK, completando a configuração do computador cliente. Como a configuração tem um tempo de validade (chamado de ''lease time''), o cliente deve periodicamente renová-la junto ao servidor DHCP, para poder continuar usando-a. O diagrama abaixo mostra simplificadamente esse comportamento: | ||
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O servidor DHCP identifica cada cliente pelo seu endereço MAC. Assim, o DHCP está fortemente relacionado a redes locais IEEE 802.3 (Ethernet) e IEEE 802.11 (WiFi). | O servidor DHCP identifica cada cliente pelo seu endereço MAC. Assim, o DHCP está fortemente relacionado a redes locais IEEE 802.3 (Ethernet) e IEEE 802.11 (WiFi). | ||
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− | + | * [[Curso_Técnico_Integrado_de_Telecomunicações_-_Redes_de_Computadores_(RCO)|Wireshark: ver Laboratório 2]] | |
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− | + | # Execute a máquina virtual ''Gráfico-2''. | |
− | + | # Entre com a conta ''aluno'' e senha ''aluno''. | |
− | + | # Em um terminal, observe o endereço IP obtido pela interface de rede: <syntaxhighlight lang=bash> | |
− | + | sudo ifconfig enp0s3 | |
</syntaxhighlight> | </syntaxhighlight> | ||
− | + | # Agora investigue como a interface obtém sua configuração de rede. Isso envolve usar o ''wireshark'' para analisar a troca de mensagens realizada para obter a configuração de rede. | |
− | # | + | ## Primeiro, instale o ''wireshark'' com este comando no terminal: <syntaxhighlight lang=bash> |
− | + | sudo apt update | |
− | + | sudo apt install wireshark | |
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− | + | ## Em seguida, execute o ''wireshark'': <syntaxhighlight lang=bash> | |
− | + | sudo wireshark | |
− | Em | ||
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</syntaxhighlight> | </syntaxhighlight> | ||
− | + | ## Na tela do wireshark, defina o filtro de captura e a interface de rede como mostrado a seguir (após definir o filtro de captura, faça um clique duplo na interface ''any''):<br>[[imagem:IER-Wireshark-dhcp.png|640px]] | |
− | + | ## Clique na applet de configuração de rede e '''desative''' a rede:<br>[[imagem:IER-Nm-applet2.png]] | |
+ | ## Em seguida, na applet de configuração de rede reative a rede | ||
+ | ## Identifique as mensagens do protocolo DHCP no wireshark, comparando-as com [https://wiki.sj.ifsc.edu.br/index.php/Arquivo:Dhcp-diag.gif este diagrama]. | ||
+ | ## Na mensagem DHCP do tipo ''DHCP offer'', enviada pelo servidor, observe as opções de configuração de rede oferecidas pelo servidor. Compare as informações ali contidas com a configuração de rede obtida pelo seu computador. | ||
+ | # Um ponto de acesso Wifi foi implantado no laboratório, o qual anuncia a rede '''IER''', com senha ''ier60808''. Entre nessa rede com seu celular. | ||
+ | # Verifique qual o endereço IP e demais informações de rede seu celular obteve. Em qual subrede está o endereço obtido ? Compare com o endereço que se obtém ao acessar a rede ''IFSC-alunos''. | ||
+ | # Tente fazer ping para seu celular a partir de seu computador. Isso funciona ? E se o celular estiver na rede ''IFSC-alunos'' ? | ||
+ | # '''Curiosidade:''' faça uma varredura da rede do laboratório usando o software ''nmap''. Para isso é necessário usar uma máquina virtual. | ||
+ | ## Procure todos os hosts existentes na rede: <syntaxhighlight lang=bash> | ||
+ | sudo nmap -sP 191.36.13.0/26 | ||
</syntaxhighlight> | </syntaxhighlight> | ||
− | + | ## Identifique os sistemas operacionais dos hosts existentes na rede: <syntaxhighlight lang=bash> | |
− | + | sudo nmap -A -T4 191.36.13.0/26 | |
</syntaxhighlight> | </syntaxhighlight> | ||
+ | # '''DESAFIO:''' sem configurar o endereço IP de sua interface de rede, como se pode deduzir qual a subrede IP usada na rede local do seu computador ? | ||
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+ | <!--= Tarefa = | ||
− | + | '''OBS:''' esta tarefa faz parte da avaliação | |
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− | + | Escreva um '''manual técnico''' para ensinar uma pessoa a configurar de forma manual (estática) as informações de rede de um computador com Linux. Suponha que essa pessoa queira saber como fazer essa configuração logo após a instalação do sistema operacional. Suponha também que essa pessoa saiba os endereços IPv4 envolvidos nessa configuração. Suas instruções devem torná-la capaz de definir o seguinte no sistema operacional: | |
+ | # O endereço IPv4 de sua interface de rede ethernet | ||
+ | # O roteador default (gateway) | ||
+ | # O servidor DNS a ser utilizado (ex: 191.36.8.2 e 191.36.8.3) | ||
+ | Assim, após seguir suas instruções a pessoa terá seu computador devidamente configurado em uma rede qualquer. | ||
− | + | O manual deve seguir [http://tele.sj.ifsc.edu.br/~msobral/ier/modelo-manual.pdf este modelo]. | |
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− | + | A entrega desse manual deve ser feita pelo SIGAA, pela tarefa '''Manual técnico de configuração de rede estática''', a qual está disponibilizada na aula sobre ''Subredes Iv4 e IPv6'' | |
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Edição atual tal como às 16h40min de 13 de fevereiro de 2020
Como visto em Redes de Computadores, computadores e equipamentos na Internet (chamados de hosts) precisam ter um identificador único e que seja válido globalmente. Os endereços IP, definidos pelo protocolo da Internet (IP - Internet Protocol) são números de 32 bits que desempenham o papel de identificadores globais. Cada um desses endereços é comumente representado em uma notação decimal, com um número entre 0 e 255 para cada 8 bits, como mostrado na figura a seguir. Com isso, é possível em tese endereçar até hosts na Internet, o que equivale a pouco mais de 4 bilhões de endereços.
Um endereço IP apresentado em notação decimal e em binário
Configuração de endereços
O endereço IP de um host pode ser configurado de forma estática ou dinâmica. No primeiro caso, o usuário predefine o endereço IP no próprio equipamento. No segundo, o equipamento usa um protocolo especial de configuração para obter sua configuração de rede.
Um conjunto de informações são necessárias para que um host consiga efetivamente se comunicar em rede, as quais não se limitam ao endereço IP. Essas informações são:
- Endereço IP e máscara de rede: um host precisa de um endereço para que possa se comunicar com outros hosts. A máscara de rede informa o tamanho da subrede IP em que ele se encontra (e com isso podem-se saber quais endereços IP fazem parte dessa subrede).
- Rota default (padrão): para se comunicar com hosts de outras subredes, é preciso enviar os pacotes para um roteador que saiba encaminhá-los a seus destinos. O roteador default (ou padrão) é um roteador para quem se destinam todos esses pacotes. Tecnicamente ele corresponde à rota para o destino 0.0.0.0/0.
- Endereço IP do servidor DNS: usuários costumam endereçar hosts e servidores por seus nomes de domínio, e não por seus endereços IP. Isso é muito mais fácil de memorizar do que os endereços numéricos. Nomes de domínio são análogos a nomes de assinantes em um catálogo telefônico. No entanto, as aplicações precisam dos endereços IP para se comunicarem. O servidor DNS faz a tradução de nome de domínio para endereço IP, e é usado pelas aplicações transparentemente (isso é, você não percebe que isso ocorre). Assim, as aplicações se comunicam com o servidor DNS para resolver nomes de domínio e obter seus respectivos endereços IP. O endereço desse servidor deve ser configurado em cada host, para que se possam traduzir nomes de domínio.
Laboratórios
Configuração estática |
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Configuração temporáriaA configuração temporária de endereços implica defini-los manualmente em um host por meio de programaas especiais, chamaos de utilitários de rede. Em computadores, esse tipo de configuração é característica de sistemas operacionais da família Unix (ex: sistemas Linux). Equipamentos de rede em geral também oferecem essa possibilidade, como será experimentado futuramente. Em sistemas Linux, a configuração temporária pode ser feita com estes programas:
Exemplos de uso desses programas:
Múltiplos endereços por interfaceOcasionalmente pode ser necessário que uma interface de rede possua mais de um endereço IP. Por exemplo, equipamentos de rede costumam possuir um endereço IP predefinido de fábrica e, ao instalá-los em uma rede, é necessário acessá-los pela primeira vez usando esse endereço. Assim, pode-se adicionar um endereço IP ao computador de onde se faz o acesso. Em sistemas Linux essa técnica se chama IP Alias. Para usá-la deve-se acrescentar um sufixo ao nome da interface de rede em que se deseja acrescentar um endereço. Esse sufixo é da forma :X, sendo X um número. Por exemplo: sudo ifconfig eth0:0 192.168.1.10/24
sudo ifconfig eth0:1 10.0.1.8/29
sudo ifconfig eth0:2 191.36.13.22/26
Para remover um endereço IP, basta reconfigurar a interface com o endereço IP 0.0.0.0: sudo ifconfig eth0:0 0.0.0.0
Configuração permanenteA configuração estática envolve um usuário gravar a configuração de rede de forma persistente na memória do host. Cada tipo de equipamento apresenta um procedimento diferente para armazenar a configuração de rede estática. Por exemplo, em computadores com sistema operacional Linux da família Debian (tais como Debian, Ubuntu, Mint e muitos outros), a configuração de rede fica armazenada no arquivo /etc/network/interfaces: iface eth0 inet static
address 10.1.23.19
netmask 255.255.255.0
gateway 10.1.23.254
dns-nameservers 8.8.8.8 8.8.4.4
router# configure terminal
router(config)# interface e0
router(config-if)# ip address 10.1.23.19 255.255.255.0
router(config-if)# exit
router(config)# ip route 0.0.0.0 0.0.0.0 10.1.23.254
router(config)# exit
router# write memory
router# write terminal
Building configuration...
Current configuration : 472 bytes
!
version 12.3
!
hostname Router
!
interface Ethernet0
ip address 10.1.23.19 255.255.255.0
!
ip route 0.0.0.0 0.0.0.0 10.1.23.254
AtividadeTomando como base a rede do laboratório mostrada na figura, realize estes procedimentos na máquina virtual "Gráfico-3":
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Configuração dinâmica |
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Um host pode obter suas informações de rede dinamicamente por meio do protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol). Desta forma, não há necessidade de o usuário saber as informações de rede necessárias para configurar corretamente seu equipamento. Isso torna possível também centralizar e automatizar a distribuição de endereços de rede para hosts. Se alguma das informações precisar ser modificada (ex: o roteador default), basta alterá-las no serviço DHCP para que toda a rede seja eventualmente reconfigurada. A maioria dos equipamentos de usuários vem de fábrica com configuração de rede dinâmica. Isso vale para computadores pessoais, em que os sistemas operacionais detectam as interfaces de rede e as configuram com DHCP, smartphones, tablets, câmeras IP, ATA e telefones IP, impressoras, e possivelmente outros equipamentos. Em computadores pessoais com sistemas operacionais Linux da família Debian, uma interface pode ser configurada dinamicamente se for declarada em /etc/network/interfaces desta forma: iface eth0 inet dhcp
Protocolo DHCPDHCP (Dynamic Host Configuration Protocol) é um protocolo para obtenção automática de configuração de rede, usado por computadores que acessam fisicamente uma rede. Esses computadores são tipicamente máquinas de usuários, que podem usar a rede esporadicamente (ex: usuários com seus laptops, com acesso via rede cabeada ou sem-fio), ou mesmo computadores fixos da rede. O principal objetivo do DHCP é fornecer um endereço IP, a máscara de rede, o endereço IP do roteador default e um ou mais endereços de servidores DNS. Assim, um novo computador que acesse a rede pode obter essa configuração sem a intervenção do usuário. Para esse serviço pode haver um ou mais servidores DHCP. Um computador que precise obter sua configuração de rede envia mensagens DHCPDISCOVER em broadcast para o port UDP 67. Um servidor DHCP, ao receber tais mensagens, responde com uma mensagem DHCPOFFER também em broadcast, contendo uma configuração de rede ofertada. O computador então envia novamente em broadcast uma mensagem DHCPREQUEST, requisitando o endereço IP ofertado pelo servidor. Finalmente, o servidor responde com uma mensagem DHCPACK, completando a configuração do computador cliente. Como a configuração tem um tempo de validade (chamado de lease time), o cliente deve periodicamente renová-la junto ao servidor DHCP, para poder continuar usando-a. O diagrama abaixo mostra simplificadamente esse comportamento:
O servidor DHCP identifica cada cliente pelo seu endereço MAC. Assim, o DHCP está fortemente relacionado a redes locais IEEE 802.3 (Ethernet) e IEEE 802.11 (WiFi). Atividade
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